sexta-feira, 30 de maio de 2014

Raízes de uma matriz (Minhotos)


Raízes de uma matriz (Minhotos)
Cronologia:
138-136 a. C. - Primeira expedição romana ao Noroeste peninsular, comandada por D. Junius Brutus; batalha contra os Bracari que controlavam o território entre Douro e Cávado.
31a.C.-14 Augusto - Pacificação do Noroeste (guerras cantábricas); reorganização administrativa da Hispânia; fundação de Bracara Augusta; criação dos conventos jurídicos; construção da rede viária do Noroeste.
3-2 a.C. - Visita do legado P. Fabius Maximus a Bracara e edificação de um altar a Augusto.
11-12 - Primeiros miliários que testemunham a construção das vias XVI; XVII e XIX.
14-68 Júlios-Cláudios - Povoamento de Bracara Augusta e desenvolvimento da cidade; prosseguimento da rede viária; organização do culto imperial; primeiros edifícios públicos (Alto da Cividade, um templo); rede de saneamento (cloaca do Antigo Albergue Distrital); desenvolvimento das actividades económicas (metalurgia, olaria, comércio).
42-44 - Dedicatória a C. Ceatronius Miccio, governador da Citerior, feita pelos cidadãos romanos que negociavam em Braga, que testemunham a importância do comércio na cidade.
69-96 Flávios - Grande crescimento urbanístico de Bracara; construção de edifícios públicos e ocupação sistemática dos quarteirões (casa das Carvalheiras, domus de Santiago); desenvolvimento das actividades artesanais; reparação das vias e construção da Via Nova (XVIII do Itinerário); promoções jurídicas de peregrinos à cidadania romana; inscrições na Tribo Quirina.
96-192 Antoninos - Continuação do desenvolvimento de Bracara; remodelações de edifícios e novas edificações (termas do Alto da Cividade); reparação das vias; desenvolvimento de actividades artesanais.
193-235 Severos - Bracara Augusta continua a desenvolver-se; reparação das vias.
211-217 - O imperador Caracala cria a província Hispania Nova Citerior Antonina, correspondente à futura província da Galécia, que será definitivamente criada com Diocleciano.
212 - Constituição Antonina que outorga a extensão da cidadania romana aos habitantes livres do Império.
235-285 Crise do Séc. III - Reparações nas vias do Noroeste, particularmente na via XVIII, que testemunham a importância da via; significativa presença na cidade de numerário de imperadores deste período, designadamente de Galieno (253-268) e Claúdio II (268-270).
285-409 Baixo Império - Criação da província da Galécia, com capital em Bracara Augusta; renovação urbana da cidade que afecta quase todos os edifícios e quarteirões; construção da muralha; vida económica activa; reparação da rede viária do Noroeste.
284-288 - reforma administrativa de Diocleciano e criação da província da Galécia com capital em Bracara Augusta.
312 - Conversão do Imperador Constantino ao Cristianismo.
364-375 - Reparações das vias nos reinados de Valentiniano e Valente.
379-468 — Período que abrange a Crônica de Idácio, galaico-romano bispo de Chaves
385 - A decretal do Papa S.Sirício faz referência ao metropolita de Braga, o que subentende que Bracara Augusta seria já sede de Bispado.
395-408 — Arcádio, Imperador do Oriente.
395-423 — Honório, Imperador do Ocidente.
399-402 — Papado de Santo Anastácio I, romano.
402-417 — Papado de Santo Inocêncio I, albanês.
408-450 — Teodósio II, Imperador do Oriente.
409 Entrada de suevos, vândalos asdingos, vândalos silingos e alanos na Península.
411 Tratado entre os bárbaros e o Império: aqueles foram acantonados como federados — suevos e vândalos asdingos na Galícia; vândalos silingos na Bética; alanos (mais numerosos) na Lusitânia e Cartaginense.
411 - Bracara Augusta torna-se capital política e administrativa do reino Suevo.
Séc. V - Bracara Augusta continua a ser uma florescente cidade; prosseguem as importações; mantêm-se as actividades económicas; a cidade mantêm-se ocupada na sua maior extensão.
412-415 — Ataulfo, rei visigodo
415 Entrada de visigodos na Península comandados por Wallia, a pedido dos romanos para combater vândalos silingos e alanos que pilhavam as regiões mais romanizadas ao sul. (?) Baquiário, presbítero de Braga que tinha praticado o priscilianismo, escreve a obra De fide, para se retratar da heresia. Morte de Ataulfo, rei visigodo.
415-417 — Wallia, rei visigodo.
417 Morte de Wallia, rei visigodo.
417-418 — Papado de São Zósimo, grego.
417-451 — Teodorico, rei visigodo.
418-419 — Antipapa Eulálio.
418-422 — Papado de São Bonifácio I, romano.
419 Vândalos asdingos, que tinha recebido terras na Galécia (provavelmente na zona mais montanhosa do interior), atacam os suevos (que viviam nos montes Nerbasios, na região de Orense). Esta agressão serve de pretexto ao comes Hispaniarum Astério e ao vicarus Maurocelo para atacarem os Asdingos.
422 É enviado, sem sucesso, um exército romano para atacar os asdingos. Morte do rei dos vândalos asdingos, Gunderico.
422-432 — Papado de São Celestino I, da Campânia.
425 Os vândalos tomam Sevilha e Cartagena.
425-455 — Valentiniano III, Imperador do Ocidente.
428 Genserico, novo rei dos vândalos asdingos, ataca povoações nas ilhas Baleares.
428-477 — Genserico, rei dos vândalos asdingos e alanos.
429 Os vândalos, senhores do sul da Península, passam à África do Norte. Os visigodos desembarcam nas ilhas Baleares e em Tânger.
430-456 Consolidação do reino suevo na Península.
431 Idácio, bispo de Chaves, vai à Gália, sem sucesso, pedir ao magister militium Aécio que organize um ataque contra os suevos.
432-440 — Papado de São Sisto III, romano.
438 O príncipe suevo Réquila, associado ao trono pelo rei Hermerico, invade a Bética e devasta várias cidades da Lusitânia, entre elas Mérida e Mértola. O exército organizado pelo patriciado local, comandado por Andevoto, é derrotado nas margens do rio Genil.
440-461 — Papado de São Leão I (Magno), toscano.
441 Réquila, rei dos suevos.
441-446 — Réquila, de Sevilha (e com a conivência de alguns membros da aristocracia local) domina toda a Lusitânia e parte da Bética.
441-454 — “Bagauda” : perturbações na Península entre o Ebro e nas fronteiras dos povos bascos; revoltas locais contra as autoridades e os grandes proprietários pelos povos do norte (autóctones), os menos atingidos pela romanização.
445-450 — Últimos episódios do combate ao priscilianismo (heresia) por Toríbio de Astorga.
446 Os romanos, dirigidos por Vito, magister utriusque militiae (comandante de tropas compostas por soldados romanos e visigodos), tentam libertar-se dos suevos, mas são derrotados.
448 Morte de Réquila, rei suevo. (aprox.) O novo rei suevo, Requiário, converte-se ao catolicismo (um desafio aos arianos visigodos) e continua a assolar a Lusitânia, a Bética e mesmo a Cartaginense. É o primeiro rei bárbaro a cunhar moeda em seu nome.
449 Requiário se associa aos bandos da “bagauda”, dirigidos por um chefe chamado Basílio, para assolarem Tarazona e depois Saragoça e Lérida.
450-457 — Marciano, Imperador do Oriente.
451 Morte de Teodorico, rei visigodo.
451-456 — Teodorico II, rei dos visigodos. Política de extermínio visigoda contra os suevos.
453 Acordo de paz entre os hispano-romanos e suevos estabelecido pelo comes Hispaniarum Mansueto e pelo conde Frontão.
454 Os hispano-romanos pedem auxílio a Teodorico, rei dos visigodos, para combaterem a “bagauda”.
455-457 — Avito, Imperador do Ocidente.
456 Requiário, rei suevo, infringindo seus acordos, ataca a Cartaginense e, apesar do conde Frontão invocar o acordo anterior, invade também a Tarraconense, praticando o saque e fazendo numerosos cativos. Teodorico II, rei visigodo, atravessa os Pireneus e dirige-se a Galécia, derrotando os suevos junto ao rio Orbigo, perto de Astorga; marcha até Braga, que é inteiramente saqueada, sem poupar cidadãos romanos, clérigos e igrejas. Depois, segue até o Porto, vencendo Requiário novamente e o condenando à morte. Por fim, entrega o reino suevo a Agiulfo, seu "cliente" da tribo dos varnas. Morte de Teodorico II, rei dos visigodos.
456 - Invasão de Teodorico II, descrita por Idácio; a cidade terá sido saqueada e destruída.
457-474 — Leão I, Imperador do Oriente.
457-461 — Maioriano, Imperador do Ocidente.
459 Nepociano, magister militium na Hispânia do imperador do Ocidente, Maioriano, associa-se ao conde visigodo Sunierico para atacar os suevos de Lugo.
460 Maldras, chefe suevo que tinha se insubordinado contra Agiulfo (morto no castrum do Porto) luta pelo poder contra Frantano — duas facções suevas rivais. É assassinado neste ano e sucedido por Frumário. Outro exército visigodo, desta vez sem o apoio romano, apodera-se de Santarém. O imperador do Ocidente, Maioriano, permanece algum tempo entre Tarragona e Cartagena, para preparar um ataque naval contra os vândalos, do qual sai derrotado. Frumário prende Idácio, galaico-romano bispo de Chaves durante alguns meses por liderar uma tentativa oculta de negociação entre os galaico-romanos e Requimundo (líder da outra facção visigoda que substituiu Frantano).
461-468 — Papado de Santo Hilário, sardo. Severo, Imperador do Ocidente.
463 Os galaico-romanos conseguem suscitar uma nova intervenção visigoda na Galécia, enviando a Toulouse um membro local da antiga aristocracia senatorial, Palagório, para pedirem a Reodorico, rei visigodo, que impusesse a paz na região.
464 Frumário e Requimundo, chefes das facções suevas que lutam pelo poder, morrem. Surge um novo chefe, Remismundo, apoiado pelo rei visigodo Teodorico. Teodorico, rei visigodo, manda retirar o magister militum Arbório para a Gália — nomeado por ele para controlar a Hispânia — ficando então os hispano-romanos defendidos apenas por Vicêncio, dux provinciae da Tarraconense.
465 Remismundo, rei suevo, retorna ao arianismo graças à pregação do bispo Ajax (ariano) na Galécia. Casa-se com uma princesa visigoda e recebe a investidura das armas de Teodorico: aliança suevo-visigótica. Os suevos convertem-se ao arianismo.
466 Embaixada de Opílio para pedir auxílio do rei visigodo Eurico contra os suevos, que tinham atacado os galaico-romanos de Aunona (talvez na zona de Tui).
466-484 — Reinado visigodo de Eurico (sucessor de Teodorico): consolida seu domínio na Gália e conquista a Península, expulsando os romanos para o norte do rio Loire.
467 Os suevos saqueiam Conímbriga, que desde então perde toda sua importância (sua população já começara a transferir-se para Erminium — atual Coimbra).
467-472 — Antemo, Imperador do Ocidente.
468 Lusídio, governador romano de Lisboa, entrega a cidade aos suevos; logo a seguir os suevos possuem uma guarnição em Mérida (os visigodos os expulsam de Mérida pouco depois).
468-483 — Papado de São Simplício, tiburtino.
469 Os suevos são obrigados a evacuar Olisipone: Eurico os expulsa da Lusitânia, repelindo-os até a Galícia. Fim da crônica de Idácio, maiores dificuldades de informações do que se passa no ocidente da Península.
469-550 — Período obscuro sobre o reino suevo.
471 O imperador do Ocidente, Antímio, tenta, em vão, conter os avanços de Eurico, rei visigodo, na Provença.
472 Eurico, rei visigodo, ocupa a Tarraconense, por intermédio de tropas comandadas pelo seu general Heldefredo, que se unem aos restos do exército imperial (comandados pelo dux provinciae Vicêncio). A autoridade de Eurico na Provença e no Auvergne é sancionada pelo novo imperador do ocidente, Júlio Nepote.
472-475 — Júlio Nepote, Imperador do Ocidente.
474-475 — Divergências entre Eurico, rei visigodo, e os bispos católicos da Gália.
474-491 — Zenão, Imperador do Oriente.
475 Eurico, rei visigodo, rompe o tratado com o Império (de 418).
476 Rômulo Augústulo, Imperador do Ocidente.
483 Em Mérida, o dux Salla, governador militar às ordens de Eurico, rei visigodo, deixa uma inscrição romana da cidade e manda restaurar as muralhas, decerto para assegurar a defesa contra os suevos.
483-492 — Papado de São Félix II (III), romano.
484 Morte de Eurico, rei visigodo.
484-507 — Alarico, rei visigodo.
491-518 — Anastácio I, Imperador do Oriente.
492-496 — Papado de São Gelásio I, africano.
494 A partir desta data, transferência maciça de contingentes godos para a Península. Seu estabelecimento na região de Saragoça provoca uma revolta regional.
496 Baptismo de Clóvis.
496-498 — Papado de Anastácio II, romano.
497 A revolta de Saragoça — contra a presença visigoda — após três anos, é afogada em sangue.
498 Antipapa Lourenço.
498-514 — Papado de São Símaco, sardo.
Séc. VI - Abandono de algumas áreas da Braga romana; alterações do urbanismo romano; novo centro de gravidade na zona da actual Sé Catedral; mantêm-se as importações e actividades económicas.
501-505 — Antipapa Lourenço.
506 Nova revolta na região de Saragoça (também esmagada) — contra a presença visigoda — conduzida por um líder de nome Pedro. Alarico II, rei visigodo, se reconcilia com os bispos católicos reunidos no Concílio de Agde e promulga a Lex Romana Visigothorum, base do célebre código jurídico que perdurou na Hispânia até o século XIII: assimilação efetiva da cultura romana por parte de Alarico II.
507 Batalha de Voillé: vitória de Clóvis e seus francos e desaparecimento do reino visigodo de Tolosa (morte de Alarico); o fabuloso tesouro visigodo é capturado.
508-531 — Amalarico, rei visigodo.
514-523 — Papado de São Hormisdas, de Frosinone.
518-527 — Justino I, Imperador do Oriente.
521 Concessão do vicariato romano da Bética e da Lusitânia pelo papa Hormisdas ao metropolita Salústio de Sevilha.
523-526 — Papado de São João I, toscano.
526 Morte de Teodorico, rei ostrogodo; reinado independente de seu neto Amalarico (até 531).
526-530 — Papado de São Félix IV (III), de Sanio.
527-565 — Justiniano, Imperador do Oriente.
530 Antipapa Dióscoro, alexandrino.
530-532 — Papado de Bonifácio II, romano.
531 Último ano de um Prefectus Hispaniarum; após essa data, não houve sucessor: indício de uma crescente quebra de influência de Roma sobre a Península. O bispo Montano de Toledo acusa a igreja de Palência de, contaminada pela heresia prisciliana, apoiar o combate que contra ela travava o bispo Toríbio (da mesma diocese): os bispos católicos são apoiados pelos visigodos, apesar destes professarem a heresia ariana. Morte de Amalarico.
531-554 — General Teudis, sucessor de Amalarico, rei ostrogodo.
533-535 — Papado de João II, romano.
534 Destruição do reino dos vândalos pelo imperador Justiniano, imperador do Oriente.
535-536 — Papado de Santo Agapito I, romano.
536-537 — Papado de São Silvério, da Campânia.
537-555 — Papado de Vigílio, romano.
538 Carta do papa Vigílio ao bispo Profuturo, de Braga, acerca de algumas práticas litúrgicas.
542 Childeberto e Clotário apoderam-se de Pamplona e cercam Saragoça.
543 Peste de âmbito transcontinental.
548 Assassinato do General Teudis, sucessor de Amalarico, rei ostrogodo.
549 Assassinato do dux Teudisclo, sucessor do General Teudis, rei ostrogodo. Eleição do rei Ágila, visigodo (que fixa-se em Mérida; seu adversário, Atanagildo, proclama-se rei em Sevilha).
550 Chega à Galícia São Martinho, missionário romano da Panônia. Carrarico, rei dos suevos, converte-se ao catolicismo, segundo Gregório de Tours, — tendo como protagonista São Martinho de Dume (originário da Panônia—Hungria) — graças a uma cura milagrosa de seu filho Teodomiro, tocado pelas relíquias de São Martinho de Tours. Fixação de Ágila, rei visigodo, em Mérida.
554 Os bizantinos ocupam o sul da Península. Morte de Teudis, general e rei ostrogodo.
554-567 — Atanagildo, rei visigodo.
555 Assassinato de Ágila, rei visigodo; triunfo de seu adversário, Atanagildo.
555-561 — Papado de Pelágio I, romano.
558 — (?) Morte de Carrarico, rei dos suevos.
558 - 561 — (?) Ariamiro, rei dos suevos.
560-636 — Isidoro de Sevilha.
561 Concílio de Braga, suscitado por São Martinho de Dume.
561-570 — Teodomiro, rei dos suevos.
561-574 — Papado de João III, romano.
564-567 — Atanagildo, rei dos visigodos.
565 Atanagildo, rei visigodo, abandona o sul e fixa-se em Toledo: retirada de Mérida do primeiro plano da cena política.
565-578 — Justino II, Imperador do Oriente.
567 Morte de Atanagildo, rei dos visigodos. Após cinco meses, os visigodos elegem como rei a Liúva, duque de Septimânia, que resolve permanecer na Gália e associar ao trono seu irmão Leovigildo.
567-571 — Teodomiro, rei dos ostrogodos.
569 — (?) São Martinho de Dume sucede o bispo Lucrécio de Braga.
570 Leovigildo inicia uma série de campanhas que restituem aos visigodos a inteira supremacia sobre a Hispânia: conquista aos bizantinos (ainda nesse ano) Málaga, Medina Sidônia e Gibraltar.
570-583 — Miro, rei dos suevos.
571 Morte de Teodomiro, rei dos ostrogodos.
571-572 — Leuva, rei dos visigodos.
572 II Concílio de Braga, suscitado por São Martinho de Dume. Leovigildo submete Córdova, que ainda se mantinha independente. Ataque perpetrado pelo rei dos suevos, Miro, contra o povo dos ruccones, que se situava provavelmente na mesma zona dos montes Aregenses (ver ano 575).
572-586 — Leovigildo, rei  dos visigodos.
573 Leovigildo, rei dos visigodos, reduz à obediência o povo dos sappos, que viviam a ocidente de Zamora (próximo a Bragança), na fronteira com os suevos. Leovigildo torna-se rei dos visigodos de pleno direito, sucedendo seu irmão Liúva. Associa-se a seus dois filhos, Hermenegildo e Recaredo, e inicia uma política claramente inspirada nas instituições bizantinas e no direito romano (títulos, moedas e promulgação de uma versão atualizada do código visigótico).
574 Leovigildo, rei dos visigodos, dirige uma expedição na Cantábria.
574-579 — Papado de Bento I, romano.
575 Leovigildo, rei dos visigodos, dirige uma expedição aos montes Aregenses (provavelmente entre as cidades de Leão e Orense), onde dominava o rico proprietário Aspídio — revide ao ataque de 572.
576 Leovigildo ataca diretamente o rei dos suevos, Miro e este tem de pedir a paz, (morre na batalha). Sucede-lhe seu filho Eborico. Os aregenses, que habitavam na região de Orense e no norte de Portugal, sob a autoridade de um chefe chamado Aspígio, são dominados por Leovigildo, rei dos visigodos.
578-582 — Tibério I, Imperador do Oriente.
578-584 — Calamidades na Península (principalmente no sul da Lusitânia): numerosas e repetidas pragas de gafanhotos, com as conseqüentes más colheitas e fomes, seguidas de um surto de peste.
579 Morte de São Martinho de Dume, bispo de Braga. Casamento de Hermenegildo (filho de Leovigildo, rei dos visigodos) com Ingunda, princesa católica filha de Sigiberto da Austrásia. Leovigildo confia-lhe o governo da Bética e ele fixa-se em Sevilha. Ingunda converte-se ao catolicismo e passa a se distanciar do pai.
579-580 — Papado de Pelágio II, romano.
580 Concílio de Toledo: sublevação de Hermenegildo, filho de Leovegildo, rei dos visigodos (as cidades de Mérida, Sevilha e Córdova o apoiam) — lutas entre o catolicismo e o arianismo.
582 Hermenegildo pede apoio externo contra seu pai (suevos, bizantinos, à Austrásia e à Borgonha). Em resposta, Leovigildo ocupa Mérida e cerca Sevilha.
582-602 — Maurício I, Imperador do Oriente.
584 Revolta do caudilho Audeca contra Eborico (filho de Miro, ver ano 572) — Eborico aceita a submissão a Leovigildo, rei dos visigodos. Audeca encerra Eborico num convento e se casa com Sisegúntia, viúva do rei Miro. Leovigildo, ocupado com sua campanha em Sevilha, não interveio logo.
585 - Os Visigodos instalam-se em Braga.
585 Hermenegildo, atraiçoado por seus aliados é preso em Córdova, e assassinado (não se sabe se a mandado de seu pai). Extinção do reino suevo: seu último rei, Andeca, é derrotado em Bracara e Portucale. Leovigildo, rei dos visigodos, dirige-se à Galécia, prende Audeca num convento situado em Beja, apodera-se do tesouro régio e anexa o reino dos suevos — de nada vale a intervenção das tropas burgundas (enviadas por mar pelo rei Gontran e destroçadas no mar Cantábrico) nem a tentativa de revolta de um novo caudilho suevo, Amalarico (também derrotado): forte ocupação militar da Galécia.
586 Morte de Leovigildo, rei dos visigodos.
586-601 — Recaredo, rei dos visigodos — momento de esplendor e de equilíbrio do reino visigótico.
587 Recaredo consagra em Toledo (capital visigoda) a catedral de Santa Maria.
588 Calamidades naturais na Galécia.
589 III Concílio de Toledo: conversão de Recaredo ao catolicismo. Revolta ariana na Septimânia, com o apoio dos burgúndios: o dux Cláudio é encarregado por Recaredo, rei dos visigodos, de a reprimir (com a ajuda dos merovíngios da Austrásia). Após essa data, consumada a assimilação entre godos e hispano-romanos. sancionada pela supressão do arianismo.
590-604 — Papado de São Gregório I (Magno).
590-621 — João de Biclara, natural de Santarém, após ter peregrinado pelo oriente, funda um mosteiro e é sagrado bispo de Gerona, na Catalunha. Escreve uma crônica.
599 O dux Cláudio, provavelmente regressado à Lusitânia, continua ainda a ser um dos principais chefes do exército, além de ser considerado mesmo em Roma, uma autoridade de grande prestígio, pois foi um dos correspondentes a quem o papa Gregório Magno se dirigiu numa das suas cartas.
Séc. VII - Prossegue o abandono de algumas áreas da cidade de Braga; novos núcleos surgem em locais de culto cristão, como S. Vicente, S. Victor e S. Pedro de Maximinos; a cidade mantem ainda um importante núcleo populacional.
600-620 — Calamidades naturais na Galécia e Lusitânia.
601 Morte de Recaredo, rei dos visigodos.
601-612 — Sisebuto, rei dos visigodos.
601-642 — Longa crise política no reino visigótico: sucessão rápida de reis, fraqueza da monarquia perante a aristocracia e novos surtos de pestes e outras calamidades.
602-610 — Focas, Imperador do Oriente.
604-606 — Papado de Sabiniano, toscano.
607 Papado de Bonifácio III, romano.
608-615 — Papado de São Bonifácio IV, de Marsi.
610-641 — Heráclio I, Imperador do Oriente.
610-673 — Neste período, cinco referências de contingentes de tropas visigodas partem da Galécia para atacar bascos, asturianos e ruccones.
612 O duque Suintila submete os ruccones dentro das antigas periferias do reino suevo. Disposições de Sisebuto, contra os judeus. Morte de Sisebuto, rei dos visigodos.
612-615 — Campanhas de Sisebuto e Suintila contra os últimos redutos bizantinos na Península.
612-621 — Recaredo II, rei dos visigodos.
615-618 — Papado de São Deusdedit, ou Adeodato I, romano.
616 Início de forte perseguição aos judeus na Península.
619-625 — Papado de Bonifácio V, napolitano.
621 Morte de Recaredo II, rei dos visigodos.
621-631 — Suintuila é eleito rei dos visigodos.
623-625 — Novas campanhas dos visigodos contra os últimos redutos bizantinos.
625 Calamidades naturais na Galécia.
625-638 — Papado de Honório I, da Campânia.
628 Suintila expulsa os bizantinos do sul da Península.
631 Suintila é deposto do trono por Sisenando (morre no mesmo ano), louvado pelos bispos.
631-640 — Sisenando, rei dos visigodos.
631-641 — Calamidades naturais na Galécia e Lusitânia.
633 IV Concílio de Toledo: formulação da teoria política isidoriana (princípio do reinado eletivo): Sisebuto, rei dos visigodos é acusado dos piores crimes pelos padres congregados no concílio. Revolta em Mérida, opondo-se ao rei Sisenando, típico representante da facção pró-romana. Seus dois opositores: Geila e Iudila (o segundo chega a mandar cunhar moedas com seu nome e o título de rei).
639-640 — Papado de Severino, romano.
640 Morte de Sisenando, rei dos visigodos.
640-642 — Papado de João IV, dálmata. Tulga, rei dos visigodos.
641 Constantino II, Imperador do Oriente.
641-668 — Constante II Pogonato (= Constantino III), Imperador do Oriente.
642 Segunda revolta em Mérida (a primeira em 633): agora contra Chindasvinto, rei dos visigodos (tinha sido duque de uma província do norte da Hispânia antes de se apoderar do trono). Age com brutalidade, condenando à morte centenas de nobres, com o apoio do clero. Morte de Tulga, rei dos visigodos.
642-649 — Papado de Teodoro I, grego.
642-653 — Chindasvinto, rei dos visigodos: momento de recuperação da autoridade régia visigoda (uso constante da violência).
646 Concílio de Toledo: condenação de bispos da Galécia que exigiam contribuições excessivas das suas freguesias das suas dioceses e de viajarem com séquitos de mais de 50 pessoas.
649-653 — Papado de São Martinho I, de Todi (São Martinho foi preso e desterrado em junho de 653, Apesar de só haver falecido em setembro de 655, foi sucedido pelo papa Santo Eugênio em agosto de 654).
653 VIII Concílio de Toledo: perseguição aos judeus. Morte de Chindasvinto, rei dos visigodos.
653-672 — Rescevinto, rei dos visigodos.
654 Rescevinto, rei visigodo, promulga o Liber Iudiciorum — última versão do código visigótico, sob a forma depois transmitida depois aos reinos da Reconquista. O bispo de Mérida, Orôncio, pede ao rei Rescevinto a restauração dos direitos metropolíticos de Mérida até ao Douro, após a supressão do reino suevo.
654-657 — Papado de Santo Eugênio I, romano.
655 IX Concílio de Toledo.
655-672 — Recesvinto, rei dos visigodos. Após sua morte, fragmentação do poder político, novas pestes e fomes, o que mostra a incapacidade para resistir às invasões muçulmanas de 711-714.
656 X Concílio de Toledo, por ordem de Rescevinto, presidido por Eugênio II, bispo metropolitano: reorganização do calendário litúrgico.
657-672 — Papado de São Vitaliano, de Segni.
661 Dedicação da Igreja de San Juan de Baños.
665 Morte de São Frutuoso, bispo de Dume e Braga, que viveu no tempo do rei Rescevinto (era filho do dux da Galécia, parente do rei Sisenando, de família visigótica).
666 Concílio provincial de Mérida: as atas ainda se conservam e aludem à restauração dos direitos metropolíticos da cidade até o Douro.
668-695 — Justiniano II, Imperador do Oriente.
672 Morte de Rescevinto, rei dos visigodos.
672-676 — Papado de Adeodato II, romano.
672-680 — Wamba, rei dos visigodos.
674 Wamba, rei dos visigodos, comemora a edificação das muralhas de Toledo.
675 XI Concílio de Toledo. III Concílio de Braga: condenação dos "estranhos" usos litúrgicos do norte da Península, que incluíam a celebração da missa com leite ou uvas, emprego das alfaias sagradas para usos profanos e exageradas formas de veneração dos bispos portadores de relíquias. Condenação de bispos que dizem a missa sem a estola, que vivem com mulheres e castigam os presbíteros com penas corporais (açoites).
676-678 — Papado de Dono, romano.
678-681 — Papado de Santo Agatão, siciliano.
680 Wamba é destronado pela aristocracia. Morre no mesmo ano.
680-687 — Eurico, rei dos visigodos.
682-683 — Papado de São Leão II, siciliano.
683 XIII Concílio de Toledo: institucionalização do triunfo nobiliárquico e da feudalização do Estado.
684-685 — Papado de São Bento II, romano.
685-686 — Papado de João V, sírio.
686-687 — Papado de Cónon.
687 Antipapa Teodoro. Antipapa Pascoal. Morte de Eurico, rei dos visigodos.
687-701 — Papado de São Sérgio, sírio.
687-702 — Ergica, rei dos visigodos.
691-711 — Calamidades naturais na Galécia.
694 O futuro rei dos visigodos Witiza, associado ao trono por seu pai, Égica, tem a sede do seu poder em Tui (aí [?] fere de morte o pai de Pelágio).
695-698 — Leôncio, Imperador do Oriente.
698-705 — Tibério II, Imperador do Oriente.
Séc. VIII - Período de sucessivas destruições da cidade de Braga pelos Árabes e pela reconquista Cristã; despovoamento geral.
701-705 — Papado de João VI, grego.
702 Morte de Ergica, rei dos visigodos.
702-709 — Witiza, rei visigodo.
705-707 — Papado de João VII, grego.
705-711 — Justiniano II, Imperador do Oriente.
708 Witiza recusa o trono a seu filho Áquila, dux da Tarraconense e o entrega a Rodrigo, dux da Bética, último rei visigodo (a facção que preferia Áquila pede auxílio ao conde Julião, governador de Ceuta, que por sua vez negocia a intervenção dos muçulmanos — que haviam conquistado há pouco o norte da África). Papado de Sisínio, sírio.
708-715 — Papado de Constantino, sírio.
709 Morte de Witiza, ex-rei visigodo.
709-711 — Roderico, rei dos visigodos.
710 O chefe berbere Tarif ben Ziyad, com a conivência de um dignatário visigodo rebelde de nome Julian, conduz uma força invasora através do Estreito até Tarifa.
711 Batalha de Guadalete (perto de Cádiz): fim do domínio visigótico na Espanha. O rei dos visigodos, Roderico, é vencido pelos mouros liderados por Tarif ben Ziyad (morre no mesmo ano).
711-713 — Filípico, Imperador do Oriente.
711-714 — Tarif ben Ziyad e Musa ibn Nusair, "emires" na Península.
711-756 — Penetração e instalação de sucessivos grupos árabes e berberes.
712 O general árabe Musa ibn Nusair toma Medina, Sidônia e Sevilha, e cerca Mérida, que resiste por muitos meses, rendendo-se, sob pacto, em junho de 713.
713 Musa ibn Nusair instala-se, com a ajuda dos judeus revoltados, na capital (Toledo), submete também Huelva, Ossónoba (Faro) e Beja. Os visigodos de Niebla e Beja ocupam Sevilha, mas são dominados por Abd al-Aziz (filho de Musa ibn Nusair).
713-715 — Anastácio II, Imperador do Oriente.
714 Segunda campanha de Musa ibn Nusair: após ter-se reunido com Tarif ben Ziyad em Toledo (aí passando o inverno de 713-714) toma Burgos, Leão, Astorga, Lugo e talvez Viseu. Musa retorna a Damasco, cai em desgraça e é substituído por seu filho 'Abd al-Aziz (com o título de váli da Hispânia): realiza novas campanhas no território da Lusitânia—Évora, Santarém e Coimbra.
714-717 — Abdelaziz, "emir" da Península.
715 - Invasão/destruição de Braga pelos Árabes comandados por Abdelazim.
Várias incursões árabes e novas destruições.
715-717 — Teodósio III, Imperador do Oriente.
715-731 — Papado de São Gregório II, romano.
716 Assassinato de Abd-al-Aziz (filho de Musa ibn Nusair) pelos partidários do califa e substituído por al-Hurr ben Abd al-Rahman, que completa as conquistas da Península a oriente, na Catalunha.
717 Morte de Abdelaziz, "emir" da Península.
717-741 — Leão III, Imperador do Oriente.
718-719 — Alhor, "emir" da Península.
718-737 — Pelágio, líder (e 1º. rei) das Astúrias.
719 Morte de Alhor, "emir" da Península.
721 Eudes, duque da Aquitânia, bate os muçulmanos diante de Tolosa.
722 Batalha de Covadonga: vitória de Pelágio, que funda o reino das Astúrias (capital Oviedo).
730-732 — Abderraman de Gafeki, emir da Península.
731 Nascimento de Abd-al-Rahman I, futuro emir de Córdova.
731-741 — Papado de São Gregório III, sírio.
732 Batalha de Poitiers: vitória de Carlos (Martel), duque de Austrásia e Eudes, duque de Aquitânia, sobre os árabes. Morte de Abderraman, emir da Península.
735 Os muçulmanos tomam Arles.
737 Os muçulmanos tomam Avinhão e assolam o vale do Ródano até Lião.
737-739 — Reinado (2º.) de Favila, das Astúrias.
739-757 — Reinado (3º.) de Afonso I, das Astúrias: política de repovoamento da Galécia.
741 Sublevação dos berberes instalados na Península.
741-752 — Papado de São Zacarias, grego.
741-775 — Constantino V, Imperador do Oriente.
742 Balj ibn Bishr comanda um exército que reprime a revolta berbere. Recebe como recompensa o litoral mediterrâneo da Espanha, como feudo. Nascimento de Hisham I, futuro emir de Córdova (2º.).
750 (aprox.) Afonso I, o Católico, consolida o reino de Astúrias. Massacre dos omíadas ordenado pelos abássidas.
750-755 — Anos de seca e fome que dizimaram a população ibérica.
752 Papado de Estêvão II (algumas fontes costumam omitir o papa Estêvão II, falecido três dias após sua eleição, sem que fosse realizada sua consagração).
752-757 — Papado de Estêvão III (II), romano.
753 - 754 - Incursões de Afonso I das Astúrias.
756 Fundação do emirado omíada de Córdova (durará até 912). Início do reinado de Abd-al-Rahman I (neto do califa omíada Hixã).
756-788 — Abd-al-Rahman I, emir de Córdova.
757-767 — Papado de São Paulo I, romano.
757-768 — Reinado (4º) de Fruela I, na casa de Astúrias.
759 Pepino, o Breve expulsa os muçulmanos do sul da França (Narbona, última praça árabe).
760 Abd-al-Rahman I estabelece, com sua cunhagem de moedas, um novo sistema monetário. Nascimento de Hakam I, neto de Abd-al-Rahman I e futuro emir de Córdova (3º).
767-768 — Antipapa Constantino II, de Nepi.
768 Antipapa Filipe.
768-772 — Papado de Estêvão IV (III), siciliano.
768-774 — Reinado (5º) de Aurélio, das Astúrias.
772-795 — Papado de Adriano I, romano.
773 Aparecimento da numeração árabe.
774-783 — Reinado (6º) de Silo, na casa das Astúrias.
775-802 — Irene, Imperatriz do Oriente.
778 Expedição de Carlos Magno a Saragoça: batalha de Roncesvalles (para proteger sua independência contra o emir de Córdova, os governadores árabes do norte da Península apelaram para os francos, que avançaram até Saragoça).
783-788 — Reinado (7º) de Mauregato, o Usurpador, das Astúrias.
785 Início da construção da grande mesquita de Córdova. Carlos Magno retoma Gerona.
788 Heresia adocionista: desintegração da Igreja visigoda. Morte de Abd-al-Rahman I, primeiro emir de Córdova. Nascimento de Abd-al-Rahman II, filho de Hakam I de Córdova (4º).
788-791 — Reinado (8º) de Bermudo (Veremund) I, o Diácono, das Astúrias.
788-799 — Hisham I, (2º) emir de Córdova (filho de Abd-al-Rahman I).
791-842 — Reinado (9º) de Afonso II, o Casto, na casa das Astúrias: fortalecimento do reino astúrio e nascimento do sentimento neogoticista. Carlos Magno retoma Urgel.
794 Recepção da escola malequí em al-Andaluz.
795-816 — Papado de São Leão III, romano.
797 Reorganização do exército hispano-muçulmano por al-Hakam I. “Jornada do fosso” em Toledo.
799-822 — Hakam I, (3º) emir de Córdova.
Séc. IX - Persistência de um núcleo de população residente, centrado no quadrante NE da cidade romana (Braga).
800 O nome Castela aparece pela primeira vez para referir-se a um pequeno e fragmentado distrito nas montanhas cantábricas ao norte de Burgos.
801 Carlos Magno conquista Barcelona.
802-811 — Nicéforo I, Imperador do Oriente.
809 Carlos Magno alcança Tarragona: é a consolidação da marca hispânica.
811-813 — Miguel I, Imperador do Oriente.
813 “Motim do subúrbio”, em Córdova.
813-820 — Leão V, Imperador do Oriente.
816 Nascimento de Mohammed I, filho de Abd-al-Rahman II (4º emir de Córdova).
816-817 — Papado de Estêvão IV, romano.
817-824 — Papado de São Pascoal I, romano.
820-829 — Miguel II, Imperador do Oriente.
822-852 — Reinado de Abd-al-Rahman II, 4o. emir de Córdova, filho de Hakam I.
822 Abd-al-Rahman II consegue atrair para sua corte o cantor Ziriyab, que cria um conservatório de música em Córdova. Morte do 3º emir de Córdova, Hakam I.
824-827 — Papado de Eugênio II, romano.
825 Luís, o Pio, Imperador do Ocidente (814-840, n. 778), concede um privilégio ao mercador judeu Abraham de Saragoça.
827 Papado de Valentim, romano.
827-844 — Papado de Gregório IV, romano.
829-842 — Teófilo, Imperador do Oriente.
839 Refugia-se em Saragoça, Bodo, diácono do imperador Luís, o Pio, convertido ao judaísmo.
840-851 — Reinado (1º) de Inigo Arista, de Navarra.
842 Morte de Afonso II, o Casto, rei das Astúrias.
842-850 — Reinado (1º) de Ramiro I (filho de Bermudo I, o Diácono), da casa de Astúrias: repovoa Tui, Astorga, Leão e Amaia.
842-867 — Miguel III, Imperador do Oriente.
844 Início das incursões normandas no litoral peninsular. Antipapa João. Nascimento de Mondhir, filho de Mohammed I (5º emir de Córdova).
844-847 — Papado de Sérgio II, romano.
847-855 — Papado de São Leão IV, romano.
848 Nascimento de Afonso III, o Grande, rei das Astúrias.
850 Surge o conflito moçárabe; líder: padre Eulógio. Vários mártires cristãos. Morte de Ramiro I, rei das Astúrias.
850-866 — Reinado (11º) de Ordoño I (filho de Ramiro I), das Astúrias.
850-912 — Os cristãos progridem até a linha do rio Douro, assentando as bases do repovoamento do vale do rio.
851 Morte do mártir moçárabe de Beja, São Sisenando.
852 Navarra aparece como reino unificado sob Garcia I. Morte de Abd-al-Rahman II, 4º emir de Córdova.
852-886 — Reinado de Mohammed I, 5º emir de Córdova (filho de Abd-al-Rahman II).
855 Antipapa Anastácio.
855-858 — Papado de Bento III, romano.
858-867 — Papado de São Nicolau I (Magno), romano.
865-874 — Anos de fome e epidemias.
866 Morte de Ordoño I, rei das Astúrias.
866-909 — Fernando Gonzalez funda o condado de Castela, que se estende até o rio Douro.
866-910 — Reinado (12º) de Afonso III, o Grande, das Astúrias: repovoamento de Braga, Portucale, Orense, Eminum (Coimbra), Viseu e Lamego.
867-872 — Papado de Adriano II, romano.
867-886 — Basílio I, Imperador do Oriente.
868 Nascimento de Abdallah, filho de Mondhir, 6º emir de Córdova.
870 (aprox.) Carlos, o Calvo, rei de França (840-877, n. 823) encarrega um judeu de nome Judas de levar uma mensagem e soma de dez libras de prata ao bispo Frodoíno de Barcelona.
870 - Demarcação do termo de Braga pelo Conde Vímara Peres.
Assembleia de Bispos e nobres.
871 Reconquista de Coimbra pelos cristãos.
872-882 — Papado de João VIII, romano.
878 Hermenegildo Mendes, conde de Coimbra, repovoa a cidade.
878-898 — Vifredo, o "Velloso" unifica e dirige o repovoamento da Catalunha.
882-884 — Papado de Marino I, de Gallese. Antipapa Martinho II.
883 – Provável nascimento do mosteiro das Montanhas (Bouro), ermida de S. Miguel (dando origem no mosteiro da Abadia)
884-885 — Papado de Santo Adriano III, romano.
885-891 — Papado de Estêvão V, romano.
886 Morte de Mohammed I, 5º emir de Córdova.
886-888 — Reinado de Mondhir, 6º emir de Córdova.
886-913 — Leão VI, Imperador do Oriente.
888 Morte de Mondhir, 6º emir de Córdova.
888-912 — Reinado de Abdallah, 7º emir de Córdova.
889-922 — Carlos, o Simples, rei de França.
891 Nascimento de Abd-al-Rahman III, neto de Abdallah, 7º emir de Córdova.
891-986 — Papado de Formoso.
896 Papado de Bonifácio VI, romano.
896-897 — Papado de Estêvão VI, romano.
897 Papado de Romano, de Gallese. Papado de Teodoro II, romano.
898-900 — Papado de João IX, tiburtino.
900-903 — Papado de Bento IV, romano.
Séc. X - XI - A maior parte de Bracara Augusta estaria já abandonada e em ruínas, sendo estas aproveitadas como material de construção para novas edificações.
900-911 — Luís IV, o Menino, rei alemão.
900-924 — Eduardo I, rei da Inglaterra.
903 Papado de Leão V, de Andréia.
903-904 — Antipapa Cristóvão, romano.
904-911 — Papado de Sérgio III, romano.
905 Instala-se em Pamplona a dinastia Jimena.
905-925 — Reinado (2º) de Sancho Garces, de Navarra.
910-914 — Reinado (1º) de Garcia, de Leão.
911-913 — Papado de Anastácio III, romano.
911-918 — Conrado I, rei alemão.
911-924 — Arias Mendes (filho de Hermenegildo Guterres), conde de Coimbra.
912 Morte de Abdallah, 7º emir de Córdova. Morte de Afonso III, o Grande, rei das Astúrias.
912-961 — Califado de Abd-al-Rahman III, 1º califa de Córdova.
913 Nascimento de al-Hakam II, filho de Abd-al-Rahman III (1º califa de Córdova).
913-914 — Papado de Lando, sabiniano.
913-959 — Constantino VII e Romano I (920-914).
914 Transferência da capital de Olviedo para Leão: início da existência do reino de Leão. Morte de Garcia, rei de Leão.
914-924 — Reinado (2º) de Ordoño II (filho de Afonso III, o Grande), de Leão.
914-928 — Papado de João X, de Tosiquano.
915-919 — Anos de secas e fome na Península.
919-936 — Henrique I da Saxônia, rei alemão.
922 O condado de Aragão é incorporado ao reino de Pamplona.
922-923 — Roberto I, rei de França.
923 Os navarros ocupam a Rioja alta.
923-936 — Raul, rei de França.
924 Morte de Ordoño II, rei de Leão.
924-925 — Reinado (3º) de Fruela II, de Leão.
924-940 — Atelstano, rei da Inglaterra.
925 Morte de Fruela II, rei de Leão.
925-930 — Reinado (4º) de Afonso IV, o Monge, de Leão.
925-970 — Reinado (3º) de Garcia Sanchez I, de Navarra.
928 Papado de Leão VI, romano.
928-981 — Gonçalo Moniz (neto de Arias Mendes), conde de Coimbra.
929 Abd-al-Rahman III assume o título de califa em Córdova.
929-931 — Papado de Estêvão VII, romano.
930 Morte de Afonso IV, o Monge, 4º rei de Leão.
930-950 — Reinado (5º) de Ramiro II, de Leão.
931-936 — Papado de João XI, romano.
936-939 — Papado de Leão VII, romano.
936-954 — Luís IV, rei de França.
936-973 — Otão I Magno, rei alemão.
938 Primeiro documento em que Portucale aparece com um sentido regional: território ao sul do rio Lima e a norte do Douro, já separado da Galícia.
939-942 — Papado de Estêvão VIII, romano.
939-1058— Abu-Ibrahim Samuel ben Iosef Halevi ibn Nagrela, ministro judeu (1038-1058) do rei Habus de Granada: início da Idade de Ouro dos judeus na Espanha.
940-946 — Edmundo I, rei da Inglaterra.
942-946 — Papado de Marino II (Antipapa Martinho III), romano.
946-955 — Papado de Agapito II, romano. Edredo, rei da Inglaterra.
950 Morte de Ramiro II, 5º rei de Leão.
950-956 — Reinado (6º) de Ordoño III (filho de Ramiro II), de Leão.
950-997 — (?) Gonçalo Mendes, conde de Portucale.
951 — (aprox.) O condado de Castela (capital Burgos) torna-se estado independente por Fernando González.
954-986 — Lotário, rei de França.
955 Lisboa é atacada por Ordoño III, rei de Leão.
955-959 — Edvigo, rei da Inglaterra.
955-963 — Papado de João XII, tusculano.
956 Morte de Ordoño III, 6º rei de Leão.
956-967 — Reinado (7º) de Sancho I, o Gordo (filho de Ordoño III), de Leão.
959-963 — Romano II, Imperador do Oriente.
959-975 — Edgar, rei da Inglaterra.
961 Morte de Abd-al-Rahman III, 1º califa de Córdova.
961-976 — Califado de al-Hakam II, 2º califa de Córdova. Primeiro-ministro e médico judeu Hasdai ibn Isaac ibn Xaprut (Abu Yusuf); general Almançor (Maomé ibn Abi Amir).
963-964 — Papado de Leão VIII, romano (sua eleição foi realizada em 963, após haver sido deposto o papa João XII, que faleceu em maio de 964. Entretanto, existem dúvidas acerca da validade destes actos. Para aceitar como legítima a actuação de Leão VIII, haveria de admitir-se Bento V, eleito em maio e deposto em junho de 964, como antipapa).
963-969 — Nicéforo Focas, Imperador do Oriente.
964 Papado de Bento V, romano.
965-972 — Papado de João XIII, romano.
967 Morte de Sancho I, o Gordo, 7º rei de Leão.
967-982 — Reinado (8º) de Ramiro III (filho de Sancho I, o Gordo), de Leão.
969-976 — João I, Imperador do Oriente.
970 Morte de Fernando González, primeiro conde de Castela.
970-994 — Reinado (4º) de Sancho Abarca, de Navarra.
973-974 — Papado de Bento VI, romano.
973-983 — Otão II, rei alemão.
974 Fuero de Castrogeriz, concedido pelo conde Garcia Fernandez. Antipapa Bonifácio VII, romano.
974-983 — Papado de Bento VII, romano.
975 Nascimento de Hisham II, filho de Hakam II, 3º califa de Córdova.
975-979 — Eduardo, o Mártir, rei da Inglaterra.
976 Nascimento de Mohammed II, 4º califa de Córdova.
976-1008 — Califado de Hisham II, 3º califa de Córdova. Ditadura de Almançor — conquista Coimbra, Leão, e Zamora.
976-1025 — Basílio I, Imperador do Oriente.
978-1016 — Etelredo II, o Irresoluto, rei da Inglaterra.
980 Nascimento de Suleyman, 5º califa de Córdova.
980-1037 — (aprox.) Vida do filósofo persa Avicena (ibn Sina), que viveu por algum tempo em Saragoça.
982 Morte de Ramiro III, 8º rei de Leão.
982-999 — Reinado (9º) de Bermudo II (filho de Ordoño III), de Leão.
983-984 — Papado de João XIV, paduano.
983-1002 — Otão III, rei alemão.
984-985 — Antipapa Bonifácio VII (antipapa de 974).
985-996 — Papado de João XV, romano.
986-987 — Luís V, rei de França.
987 Almançor repõe Coimbra sob o jugo islâmico.
987-996 — Hugo Capeto, rei de França.
994-1000 — Reinado (5º) de Garcia Sanchez II, de Navarra.
996-997 — Notícia sobre Gonçalo Mendes como dux magnus das terras portucalenses, o que atesta a crescente autonomia e influência desta nova unidade política.
996-999 — Papado de Gregório V, saxão.
996-1031 — Roberto, o Santo, rei de França.
997 Almançor toma e arrasa Santiago de Compostela.
997-998 — Antipapa João XVI, romano.
999 Morte de Bermudo II, 9º rei de Leão.
999-1003 — Papado de Silvestre II, francês.
999-1008 — Mendo Gonçalves II (neto de Gonçalo Mendes), conde de Portucale.
999-1027 — Reinado (10º) de Afonso V, o Nobre, de Leão.
1000 (aprox.) Ramón Borrel I consegue a soberania do condado de Barcelona.
1000-1035 — Reinado (6º) de Sancho, o Grande (n. 992), de Navarra.
1002 Almançor invade Castela.
1002-1024 — Henrique II, rei alemão.
1003 Papado de João XVII, romano.
1003-1009 — Papado de João XVIII, romano.
1008 Califado de Mohammed II, 4º califa de Córdova. Morre no mesmo ano. Morte de Abd-al-Malik (filho de Almançor). Seu irmão Abd-er-Ramã Xandjul o substitui como primeiro-ministro. Morte de Mendo Gonçalves II, conde de Portucale. Sem ter deixado descendentes, o governo condal cai de novo na descendência direta de Vímara Peres, por intermédio de Auvito Nunes, com o exercício simultâneo da autoridade por parte da viúva de Mendo Gonçalves II, a condessa Tutadomma.
1008-1015 — Auvito Nunes, conde de Portucale.
1009 Deposição de Xandjul por uma revolução. Califado de Suleyman, 5º califa de Córdova.
1009-1012 — Papado de Sérgio IV, romano.
1010-1012 — Califado de Hisham II (reentronado), 6º califa de Córdova.
1012 Os berberes tomam e pilham Córdova. Antipapa Gregório VI.
1012-1017 — Califado de Suleyman (reentronado), 7º califa de Córdova.
1012-1024 — Papado de Bento VIII, tusculano.
1016 Morte de Hisham II, 3º (976-1008) e 6º (1010-1012) califa de Córdova.
1016-1035 — Canuto, o Grande, rei da Inglaterra.
1017 Fuero de Leão. Morte de Suleyman, 5º (1009) e 7º (1012-1017) califa de Córdova.
1017-1021 — Califado de Ali ibn Hamoud, 8º califa de Córdova.
1017-1028 — Nuno Auvites, conde de Portucale. Seu casamento com uma filha de Mendo Gonçalves II volta a unir as famílias Nunes e Mendes. O cargo condal transmite-se então em linha direta a Mendo Nunes (1028-1050) e a Nuno Mendes (1059-1071), último conde de Portucale.
1018-1033 — Raimundo Berengário, conde de Barcelona.
1020 Testemunho da arabização das comunidades cristãs da Beira: o cádi de Sevilha, Abul-l-Qasim realizou uma expedição a Lafões, onde encontrou uma população cristã que falava árabe, e trouxe para sua terra 300 cativos.
1021 Morte de Ali ibn Hamoud, 8º califa de Córdova.
1021-1022 — Califado de Abd-al-Rahman IV, 9º califa de Córdova.
1022 Morte de Abd-al-Rahman IV, 9º califa de Córdova. Califado de Alcasim, 10º califa de Córdova. Morre no mesmo ano.
1022-1023 — Califado de Abd-al-Rahman V, 11º califa de Córdova (os cordoveses expulsam os berberes de Córdova e o instalam no trono).
1023-1024 — Abd-al-Rahman V é deposto por Mohammed al-Mustaqfi III, novo califa (12º). Sevilha independente de Córdova — dinastia abádida sevilhana.
1024 Morte de Mohammed al-Mustaqfi III.
1024-1027 — Califado de Yahya ibn Ali, 13º califa de Córdova.
1024-1032 — Papado de João XIX, tusculano.
1024-1039 — Conrado II, rei alemão.
1026 — (?) O abade Tudeildus de Vacariça se refugia em Leça, junto ao Porto, ficando aí até o resto de sua vida — exemplo de emigração moçárabe.
1027 Morte de Yahya ibn Ali, 13º califa de Córdova. Morte de Afonso V, o Nobre, 10º rei de Leão.
1027-1031 — Califado de Hisham III, 14º califa de Córdova.
1027-1037 — Reinado (11º) de Bermundo III, de Leão.
1028-1050 — Mendo Nunes, penúltimo conde de Portucale.
1030 Sancho, o Grande, de Navarra, estimula a introdução da regra de São Bento nos  monastérios de seus reinos. Nascimento de Afonso VI, de Leão e Castela (filho de Sancho II).
1031 Abdicação de Hisham III (morre no mesmo ano). Fim de facto do califado de Córdova. Ibn Jauar primeiro cônsul do conselho de estado. Primeiros reinos de taifas (1031-1085).


1031-1060 — Henrique I, rei de França.
1032 Fernando I, o Magno, segundo filho de Sancho, o Grande, de Navarra, reúne sob um mesmo reino Castela e Leão.
1032-1045 — Papado de Bento IX, tusculano (Bento IX ocupou o sólio pontifício em três ocasiões diferentes).
1035 Sancho III, o Grande, de Navarra, deixa o reino de Aragão a seu terceiro filho, Ramiro I (ver abaixo). Toledo independente de Córdova.
1035-1040 — Haroldo, Pé-de-lebre, rei da Inglaterra.
1035-1054 — Reinado (7º) de Garcia Sanchez III, de Navarra.
1035-1065 — Reinado (1º) de Ramiro I, de Aragão.
1037 Unificação da meseta em benefício de Castela, com Fernando I, o Magno, de Castela e Leão e Astúrias (Galícia e Portugal). Derrota e morte do (11º) rei de Leão Bermundo III. Al-Ma'mun, rei de Toledo.
1037-1065 — Reinado (1º) de Fernando I, o Magno, de Leão e Castela (filho de Sancho, o Grande, de Navarra, 1000-1035).
1038-1058 — Ministério do rabino Samuel Halevi (Ismail ibn Nagrela) em Córdova.
1038 Batalha de Tamarón: morte de Bermuto, rei de Leão.
1039-1056 — Henrique III, rei alemão.
1040-1042 — Hardicanute, rei da Inglaterra.
1042-1066 — Eduardo III, o Confessor (Santo), rei da Inglaterra.
1042-1068 — Reinado em Sevilha de Abad al-Mutadid — dinastia abádida.
1045 Os cristãos reconquistam Calahorra. Antipapa Silvestre III.
1045-1046 — Papado de Gregório VI, romano.
1046-1047 — Papado de Clemente II, saxão.
1047-1048 — Papado de Bento IX, tusculano.
1048 Duas famílias da cidade italiana de Amalfi solicitam permissão ao califa fatímida Mustansir Billah (1036-1094) para construir um hospital em Jerusalém, entregue aos cuidados de monges beneditinos. Papado de Dâmaso II, bávaro.
1049-1054 — Papado de São Leão IX, de Egesheim.
1050 Concílio de Coyanza.
1054 Morte de Garcia Sanchez III, 7º rei de Navarra.
1055-1057 — Papado de Vítor II.
1056-1106 — Henrique IV, rei alemão.
1057 Conquista de Lamego no reinado de Fernando I, o Magno, de Castela, Leão e Astúrias.
1057-1058 — Papado de Estêvão IX, loreno.
1058 Conquista de Viseu no reinado de Fernando I, o Magno, de Castela, Leão e Astúrias. Morte do ministro Nagrela de Córdova. Seu filho Jossef ibn Nagrela o sucede no cargo.
1058-1059 — Antipapa Bento X, romano.
1058-1061 — Papado de Nicolau II, borgonhês.
1059-1071 — Nuno Mendes, último conde de Portucale.
1060-1108 — Filipe I, rei de França.
1061-1073 — Papado de Alexandre II, milanês.
1061-1072 — Antipapa Honório II, veronês.
1063 Fuero de Jaca, concedido por Sancho Ramirez de Aragão. Fernando I, o Magno, de Castela, Leão e Astúrias recebe a homenagem do rei muçulmano de Toledo e conduz para Leão o corpo de Santo Isidoro (onde erige a grande basílica de Leão). O papa Alexandre II (milanês, 1061-1073) prega a cruzada na Península.
1064 — Conquista definitiva de Coimbra no reinado de Fernando I, o Magno, de Castela, Leão e Astúrias. Os cruzados tomam a cidadela de Barbastro: recolhem imenso espólio. Fundação da primeira escola em Portugal, instalada em Coimbra, tendo um monge beneditino como responsável.
1064-1068 — Administração do moçárabe Sisenando (morto em 1091) em Coimbra, seguindo uma política de grande autonomia face ao poder central do reino de Leão.
1065 Morte de Fernando I, o Magno. Os muçulmanos retomam Barbastro. Morte de Ramiro I, 1º rei de Aragão.
1065-1072 — Reinado (2º) de Sancho II (filho de Fernando I, o Magno), de Leão e Castela.
1065-1094 — Reinado (2º) de Sancho I Ramirez, de Aragão.
1066 Insurreição popular em Granada. Pogroom: o ministro judeu Jossef ibn Nagrela é crucificado por uma multidão enraivecida e grande número de judeus são assassinados. Os sobreviventes deixam Granada por um bom tempo. O papa Alexandre II (milanês, 1061-1073) felicita o conde Raimundo Berengário I de Barcelona por sua sabedoria em preservar da morte os judeus em seus territórios. Haroldo II, rei da Inglaterra.
1066-1087 — Guilherme I, o Conquistador, rei da Inglaterra.
1067-1107 — Sultanato almorávida (1o.) de Yusuf ibn Teshonfin.
1068-1091 — Reinado em Sevilha de al-Mutamid — dinastia abádida — um dos maiores poetas da Espanha muçulmana.
1070-1090 - Bispo D. Pedro.
1070 (aprox.) Introdução da Reforma Cluniacense na Península. Os almorávidas fundam Marrakech. Restauração do bispado de Braga.
1070? – Mosteiro de Adaufe, Braga, fundado por D. Nuno Odoris e sua mulher Dª Adosinda Viscoy ou Giscoy, falecidos em 1078 e 1085, respectivamente, conforme epitáfios sepulcrais.
1071 Morte do conde português Nuno Mendes em Pedroso numa revolta contra o rei de Galiza, perto de Braga: decadência da nobreza condal portucalense.
1072 Batalha de Golpejera (janeiro): Afonso VI é derrotado por seus irmãos. Morte de Sancho II, de Leão e Castela.
1072-1109 — Reinado (3º) de Afonso VI (filho de Sancho II), de Leão e Castela.
1073-1085 — Papado de São Gregório VII, toscano.
1074 Assassinato de al-Ma'mun em Córdova.
1075 Início da construção da catedral de Santiago de Compostela sob as ordens do mestre francês Bernard le Vieux. Morte de Sesnando, bispo do Porto.
1075-1091 — Pedro, bispo de Braga, governa a Sé do Porto.
1076 Desaparição do reino de Navarra, com sua repartição entre Castela e Aragão. Fuero de Sepúlveda, concedido por Afonso VI de Leão e Castela.
1076-1094 — Reinado (8º) de Sancho III Ramirez (filho Sancho I Ramirez de Aragão, 1065-1094).
1077 Construção da catedral de Jaca. Primeira referência ao mosteiro de Tibães: uma doação de Boa Gonçalves à Sé de Braga da sexta parte dos bens que possuía em Tibães, localizados perto de “onde agora se fundou o mosteiro”. Admite-se que a fundação do mosteiro terá ocorrido pouco antes desta data por iniciativa de D. Paio Guterres da Silva, maiorino de Afonso VI.
ADB – Gavetas, LIBER FIDEI, fl. 46 46v. (Costa, 1965, 158:doc.,136)
1080 Concílio de Burgos: substituição do rito moçárabe pelo romano. Afonso VI de Leão e Castela impõe o rito romano a todo seu reino. Bernardo de Sédirac chega a Castela como abade de Sahagún. Restauração do bispado de Coimbra. Antipapa Clemente III, parmesão.
1081 O papa Gregório VII (toscano, 1073-1085) pede a Afonso VI de Leão e Castela para não deixar os judeus dominar, em suas terras, os cristãos e exercer seu poder sobre eles. Nascimento de Urraca, de Leão e Castela (filha de Afonso VI).
1083 Afonso VI de Leão e Castela em Tarifa.
1084-1100 — Antipapa Clemente III, parmesão.
1085 Afonso VI de Leão e Castela reconquista Toledo. Morte do papa Gregório VII. Afonso VI de Leão e Castela funda o centro de Logroño.
1085-1117 — Movimentos comunais anti-senhoriais no reino de Castela.
1086 Batalha de Segrajas e de Zala: Afonso VI, rei de Leão e Castela, é derrotado em ambas pelos almorávidas, liderados por Iusuf ibn Tashfin. Afonso VI, atribuindo ao "debilitante" uso dos banhos públicos a derrota de seu exército em Zala, manda destruí-los. A grande mesquita toledana torna-se catedral, consagrada por Bernardo de Sauvetat, cluniacense, arcebispo de Toledo (1086-1125). D. Paio, Abade de Tibães, confirma como “Abbas de Arcisterio Tibillianes” a doação de Miguel Frojaz à Sé de Braga, o que atesta a importância do Mosteiro de Tibães em “rendas e edifícios”. (ASCENSÃO 1745, fl. 45)
1086-1087 — Papado de Vítor III, de Benevento.
1087 Uma segunda cruzada na Península, liderada por Raimundo de Saint-Gilles, conde de Toulouse e Eudes I, duque da Borgonha. Morte do bispo de Coimbra, Paterno, que resistiu à introdução do rito romano.
1087-1100 — Guilherme II, o Ruivo, rei da Inglaterra.
1088 Bernardo primaz da Espanha. Na Galícia, revolta do conde Rodrigo Olveques contra Afonso VI de Leão e Castela. Concílio de Husillos, perto de Palença: Afonso VI de Leão e Castela e o arcebispo de Toledo, na presença do legado papal Ricardo, sagra bispo de Coimbra Crescónio, que tem de esperar pela morte do alvazil Sisnando (1092) para tomar posse.
1088-1099 — Papado de Urbano II, francês.
1089 Bernardo sagra a catedral de Braga.
1090 Fuero de Estella. Iusuf ibn Tashfin toma Granada. Aliança muçulmana-cristã contra Iusuf. (aprox.) Casamento de Raimundo de Borgonha com Urraca, filha de Afonso VI de Leão e Castela.
1090 – Menciondo, num documento de demanda, o nome do abade do Mosteiro de Rendufe. Fundado por Egas de Penagata, mestre das Ordens dos Templários, num couto doado por D. Henrique, aos frades benedetinos do mosteiro da Abadia.
1090-1145 — Dominação almorávida em Al-Andaluz: Yusuf ben Tasufin, emir de Marrocos, atravessa o estreito e se apodera sucessivamente de Granada, Málaga e Sevilha.
1091 Os almorávidas matam o rei de Sevilha. Morte do alvazil de Coimbra, Sesnando, que resistia à introdução da liturgia romana.
1092 Derrota de Afonso VI de Leão e Castela em Jaén. Crescónio, bispo de Coimbra, sagra a igreja abacial de Pendorada. Morte de Sisnando, governador de Coimbra e fiel servidor de Fernando, o Magno e Afonso VI de Leão e Castela: recusou-se a receber o rito romano (era adepto do rito moçárabe, ou hispânico). Crescónio de Tui (fiel ao rito romano), designado bispo de Coimbra pelo Concílio de Husillos.
1093 Al Mutawakkil, rei de Badajoz (reino taifa) entrega Lisboa, o castelo de Sintra e Santarém a Afonso VI de Leão e Castela. Bernardo, núncio papal para toda a Espanha. Eleição de Dalmácio, monge francês de Cluny, para o bispado de Santiago de Compostela. Soeiro Mendes, senhor de Maia, governador de Santarém e da fronteira.
1094 Tomada de Valência por El Cid, rei de Valência em nome de Afonso VI de Leão e Castela: derrota um exército almorávida vindo da África. D. Raimundo governa o território desde a Galícia ao Tejo. Casamento de D. Teresa (herdeira de Leão e Castela) com D. Henrique, quarto filho do duque de Borgonha (recebe como dote o Condado Portucalense). Os almorávidas retomam Lisboa e Sintra. Crescónio, bispo de Coimbra, consegue junto ao conde D. Raimundo o patronato do mosteiro da Vacariça, da diocese de Coimbra. Morte de Sancho III Ramirez de Navarra (filho de Sancho I, 2º rei de Aragão).
[Primeira referência ao nome de Vacariça é de 1002 numa doação registada no Livro Preto da Sé de Coimbra, daí se considerar que a sede de freguesia tem mais de mil anos.
Foi cabeça de um antigo couto constituído pelas freguesias de Vacariça, Luso e Mealhada onde o antigo mosteiro tinha influência bem documentada desde o Mondego até ao Douro, infelizmente não chegou aos nossos nenhuma prova física do velho mosteiro, apenas os seus relatos documentados.]
1094-1104 — Reinado (3º) de Pedro I de Aragão.
1095 Derrota do conde D. Raimundo na tentativa de recuperar Lisboa aos almorávidas. Começo do governo no condado de D. Henrique ao sul do Minho. Fuero de Logroño e Santarém, concedido por Afonso VI de Leão e Castela; no mesmo ano este ainda funda o centro de Sahagún. Morte de al-Mutamid no Marrocos como prisioneiro de Iusuf. Pregação da Cruzada em Clermont pelo papa Urbano II.
1096 Morte de Dalmácio, bispo de Santiago de Compostela. Vacância do bispado até 1101, com a eleição de Diego Gelmírez. O conde D. Henrique dá um foral à cidade de Guimarães (residência habitual dos antigos condes portucalenses) e outro ao burgo de Constantim de Panoias. O papa Urbano II manda voltar os espanhóis que seguiam para Jerusalém (1ª cruzada).
1096-1099 — Primeira Cruzada. Tomada de Edessa e Antioquia, Fundação do reino latino de Jerusalém.
1097 El Cid derrota um segundo exército africano nas portas de Valência.
1099 Morte do Cid. Governo em Valência de Ximena. Geraldo, eleito bispo de Braga, sagrado pelo primaz de Toledo na abadia de Sahagún: desenvolve intensa atividade eclesiástica, moral e administrativa.
1099-1108 — Maurício Burdino governa a diocese de Coimbra.
1099-1118 — Papado de Pascoal II, de Ravena.
1100 Batalha de Malagón: D. Raimundo e D. Henrique juntos no combate. Geraldo, bispo de Braga, consegue em Roma, junto ao papa Pascoal II, o reconhecimento da dignidade metropolítica para a sua sé. Nasce o infante Sancho, filho de Afonso VI de Leão e Castela e da moura Zaida, nora do rei de Sevilha. O papa Pascoal II nega o pedido de Afonso VI de Leão e Castela para participar da Cruzada.
1100-1102 — Antipapa Teodorico, de Santa Rufina.
1100-1135 — Henrique I, Beauclerc, rei da Inglaterra.
1101 Eleição de Diego Gelmírez para o bispado de Santiago de Compostela (auge do bispado).
1102 Os almorávidas apoderam-se de Valência, abandonada por Afonso VI de Leão e Castela. Antipapa Alberto, sabiniano.
1103 Batalha de Vatalandi, onde morre Soeiro Fromarigues, senhor de Grijó. Geraldo, bispo de Braga, consegue em Roma, junto ao papa Pascoal II, a enumeração das seguintes dioceses sufragâneas: Astorga, Mondoñedo, Orense e Tui (na Galiza), e Porto, Coimbra, Lamego e Viseu (em Portugal). O conde D. Henrique põe-se a caminho de Jerusalém (não chegou a realizá-la). O conde D. Henrique em Sahagún.
1104 (Fevereiro, março maio e setembro) O conde D. Henrique em Castela. Afonso VI de Leão e Castela passa a considerar o infante Sancho seu herdeiro. Morte de Pedro I, 3º rei de Aragão.
1104-1108 — Peregrinação de Maurício Burdino, diácono de Coimbra, a Jerusalém.
1104-1134 — Reinado de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e (4º) Aragão.
1105 O conde D. Henrique em Santo Isidro de Las Dueñas e Burgos. Pacto entre D. Henrique (casado com D. Teresa) e D. Raimundo (casado com Urraca) sobre a sucessão do reino de Leão e Castela, na presença do legado cluniacense Dalmácio Geret: Henrique reconhece Raimundo como legítimo herdeiro dos reinos de Leão, Castela e Galiza, colocando-se como seu vassalo. Nasce Afonso Raimundes, filho de Raimundo e Urraca.
1105-1111 — Antipapa Silvestre IV, romano.
1105-1125 — Período de anarquia devido à luta pela sucessão do reino de Leão e Castela: processo de feudalização.
1106 Afonso VI de Leão e Castela cai doente. Nascimento de Afonso VII, o Imperador (filho de Urraca, neto de Afonso VI de Leão e Castela).
1106-1108 — O conde D. Henrique em Portugal.
1106-1125 — Henrique V, rei alemão.
1107 Morte do conde D. Raimundo (de Borgonha). Morte do (1º) sultão almorávida, Yusuf ibn Teshonfin.
1107-1144 — Sultanato almorávida (2o.) de Ali ibn Yusuf.
1108 Batalha de Uclés: morte do filho único de Afonso VI de Leão e Castela (o infante D. Sancho) em derrota diante os mouros. Afonso VI manda reunir cortes em Toledo para decidir a sucessão do trono. Morte de São Geraldo. Maurício Burdino o sucede na arquidiocese de Braga. Peregrinação do clérigo bracarense Honoricus a Jerusalém.
1109 Morte de Afonso VI de Leão e Castela em Toledo. Morte do abade Hugo de Cluny, partidário do conde D. Henrique. (?) O conde D. Henrique toma o castelo de Sintra. O papa Pascoal II exorta o clero português que anime o povo a continuar a guerra contra os mouros. O príncipe norueguês Sirgud diz, a respeito de Lisboa, que sua população é "meio cristã, meio pagã".
1109-1114 — União fugaz entre Leão-Castela e Aragão: matrimônio de Urraca e Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão.
1109-1126 — Reinado (4º) de Urraca, de Leão e Castela (filha de Afonso VI).
1110 (Janeiro) Batalha de Valtierra: D. Henrique participa a serviço de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão, e Urraca contra o rei de Saragoça. (Outubro) Batalha de Candespina: D. Henrique luta com o rei de Aragão contra as tropas da rainha Urraca. (Novembro) D. Henrique passa para o lado de Urraca e cerca o marido desta (Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão) em Peñafiel. O papa Pascoal II exorta novamente o clero português a incentivar o povo a continuar a guerra contra os mouros. Conde D. Henrique e D. Teresa doam ao Mosteiro de Tibães as terras adjacentes ao mesmo e fazem-lhe a outorga da Carta de Couto que passa de três legoas em giro e onde o Dom Abade detém, entre outras, as jurisdições de Ouvidor, Capitão-Mor, Caudel-Mor e Repartidor das Armas e escolhe o Juiz do Couto no crime e no cível. (ASCENSÃO 1745, fl. 45)
1111 Os almorávidas, sob o comando de Sir ben Abu Bakr, apoderam-se de Santarém e Saragoça. Rebelião dos habitantes de Coimbra contra delegados do conde D. Henrique: foral da cidade. Martinho Moniz se rebela contra D. Henrique. Forais de Sátão, Soure, Tavares e Azurara da Beira que reproduzem o modelo de Coimbra.
1111-1112 — O conde D. Henrique em Leão e Coimbra, onde pacifica a cidade.
1111-1127 — Guerras entre Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão e seu genro Afonso VII, o Imperador, de Castela (1126-1157).
1112 O conde D. Henrique em Astorga, onde morre. D. Teresa regente. Restauração do bispado de Portucale. Hugo de Compostela é nomeado para a diocese do Porto. Foral de Tavares concedido por D. Henrique.
1113 Bula do papa Pascoal II (de Ravena, 1099-1118): o hospital de Jerusalém torna-se uma ordem religiosa subordinada apenas ao papa. O legado papal Pôncio de Cluny chega à Hispânia e excomunga todos os que apoiavam a união dos soberanos de Leão e Castela.
1114 Os almorávidas avançam até Barcelona. Bula papal que separa Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão de Urraca. Sagração episcopal do bispo de Lugo, sufragâneo de Braga.
1115 Tomada de Toledo pelos cristãos.
1116 Primeira menção conhecida de uma feira na Península: a de Belorado. Os mouros tomam Miranda do Corvo e o castelo de Santa Eulália.
1117 Raimundo Berengário III, conde de Barcelona, unifica o espaço político catalão. Os mouros incendiam os arrebaldes de Coimbra: morte de centenas de cristãos. Urraca, rainha de Leão e Castela, assina um acordo com os representantes de Afonso Henriques, reconhecendo sua autoridade sobre Galiza e Toledo, reservando para si o governo de Leão e o resto de Castela.
1118 Afonso I, o Batalhador, rei de Navarra e Aragão, toma Saragoça, que se torna a capital do reino aragonês. Em Jerusalém, fundação da Ordem do Templo. Tomada da cidade de Alcalá de Henares.
1118-1119 — Papado de Gelásio II, gaetano.
1118-1121 — Antipapa Gregório VIII, francês.
1119-1124 — É eleito papa o arcebispo de Vienne com o nome de Calixto II, tio paterno de D. Afonso Raimundo, o jovem rei de Galiza: papado de Calixto II, borgonhês.
1120 Na Palestina, Raymund du Puy organiza a Ordem do Hospital como uma ordem religiosa e militar. (17/02) Bula papal que atribui a Diego Gelmírez, arcebispo de Santiago de Compostela, direitos metropolíticos sobre Mérida (ainda sob o jugo muçulmano), com dioceses sufragâneas de Coimbra e Salamanca. (18/02) O arcebispo de Santiago de Compostela Diego Gelmírez é nomeado legado da Sé Apostólica sobre as províncias eclesiásticas de Braga e Mérida. A rainha de Leão e Castela Urraca invade Portugal e saqueia todo o território: D. Teresa refugia-se no castelo de Lanhoso, sujeitando-se à irmã.
1121 O arcebispo de Braga consegue do papa os direitos metropolíticos sobre as dioceses de Viseu, Lamego e Idanha, todas pertencentes outrora à província de Mérida, portanto sufragâneas de Santiago de Compostela. Casamento de Urraca Henriques, filha de D. Teresa, com Bermundo Peres (da família dos Travas).
1122 Bula papal ordenando a D. Teresa a libertação do arcebispo de Braga. Concordata de Worms: fim de uma fase da luta das Investiduras. Peregrinação de Petrus Gunsalviz a Jerusalém.
1124 Morte do arcebispo Bernardo. Afonso VII arma-se cavaleiro em Santiago de Compostela. Antipapa Celestino II, romano.
1124-1130 — Papado de Honório II, de Imola.
1125 Fundação da feira de Ponte de Lima. Começam em Toledo as grandes traduções do árabe para o latim. (?) D. Afonso Henriques arma-se cavaleiro em São Salvador de Zamora no dia de Pentecostes.
1125-1126 — Afonso I, o Batalhador, rei de Navarra e Aragão, realiza uma expedição a Andaluzia, trazendo em seu regresso a Aragão um importante contingente de moçárabes. Nascimento em Córdova de Maimônides (1126-1198), médico e filósofo judeu.
1125-1137 — Lotário I, rei alemão.
1126 Morte de Urraca, rainha de Leão e Castela. Ali ben Yusuf deporta milhares de moçárabes para a África, sob o pretexto de haverem colaborado com Afonso I de Aragão.
1126-1157 — Reinado de Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela.
1126-1152 — Episcopado de Raimundo em Toledo.
1126-1198 — Vida do filósofo hispânico Averróis.
1127 Acordo de Zamora entre Afonso VII de Leão e Castela, D. Teresa e Fernão Peres. Ação militar de Afonso VII de Leão e Castela contra o rei de Aragão: acordo no vale de Tâmara. Afonso VII de Leão e Castela submete pela força sua tia D. Teresa, que se recusava a prestar-lhe vassalagem. Cerco de Guimarães: expedição militar de Afonso VII de Leão e Castela a Portugal, resistência de D. Afonso Henriques. Primeiro foral de Satão.
1128 Batalha de S. Mamede: D. Afonso Henriques vence sua mãe D. Teresa e os nobres partidários da ligação com a Galícia e passa a governar com o título de rei (D. Afonso I): infante e príncipe (1128-1139). (?) D. Teresa doa a primeira casa conventual dos hospitalários em Portugal, o mosteiro de Leça do Bailio. Raimundo Bernardo, cavaleiro templário, dirige-se à Península para reunir dinheiro e alistar membros para a Ordem. Em março, se encontra na corte portuguesa. (19.03) A Ordem do Templo se instala em Portugal: D. Teresa doa à ordem o castelo do Soure, no rio Mondego e todas as terras entre Coimbra e Leiria, as quais estavam despovoadas e ainda em poder dos infiéis (confirmado em 29 do mesmo mês). O co-regente conde Fernando e dezesseis nobres portugueses, apoiam a doação do lugar de Fontacarda de D. Teresa aos templários.  Concílio de Troyes estabelece a regra da Ordem do Templo. Morte do conde Pedro Froilaz, tutor de Afonso VII de Leão e Castela. Foral de Guimarães confirmado por D. Afonso Henriques.
1128-1137 — Afonso I de Portugal em rebelião aberta contra Afonso VII, de Leão e Castela.
1129 Doação de Afonso I de Portugal a Monio Rodrigues (documento onde afirma a posse de todas as cidades de Portugal). (?) Afonso I de Portugal entrega o castelo de Soure aos templários, confirma a doação do castelo do Soure e se declara "irmão templário". Lourenço Viegas de Ribadouro, filho de Egas Moniz, primeiro alferes-mor do palácio luso.
1130 Morte de D. Teresa, a condessa portucalense destronada.
1130-1143 — Papado de Inocêncio II, romano.
1130-1138 — Antipapa Anacleto II, romano.
1130-1284 — Atividade da "Escola de Tradutores" de Toledo.
1130-1136 — Fernão Cativo, segundo alferes-mor do palácio luso.
1131 Afonso I de Portugal abandona Guimarães, antiga residência dos condes de Portucale, para fazer de Coimbra o centro de suas deslocações através de seus domínios.

1131-1162 — Raimundo Berengário IV, conde de Barcelona.
1132 Fundação do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra por D. Telo, arcediago da Sé Catedral. Anteriormente a essa data, os cavaleiros hospitalários, sob a chefia do vigário da ordem, Paio Galindes, se estabelece em Portugal, adquirindo bens imóveis (documento de Santa Cruz de Coimbra).
1132-1142 — Traduções de João de Sevilha.
1133 — São Teotônio, prior da comunidade de Santa Cruz de Coimbra.
1134 Morte de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão: restauração do reino de Navarra. Em seu testamento, Afonso I, o Batalhador, que não deixou herdeiros, doou seu reino às ordens do Templo e do Hospital. Concílio de Tarragona, em Aragão: nenhum sarraceno pode abraçar o judaísmo e nenhum judeu pode tornar-se sarraceno. Os Regrantes introduzem a regra de Santo Agostinho em mosteiros antigos no norte do país. Afonso I de Portugal concede albergaria a Marão, com o intuito de repovoamento e confia sua proteção à Santa Sé.
1134-1137 — Reinado (5o.) de Ramiro II, o Monge, de Aragão (irmão de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão).
1134-1150 — Reinado (9o.) de Garcia Ramirez IV, de Navarra.
1135 Nascimento em Córdova de Maimônides (1135-1204), médico, teólogo e filósofo judeu. Coroação de Afonso VII, rei de Castela, em Burgos, como imperador. Construção do castelo de Leiria por Afonso I de Portugal. Morte de Ermígio Moniz, irmão de Egas Moniz e provável chefe da linhagem de Ribadouro. Isenção canônica dos cônegos regrantes de Coimbra. D. Afonso Henriques concede ao Mosteiro de Tibães o Couto de Donim, situado junto ao Rio Ave, entre Guimarães e Braga, e dá ao Abade de Tibães o título de Reverendíssimo. (TOMÁS 1974, 382)
1135 – Sismo que causou danos na Sé Episcopal, de Braga, sendo Arcebispo D. Paio Mendes da Maia
1135-1154 — Estêvão de Blois, rei da Inglaterra.
1136 Foral de Miranda do Corvo. Foral de Seia. Afonso I de Portugal concede albergaria a Gavieiras e confia sua proteção à Santa Sé.
1136-1146 — Egas Moniz de Ribadouro, magnate portucalense, segundo como dapifer curiae, espécie de mordomo-mor da corte de Afonso I de Portugal.
1137 Tratado de Tui, para a paz entre portugueses e leoneses. Morte de Ramiro II, o Monge, 5o. rei de Aragão. Constituição da coroa de Aragão: matrimônio de Raimundo Berengário IV de Barcelona e Petronila, filha de Ramiro II, o Monge, de Aragão. Assim, o condado de Barcelona é unido ao reino de Aragão. Foral de Penela. (?) Um exército português é exterminado perto de Tomar.
1137-1139 — Foral da pequena comunidade rural de Ansiães concedido por Afonso I de Portugal.
1137-1162 — Reinado (6o.) de Petronila, de Aragão.
1138 Antipapa Vítor IV (atuou apenas dois meses).
1138-1141 — Garcia Mendes de Sousa, provavelmente irmão mais novo do mordomo-mor Gonçalo de Sousa, terceiro alferes-mor do palácio luso.
1138-1152 — Conrado III, rei alemão.
1139 — (?) Batalha de Ourique: vitória de Afonso I de Portugal sobre os muçulmanos; começa a utilizar o título de rei: 1139-1185. Bula papal Omne datum optimum estabelece os privilégios da Ordem do Templo. Segundo foral de Satão, concedido por Afonso I de Portugal. Isenção canônica do mosteiro canonical de Grijó.
1140 Afonso I de Portugal invade a Galícia e reconquista Santarém. Santarém já possui uma comunidade judaica com sinagoga (a mais antiga de Portugal). Cistercienses e premonstanenses estabelecem seus primeiros monastérios na Península. (?) Os mouros arrasam o castelo de Leiria. (?) Presença de Afonso I de Portugal em Valdevez. Afonso I de Portugal concede carta de couto aos cavaleiros hospitalários, comprovando a posse de Leça do Bailio com seus bens e couto. Auge da carreira de Ibn Jachia, judeu favorito de Afonso I de Portugal, mordomo real e cavaleiro-mor. D. Afonso Henriques couta os domínios tibanienses de Vila Mendo e Estela, junto à Póvoa de Varzim. Os domínios do Mosteiro de Tibães passam a estender-se das margens do Cávado à cidade de Braga, do Ave à costa Atlântica, transformando-o num dos mais ricos e prestigiados mosteiros da Arquidiocese de Braga. (TOMÁS 1974, 382)
1140-1217 — Oito frotas de cruzados do Mar do Norte ou do Canal da Mancha são retidas pelos portugueses e convencidas a guerrear os mouros na Península.
1142 Afonso I de Portugal manda construir o castelo Germanelo, junto ao Rabaçal, além (?) dos castelos de Alvorge e Ancião. Segundo o primeiro foral de Leiria, Afonso I de Portugal recupera o castelo de Leiria. (?) Uma considerável armada de cruzados devasta os arredores de Lisboa.
1142-1144 — Foral de Germanelo concedido por Afonso I de Portugal.
1142-1145 — Álvaro Peres, provavelmente irmão de Fernão Cativo, quarto alferes-mor do palácio luso.
1143 Intervenção do legado papal Guido da Vico (cardeal e diácono de São Cosme e Damião). Tratado de Zamora: Afonso VII, o Imperador, de Castela, reconhece o novo reino de Portugal. É oficialmente o nascimento do reino. Afonso I de Portugal coloca o reino sob a proteção (vassalagem lígia) da Santa Sé. Presença de Afonso I de Portugal em Zamora. Morre em Marrocos o emir Ali ben Yusuf. Após demoradas negociações entre Raimundo Berengário IV e Roberto de Craon (mestre templário), ficou acertado que os templários ficariam com Monzón e outros lugares de Aragão. Desde essa data se encontra em Portugal o cavaleiro templário Hugo de Martônio, que mais tarde recebe o título de mestre dos templários em Portugal. Sancho I de Portugal incumbe o mestre do Hospital de fazer chegar às mãos do papa, por dois cavaleiros que iam à Roma, 504 morabitinos, em que importavam, à razão de 04 onças, os anos decorridos desde o Concílio de Latrão III.
1143-1144 — Papado de Celestino II, de Città di Castello.
1144 Ataque dos mouros ao castelo de Soure, de propriedade templária: a ordem é derrotada. Os discípulos de Ibn Qasi ("muridin", os adeptos) tomam Mértola e lhe entregam a cidade para governar. Foral de Espinho, Panoias, no concelho de Mortágua, concedido por Afonso I de Portugal. Morte do 2o. sultão almorávida, Ali ibn Yusuf.
1144-1145 — Papado de Lúcio II, bolonhês.
1144-1147 — Sultanato almorávida de Teshoufin ibn Ali.
1145 Fim da dominação almorávida em al-Andaluz: segundos reinos de taifas em Mértola, Silves e Évora. O concelho de Coimbra proíbe seus cidadãos de ir a Jerusalém para a Segunda Cruzada. Apelação em Coimbra para seus habitantes auxiliarem os do castelo de Leiria. Casamento de Afonso I de Portugal com Matilde, filha do conde Amadeu II de Sabóia e Piemonte. A Ordem do Templo recebe em Portugal uma região florestal, onde fundarão Pombal e Redinha. (Agosto) O arcebispo de Braga, D. João, com o seu cabido, e com a aprovação e o consentimento de Afonso I de Portugal, confirmou e de novo concedeu aos templários o hospital que o arcebispo D. Paio havia fundado e dotado em Braga, para uso dos pobres e miseráveis.
1145-1153 — Papado de Eugênio III, pisano.
1146 Penetração almôada na Península (os reinos independentes de al-Andaluz são submetidos). Mendo Fernandes de Bragança, quinto alferes-mor do palácio luso.
1146-1149 — Segunda Cruzada na Terra Santa. Cruzada contra os vênedos (rio Elba, Alemanha Oriental).
1146-1155 — Fernão Peres Cativo, de origem galega, terceiro mordomo-mor do palácio, um dos mais fiéis seguidores de Afonso I de Portugal e fundador da casa de Soverosa.
1147 Afonso I de Portugal reconquista (com a ajuda dos cruzados) Lisboa, Santarém e al-Usbuna: fixação da linha do Tejo: oferece domínios aos cruzados que quiseram ficar em Portugal. Os templários recebem de Afonso I de Portugal vastos domínios, juntamente com os direitos eclesiásticos de Santarém, logo depois da conquista da cidade, quando foi ajudado por alguns cavaleiros da ordem (primeira entrada dos templários nos exércitos do rei português). Tomada de Almería por Afonso VII, o Imperador, de Castela. Nascimento de Santo Antônio de Lisboa. Fundação em Portugal da Ordem de Avis. Conquista de Sevilha por Barraz ben Muhammad al-Masufi, general do califa almôada Abd al-Mumin. Afonso VII, o Imperador, de Castela, toma o porto mediterrâneo de Almeria. Morte do 3o. sultão almorávida, Teshoufin ibn Ali (fim do sultanato almorávida).
1147-1163 — Sultanato almôada de Abd-el-Moulmin (1o.)
1147-1169 — Pêro Pais da Maia, sexto alferes-mor do palácio luso.
1148 Raimundo Berenguer IV de Aragão reconquista Tortosa. Protestos de Afonso VII, o Imperador, de Castela, quanto às nomeações eclesiásticas de Afonso I de Portugal para os bispados de Lisboa (o inglês Gilberto de Hastings), Viseu Odório e Lamego (o cônego regrante de Coimbra Mendo). Todos sagrados pelo arcebispo de Braga, que assim afirma sua independência de Santiago de Compostela e Toledo: resposta do papa Eugênio III.
1148 – De origem Ermemitica (Mosteiro de Bouro), esteve inicialmente sob a invocação de S. Miguel, era masculino. O primeiro rei de Portugal fez doação do couto aos Frades, sendo Abade D. Paio Nunes, em recompensa pela influência decisiva que teve nas lutas da reconquista.
1149 Raimundo Berenguer IV de Aragão toma Lérida e Fraga.
1150 Afonso VII, o Imperador, de Castela, toma Uclés. A partir desta data, os combates decisivos eram travados, do lado cristão, pelas ordens militares, e do lado muçulmano, pelos cavaleiros voluntários dos ribat, que faziam da guerra santa um ato de piedade. Morte de Garcia Ramirez IV, 9o. rei de Navarra.


1150-1180 — Traduções de Gerardo de Cremona e de Domingo González.
1150-1194 — Reinado (10.) de Sancho V, o Sábio, de Navarra.
1151 Afonso VII, o Imperador, de Castela põe cerco a Jaén. Tratado de Tudilém entre Afonso VII, o Imperador, de Castela e Raimundo Berengário IV, de Aragão, sobre a partilha das terras a conquistar. Ibn Qasi tenta uma aliança com Afonso I de Portugal; é morto (1152) e sua cabeça entregue espetada na lança que recebera de presente de Afonso I de Portugal. O bispo de Lisboa, Gilberto de Hastings vai à Inglaterra pregar a cruzada e tentar convencer seus compatriotas a organizarem uma expedição a Sevilha, esperada por Afonso VII, o Imperador, de Castela. Foral de Arouce (junto a Lousã) concedido por Afonso I de Portugal. (?) Morte de Ibn Jachia, judeu, mordomo real, cavaleiro-mor e favorito de Afonso I de Portugal.
1151 – Inscrição no pavimento da capela mor, do Mosteiro de Rendufe, o que demonstra já a sua existência.
1152 Criação da feira de Valladolid. Foral de Mesão Frio e Banho (junto a São Pedro do Sul) concedido por Afonso I de Portugal.
1152-1190 — Frederico I Barbaroxa, rei alemão.
1153 Primeira menção conhecida de uma feira em Catalunha: a de Moyá. Fundação em Portugal da abadia cisterciense de Alcobaça. Afonso I de Portugal chama os Cistercienses a Alcobaça, dando-lhes enorme território, onde esta ordem começa a desbravar. Acordo de Sahagún: Fernando (II) assina um acordo com seu irmão Sancho (III), no qual reserva para si a posse da zona do Alentejo e Algarve.
1153 – Surge identificado pela dupla invocação de Santa Maria e S. Miguel de Bouro. Os primeiros eremitas vão agrupar-se segundo as regras de S. Bento, constituindo-se, em Mosteiro
1153-1154 — Papado de Anastácio IV, romano.
1154 Foral concedido por Afonso I de Portugal aos cavaleiros de Sintra. Isenção canônica do mosteiro canonical de Refojos de Lima. Visita do cardeal legado Jacinto a Coimbra, Tibães e Tui.
1154-1159 — Papado de Adriano IV, inglês.
1154-1189 — Henrique II Plantageneta, rei da Inglaterra.
1155 Bispos portugueses tomam parte no concílio de Valladolid, no qual o cardeal legado Jacinto promulga uma expedição contra os mouros e concede indulgências. Nascimento de Afonso VIII de Castela, filho de Sancho III de Castela.
1156 Domínio almôada no sul de Portugal. Fundação em Castela da Ordem de Alcântara. (?) Afonso I de Portugal faz mais doações a mestre Gualdim Pais, o procurador dos templários em Portugal (Foral de Ferreira). Os templários dão foral a Ferreira de Alves.
1156-1169 — Foral de Barcelos concedido por Afonso I de Portugal.
1157 Criação da Ordem religiosa-militar de Calatrava. Morte de Afonso VII, o Imperador, de Castela em Fresneda: separação dos reinos de Castela e Leão. O califa Abd al-Mumin colocou seu filho Abu Yaqub Yusuf como governador de Sevilha, e este suprimiu por completo a autonomia dos reinos de taifas. O único a resistir foi o de Múrcia (até 1172). Os mouros recuperam o porto de Almeria.
1157-1158 — Reinado (1º.) de Sancho III, de Castela, filho de Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela.
1157-1167 — D. Gonçalo de Souza, mordomo-mor.
1157-1188 — Reinado (1º.) de Fernando II de Leão, filho de Afonso VII, o Imperador.
1158 — (?) Afonso I de Portugal toma Alcácer do Sal com a ajuda de alguns cruzados. Tratado de Sahagún entre os filhos de Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela. Morte de Sancho III, 1o. rei de Castela, filho de Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela. Afonso I de Portugal passa aos templários uma carta de liberdade e imunidade para eles e suas terras, igrejas, homens e quaisquer possessões que tivessem ou viessem a ter.
1158-1214 — Reinado (2º.) de Afonso VIII, o Nobre, de Castela, filho de Sancho III de Castela.
1159 Afonso I de Portugal doa à Ordem do Templo o castelo de Ceras (ou Cera), algum tempo mais tarde transferido para Tomar (ver 1160). Os templários ficam assim encarregados da defesa de Santarém e de Lisboa, além de desenvolverem intensa atividade colonizadora. Isenção canônica para os templários em Portugal. Os templários dão foral à Redinha.
1159-1164 — Antipapa Vítor IV (deveria chamar-se Vítor V, mas como o anterior Vítor IV atuou apenas dois meses, resolveu repetir o número IV).
1159-1181 — Papado de Alexandre III, sienês.
1160 — (?) Fundação da Ordem de Santiago. Foral de Celeirós concedido por Afonso I de Portugal. Afonso I de Portugal recebe em Tui o conde de Barcelona, Raimundo Berenguer IV para negociar com ele o casamento de seu filho Raimundo com a princesa Mafalda: política de aproximação entre Portugal e a Catalunha ou Aragão. Afonso I de Portugal e Fernando II de Leão encontram-se no mosteiro beneditino de Celanova, na Galiza, celebrando um acordo que restituía a Fernando II a cidade de Tui e o respectivo território. Os templários fundam a primeira igreja, sob a invocação de Santa Maria do Olival. Lançam também os fundamentos do castelo de Tomar, sobre um alto e escarpado cerro, na margem direita do rio Nabão. Também se dá princípio à vila de Tomar.
1160-1190 — Templários e Hospitalários portugueses colocaram no mercado os rendimentos das suas enormes propriedades no Norte.
1161 — (?) Repovoamento de Cidade Rodrigo (antiga Augusto-briga) por Fernando II de Leão. Visita dos núncios Teodino e Leão em Coimbra, para recolher dinheiro para a Santa Sé.
1162 Geraldo sem Pavor toma a cidade de Beja aos muçulmanos. Afonso I de Portugal exerce atos de soberania sobre Límia. Peregrinação do conde Gonzalo a Jerusalém. A vila de Tomar, pertencente aos templários, já possui um bom número de povoadores; mestre Gualdim dá-lhe foral. Morte de Petronila, 6ª. rainha de Aragão. Morte de Santo Teotônio, primeiro prior do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
1162 - Documento da chancelaria de D. Afonso Henriques, datado de Outubro, fala de uma pequena ermida que existia no local (Mosteiro da Abadia).
1162-1196 — Afonso II, conde de Barcelona, 7o. rei de Aragão (filho de Ramon Berenguer IV).
1163 Isenção canônica aos mosteiros cistercienses de Tarouca e Lafões. Gilberto de Hastings, bispo de Lisboa, vai à França pedir a Luís VII voluntários para a cruzada na península. Afonso I de Portugal recupera Toronho e estende sua autoridade a Salamanca. Morte do 1o. sultão almôada, Abd-el-Moulmin. Canonização de Santo Antônio. A cidade de Viseu toma-o como padroeiro.
1163-1178 — Sultanato almôada (2o.) de Yusuf abou Yacoub.
1164 Isenção canônica para o mosteiro de Alcobaça. A Ordem de Calatrava é confirmada pelo papa Alexandre III.
1164-1168 — Antipapa Pascoal III, cremonense.
1165 Conquista definitiva de Évora por Geraldo sem Pavor; toma ainda as cidades de Trujillo, e Cáceres. Afonso I de Portugal se encontra com Fernando II de Leão em Pontevedra e selam novo acordo de paz. Afonso I de Portugal doa aos templários Idanha-a-Velha e Mosanto.
1166 Foral de Évora. Geraldo sem Pavor toma os castelos de Montánchez, Serpa e Juromenha; se instala nesta última, assediando Badajoz. Fernando II de Leão conquista Alcântara. (?) Afonso I de Portugal manda edificar o castelo de Coruche. Fernando II de Leão se casa com Urraca Afonso, filha de Afonso I de Portugal. Entram em Portugal alguns membros da ordem castelhana de Calatrava, estabelecendo-se em Évora.
1167 Fuero de Benavente, concedido por Fernando II de Leão. (?) Morte de Gonçalo Mendes de Souza, quarto mordomo-mor do palácio luso. Sucede-lhe o conde Vasco Sanches de Barbosa.
1168 — (?) Visita Portugal mestre Pedro, com funções de coletor da cúria.
1168-1178 — Antipapa Calisto III, arentino.
1169 Desastre de Afonso I de Portugal e Geraldo sem Pavor em Badajoz: Fernando II de Leão, aliado dos almôadas, aprisiona o rei de Portugal (o solta em seguida). Foral ao concelho de Linhares concedido por Afonso I de Portugal. Pêro Pais da Maia, sexto alferes-mor do palácio luso, incompatibilizado com Afonso I de Portugal, passa ao reino de Leão, onde Fernando II lhe confia o mesmo cargo na sua corte. Afonso I de Portugal faz uma doação à catedral de Tui. Afonso I de Portugal, em Lafões, doa aos templários a terça parte de tudo o que conquistasse no Alentejo. O príncipe D. Sancho de Portugal passa a orientar a política portuguesa.
1169-1175 — Foral de São João da Pesqueira concedido por Afonso I de Portugal.
1170 Fernando II de Leão funda a Ordem de Santiago da Espada (de Cáceres, de Uclés, ou de Santiago). As ordens de Calatrava e Santiago se instalam em Portugal. Sayyid Abu Hafs, irmão do califa em Marrocos, comanda um poderoso exército e chega a Badajoz; retirada de Fernando II de Leão. Afonso I de Portugal arma cavaleiro seu filho Sancho (I), de 17 anos, no dia da festa da Assunção de Nossa Senhora. Os cavaleiros templários, que já fazem há mais de vinte anos a defesa de Lisboa, são reforçados para lá do Tejo pela ordem de Évora, e na Beira interior, pelos de Santiago. Os templários dão foral aos povoadores do castelo de Almourol.
1170-1231 — Dominação almôada em al-Andaluz.
1172 Começa a construção da catedral de Ávila. Construção do minarete da mesquita de Sevilha, "La Giralda". Morte de Ibn Mardanish, o "rei Lobo" de Múrcia, último a resistir ao avanço almôada. Seu filho decide submeter-se ao califa Abu Yaqub. (?) Geraldo sem Pavor ataca e pilha Beja. Afonso I de Portugal entrega o castelo de Mosanto (dos templários) à Ordem de Santiago, além da vila de Arruda.
1173 Beja é abandonada. Acordo de Sevilha: o conde Nuno de Lara (tutor do pequeno rei Afonso VIII, filho de Sancho III) e Afonso I de Portugal pedem uma trégua de cinco anos a Yusuf I. Geraldo sem Pavor passa a servir o califa e se instala em Sevilha (até 1176). Visita do cardeal Jacinto a Portugal.
1174 Casamento de Sancho I, filho de Afonso I de Portugal, com D. Dulce, filha de Raimundo Berenguer IV, rei de Aragão. Fernando II de Leão tem de suportar o ataque de Abu Hafs, um dos chefes, de Abu Yaqub Yusuf. Este toma as fortalezas de Alcântara e de Cáceres; cerca ainda a Cidade Rodrigo, que conseguiu resistir. Afonso I de Portugal concede carta de couto ao mosteiro cisterciense de Santa Maria de Aguiar. O foral da vila de Tomar (ver 1162), dos templários, é ampliado. Os templários dão foral aos povoadores do castelo do Zezêre.
1174-1175 — Yusuf I manda repovoar Beja e reconstruir suas muralhas.
1175 — (?) Afonso I de Portugal funda a Ordem de Évora, milícia portuguesa, e entrega seu comando ao governador militar de Lisboa e da Estremadura, Gonçalo Viegas de Lanhoso. Fernando II de Leão, pressionado pela Santa Sé, separa-se de sua esposa Urraca Afonso, filha de Afonso I de Portuga e irmã de Sancho.
1176 Afonso I de Portugal confia a defesa de Coruche à Ordem de Évora. Os templários dão foral aos povoadores da terra e castelo de Pombal.
1177 Tomada de Cuenca pelos castelhanos. Estatutos da Ordem de Santiago. Fernando II de Leão organiza uma expedição de contra-ataque aos almôadas, chegando até Jerez e Arcos de la Frontera. O arcebispo de Braga Godinus e Marchus vão até Roma, talvez tenha ido à Terra Santa.
1178 Fernando II de Leão repele um ataque de seu sobrinho Afonso VIII de Castela em Terra de Campos. Sancho I de Portugal organiza uma expedição em território muçulmano, alcançando e destruindo os arredores de Sevilha, na margem direita do Guadalquivir. Morte do 2o. sultão almôada, Yusuf abou Yacoub.
1178-1199 — Sultanato almôada (3o.) de Yacoub ibn Yousouf.
1179 Reconhecimento da independência de Portugal pelo papa Alexandre III (bula Manifestis probatum): Afonso I de Portugal quadruplicou o censo que pagava à cúria romana, pagando de uma só vez 1.000 peças de ouro. Forais de Lisboa, Santarém, Évora e Coimbra: estímulo das atividades comerciais e artesanais. Tratado de Cazorla entre Afonso VIII, o Nobre, de Castela e Afonso II de Aragão (repartição de terras a conquistar em território muçulmano, excluindo qualquer vassalagem entre eles): Afonso VIII, o Nobre, de Castela, renuncia assim a qualquer pretensão de supremacia sobre Aragão. D. Afonso I de Portugal dispõe em seu testamento de "8.000 mosmodiz e 400 marcos de prata menos 24, pelo que dá 162 maravedis e 6.000 maravedis maiores"  à Ordem do Hospital. Gonçalo Viegas de Lanhoso, mestre da Ordem de Évora, é chamado para organizar a defesa da zona de Lisboa, atacada constantemente por mar. Multiplicação dos ataques mouros: represálias ao ataque de Sancho I a Sevilha. Abrantes sofre um ataque conduzido pelo próprio filho do califa e por seu irmão.
1179-1180 — Antipapa Inocêncio III, de Sezza.
1180-1190 — A mais intensa produção literária portuguesa relacionada com o tema de cruzada ou da guerra santa.
1180 — (aprox.) Fuero de San Sebastián, concedido por Sancho VI de Navarra. Batalha de Arganal (perto de Cidade Rodrigo): Sancho I de Portugal (ainda infante) sofre pesada derrota frente a Afonso VIII, o Nobre, de Castela (seu tio) em sua ofensiva sobre a região de Ribacoa. Coruche (pertencente aos cavaleiros de Évora) é atacada pelos almôadas: seu castelo é destruído e seus habitantes levados em cativeiro.
1180-1223 — Filipe II Augusto, rei de França.
1181 Paz de Medina de Rioseco: Afonso VIII, o Nobre, de Castela e Sancho I de Portugal. (Maio) Ataque do váli de Sevilha, Abu Abd Allah Muhammad ben Wanudin a Évora.
1181-1185 — Papado de Lúcio III, lucano.
1182 Isenção canônica para o mosteiro de Santa Maria de Aguiar. (?) Passam a desempenhar as mesmas funções dos chanceleres-mores, já designados mestres (formados em Direito ou Teologia), os criados do rei, provavelmente de origem não-nobre.
1183 — (01.07) Novas hostilidades entre Sancho I de Portugal e Afonso VIII, o Nobre, de Castela, entre Fresno e Lavandera (pretensões expansionistas de Sancho I de Portugal).
1184 — Grande ofensiva fracassada dos almôadas contra Santarém, onde morre o emir de Marrocos Yacub Yusuf (a cidade foi defendida por Sancho I de Portugal). É aclamado emir Yaqub al-Mansur, filho de Yacub Yusuf.
1185 Morre D. Afonso I (Henriques) de Portugal.
1195 – O Mosteiro de Bouro adoptou a observância Beneditina e a comunidade foi filiada à Ordem de Cister, sendo mencionada pela primeira vez, nas actas do Capitulo Geral de Cister de 1208.