Raízes de uma
matriz (Minhotos)
Cronologia:
138-136 a. C. - Primeira expedição
romana ao Noroeste peninsular, comandada por D. Junius Brutus; batalha contra os Bracari
que controlavam o território entre Douro e Cávado.
31a.C.-14 Augusto - Pacificação do Noroeste
(guerras cantábricas); reorganização administrativa da Hispânia; fundação de Bracara
Augusta; criação dos conventos jurídicos; construção
da rede viária do Noroeste.
3-2 a.C. - Visita do legado P.
Fabius Maximus a Bracara e
edificação de um altar a Augusto.
11-12 - Primeiros miliários que testemunham a
construção das vias XVI; XVII e XIX.
14-68 Júlios-Cláudios - Povoamento de Bracara
Augusta e desenvolvimento da cidade; prosseguimento
da rede viária; organização do culto imperial; primeiros edifícios públicos
(Alto da Cividade, um templo); rede de saneamento (cloaca do Antigo Albergue
Distrital); desenvolvimento das actividades económicas (metalurgia, olaria,
comércio).
42-44 - Dedicatória a C. Ceatronius Miccio, governador da Citerior, feita pelos cidadãos romanos que negociavam em
Braga, que testemunham a importância do comércio na cidade.
69-96 Flávios - Grande crescimento
urbanístico de Bracara; construção de edifícios
públicos e ocupação sistemática dos quarteirões (casa das Carvalheiras, domus
de Santiago); desenvolvimento das actividades artesanais; reparação das vias e
construção da Via Nova (XVIII do Itinerário);
promoções jurídicas de peregrinos à cidadania romana; inscrições na Tribo
Quirina.
96-192 Antoninos - Continuação do
desenvolvimento de Bracara; remodelações de
edifícios e novas edificações (termas do Alto da Cividade); reparação das vias;
desenvolvimento de actividades artesanais.
193-235 Severos - Bracara Augusta continua a desenvolver-se; reparação das vias.
211-217 - O imperador Caracala cria a província Hispania Nova Citerior Antonina, correspondente à futura província da Galécia, que será definitivamente
criada com Diocleciano.
212 -
Constituição Antonina que outorga a extensão da cidadania romana aos habitantes
livres do Império.
235-285 Crise do Séc. III -
Reparações nas vias do Noroeste, particularmente na via XVIII, que testemunham
a importância da via; significativa presença na cidade de numerário de
imperadores deste período, designadamente de Galieno (253-268) e Claúdio II (268-270).
285-409 Baixo Império - Criação da
província da Galécia, com capital em Bracara Augusta; renovação urbana da cidade que afecta quase todos os edifícios e
quarteirões; construção da muralha; vida económica activa; reparação da rede
viária do Noroeste.
284-288 - reforma administrativa
de Diocleciano e criação da província da Galécia com capital em Bracara
Augusta.
312 - Conversão do Imperador Constantino ao
Cristianismo.
364-375 - Reparações das vias nos
reinados de Valentiniano e Valente.
379-468 — Período que abrange a
Crônica de Idácio, galaico-romano bispo de Chaves
385 - A decretal do Papa S.Sirício faz
referência ao metropolita de Braga, o que subentende que Bracara Augusta seria já sede de Bispado.
395-408 — Arcádio, Imperador do
Oriente.
395-423 — Honório, Imperador do
Ocidente.
399-402 — Papado de Santo
Anastácio I, romano.
402-417 — Papado de Santo
Inocêncio I, albanês.
408-450 — Teodósio II, Imperador
do Oriente.
409 — Entrada
de suevos, vândalos asdingos, vândalos silingos e alanos na Península.
411 — Tratado
entre os bárbaros e o Império: aqueles foram acantonados como federados —
suevos e vândalos asdingos na Galícia; vândalos silingos na Bética; alanos
(mais numerosos) na Lusitânia e Cartaginense.
411 - Bracara Augusta torna-se capital política e administrativa do reino Suevo.
Séc. V - Bracara Augusta continua a ser uma florescente cidade; prosseguem as importações;
mantêm-se as actividades económicas; a cidade mantêm-se ocupada na sua maior
extensão.
412-415 — Ataulfo, rei visigodo
415 — Entrada
de visigodos na Península comandados por Wallia, a pedido dos romanos para
combater vândalos silingos e alanos que pilhavam as regiões mais romanizadas ao
sul. (?) Baquiário, presbítero de Braga que tinha praticado o priscilianismo,
escreve a obra De fide, para se retratar da
heresia. Morte de Ataulfo, rei visigodo.
415-417 — Wallia, rei visigodo.
417 — Morte
de Wallia, rei visigodo.
417-418 — Papado de São Zósimo,
grego.
417-451 — Teodorico, rei visigodo.
418-419 — Antipapa Eulálio.
418-422 — Papado de São Bonifácio
I, romano.
419 — Vândalos
asdingos, que tinha recebido terras na Galécia (provavelmente na zona mais
montanhosa do interior), atacam os suevos (que viviam nos montes Nerbasios, na
região de Orense). Esta agressão serve de pretexto ao comes Hispaniarum Astério e ao vicarus Maurocelo para
atacarem os Asdingos.
422 — É
enviado, sem sucesso, um exército romano para atacar os asdingos. Morte do rei
dos vândalos asdingos, Gunderico.
422-432 — Papado de São Celestino
I, da Campânia.
425 — Os
vândalos tomam Sevilha e Cartagena.
425-455 — Valentiniano III,
Imperador do Ocidente.
428 — Genserico,
novo rei dos vândalos asdingos, ataca povoações nas ilhas Baleares.
428-477 — Genserico, rei dos
vândalos asdingos e alanos.
429 — Os
vândalos, senhores do sul da Península, passam à África do Norte. Os visigodos
desembarcam nas ilhas Baleares e em Tânger.
430-456 — Consolidação do reino suevo na Península.
431 — Idácio,
bispo de Chaves, vai à Gália, sem sucesso, pedir ao magister militium Aécio que organize um ataque contra os suevos.
432-440 — Papado de São Sisto III,
romano.
438 — O
príncipe suevo Réquila, associado ao trono pelo rei Hermerico, invade a Bética
e devasta várias cidades da Lusitânia, entre elas Mérida e Mértola. O exército
organizado pelo patriciado local, comandado por Andevoto, é derrotado nas
margens do rio Genil.
440-461 — Papado de São Leão I
(Magno), toscano.
441 — Réquila,
rei dos suevos.
441-446 — Réquila, de Sevilha (e
com a conivência de alguns membros da aristocracia local) domina toda a
Lusitânia e parte da Bética.
441-454 — “Bagauda” : perturbações
na Península entre o Ebro e nas fronteiras dos povos bascos; revoltas locais
contra as autoridades e os grandes proprietários pelos povos do norte
(autóctones), os menos atingidos pela romanização.
445-450 — Últimos episódios do
combate ao priscilianismo (heresia) por Toríbio de Astorga.
446 — Os
romanos, dirigidos por Vito, magister utriusque militiae (comandante de tropas compostas por soldados romanos e visigodos), tentam
libertar-se dos suevos, mas são derrotados.
448 — Morte
de Réquila, rei suevo. (aprox.) O novo rei suevo, Requiário, converte-se ao
catolicismo (um desafio aos arianos visigodos) e continua a assolar a
Lusitânia, a Bética e mesmo a Cartaginense. É o primeiro rei bárbaro a cunhar
moeda em seu nome.
449 — Requiário
se associa aos bandos da “bagauda”, dirigidos por um chefe chamado Basílio,
para assolarem Tarazona e depois Saragoça e Lérida.
450-457 — Marciano, Imperador do
Oriente.
451 — Morte
de Teodorico, rei visigodo.
451-456 — Teodorico II, rei dos
visigodos. Política de extermínio visigoda contra os suevos.
453 — Acordo
de paz entre os hispano-romanos e suevos estabelecido pelo comes Hispaniarum Mansueto e pelo conde Frontão.
454 — Os
hispano-romanos pedem auxílio a Teodorico, rei dos visigodos, para combaterem a
“bagauda”.
455-457 — Avito, Imperador do
Ocidente.
456 — Requiário,
rei suevo, infringindo seus acordos, ataca a Cartaginense e, apesar do conde
Frontão invocar o acordo anterior, invade também a Tarraconense, praticando o
saque e fazendo numerosos cativos. Teodorico II, rei visigodo, atravessa os
Pireneus e dirige-se a Galécia, derrotando os suevos junto ao rio Orbigo, perto
de Astorga; marcha até Braga, que é inteiramente saqueada, sem poupar cidadãos
romanos, clérigos e igrejas. Depois, segue até o Porto, vencendo Requiário
novamente e o condenando à morte. Por fim, entrega o reino suevo a Agiulfo, seu
"cliente" da tribo dos varnas. Morte de Teodorico II, rei dos
visigodos.
456 - Invasão
de Teodorico II, descrita por Idácio; a cidade terá sido saqueada e destruída.
457-474 — Leão I, Imperador do
Oriente.
457-461 — Maioriano, Imperador do
Ocidente.
459 — Nepociano,
magister militium na Hispânia do imperador
do Ocidente, Maioriano, associa-se ao conde visigodo Sunierico para atacar os
suevos de Lugo.
460 — Maldras,
chefe suevo que tinha se insubordinado contra Agiulfo (morto no castrum do Porto) luta pelo poder contra Frantano — duas facções suevas rivais.
É assassinado neste ano e sucedido por Frumário. Outro exército visigodo, desta
vez sem o apoio romano, apodera-se de Santarém. O imperador do Ocidente,
Maioriano, permanece algum tempo entre Tarragona e Cartagena, para preparar um
ataque naval contra os vândalos, do qual sai derrotado. Frumário prende Idácio,
galaico-romano bispo de Chaves durante alguns meses por liderar uma tentativa
oculta de negociação entre os galaico-romanos e Requimundo (líder da outra
facção visigoda que substituiu Frantano).
461-468 — Papado de Santo Hilário,
sardo. Severo, Imperador do Ocidente.
463 — Os
galaico-romanos conseguem suscitar uma nova intervenção visigoda na Galécia,
enviando a Toulouse um membro local da antiga aristocracia senatorial,
Palagório, para pedirem a Reodorico, rei visigodo, que impusesse a paz na
região.
464 — Frumário
e Requimundo, chefes das facções suevas que lutam pelo poder, morrem. Surge um
novo chefe, Remismundo, apoiado pelo rei visigodo Teodorico. Teodorico, rei
visigodo, manda retirar o magister militum
Arbório para a Gália — nomeado por ele para controlar a Hispânia — ficando
então os hispano-romanos defendidos apenas por Vicêncio, dux provinciae da Tarraconense.
465 — Remismundo,
rei suevo, retorna ao arianismo graças à pregação do bispo Ajax (ariano) na
Galécia. Casa-se com uma princesa visigoda e recebe a investidura das armas de
Teodorico: aliança suevo-visigótica. Os suevos convertem-se ao arianismo.
466 — Embaixada
de Opílio para pedir auxílio do rei visigodo Eurico contra os suevos, que
tinham atacado os galaico-romanos de Aunona (talvez na zona de Tui).
466-484 — Reinado visigodo de
Eurico (sucessor de Teodorico): consolida seu domínio na Gália e conquista a
Península, expulsando os romanos para o norte do rio Loire.
467 — Os
suevos saqueiam Conímbriga, que desde então perde toda sua importância (sua
população já começara a transferir-se para Erminium — atual Coimbra).
467-472 — Antemo, Imperador do
Ocidente.
468 — Lusídio,
governador romano de Lisboa, entrega a cidade aos suevos; logo a seguir os
suevos possuem uma guarnição em Mérida (os visigodos os expulsam de Mérida
pouco depois).
468-483 — Papado de São Simplício,
tiburtino.
469 — Os
suevos são obrigados a evacuar Olisipone: Eurico os expulsa da Lusitânia,
repelindo-os até a Galícia. Fim da crônica de Idácio, maiores dificuldades de
informações do que se passa no ocidente da Península.
469-550 — Período obscuro sobre o
reino suevo.
471 — O
imperador do Ocidente, Antímio, tenta, em vão, conter os avanços de Eurico, rei
visigodo, na Provença.
472 — Eurico,
rei visigodo, ocupa a Tarraconense, por intermédio de tropas comandadas pelo
seu general Heldefredo, que se unem aos restos do exército imperial (comandados
pelo dux provinciae Vicêncio). A autoridade de
Eurico na Provença e no Auvergne é sancionada pelo novo imperador do ocidente,
Júlio Nepote.
472-475 — Júlio Nepote, Imperador
do Ocidente.
474-475 — Divergências entre
Eurico, rei visigodo, e os bispos católicos da Gália.
474-491 — Zenão, Imperador do
Oriente.
475 — Eurico,
rei visigodo, rompe o tratado com o Império (de 418).
476 — Rômulo
Augústulo, Imperador do Ocidente.
483 — Em
Mérida, o dux Salla, governador militar
às ordens de Eurico, rei visigodo, deixa uma inscrição romana da cidade e manda
restaurar as muralhas, decerto para assegurar a defesa contra os suevos.
483-492 — Papado de São Félix II
(III), romano.
484 — Morte
de Eurico, rei visigodo.
484-507 — Alarico, rei visigodo.
491-518 — Anastácio I, Imperador
do Oriente.
492-496 — Papado de São Gelásio I,
africano.
494 — A
partir desta data, transferência maciça de contingentes godos para a Península.
Seu estabelecimento na região de Saragoça provoca uma revolta regional.
496 — Baptismo
de Clóvis.
496-498 — Papado de Anastácio II,
romano.
497 — A
revolta de Saragoça — contra a presença visigoda — após três anos, é afogada em
sangue.
498 — Antipapa
Lourenço.
498-514 — Papado de São Símaco,
sardo.
Séc. VI - Abandono de algumas
áreas da Braga romana; alterações do urbanismo romano; novo centro de gravidade
na zona da actual Sé Catedral; mantêm-se as importações e actividades
económicas.
501-505 — Antipapa Lourenço.
506 — Nova
revolta na região de Saragoça (também esmagada) — contra a presença visigoda —
conduzida por um líder de nome Pedro. Alarico II, rei visigodo, se reconcilia
com os bispos católicos reunidos no Concílio de Agde e promulga a Lex Romana
Visigothorum, base do célebre código jurídico que
perdurou na Hispânia até o século XIII: assimilação efetiva da cultura romana
por parte de Alarico II.
507 — Batalha
de Voillé: vitória de Clóvis e seus francos e desaparecimento do reino visigodo
de Tolosa (morte de Alarico); o fabuloso tesouro visigodo é capturado.
508-531 — Amalarico, rei visigodo.
514-523 — Papado de São Hormisdas,
de Frosinone.
518-527 — Justino I, Imperador do
Oriente.
521 — Concessão
do vicariato romano da Bética e da Lusitânia pelo papa Hormisdas ao metropolita
Salústio de Sevilha.
523-526 — Papado de São João I,
toscano.
526 — Morte
de Teodorico, rei ostrogodo; reinado independente de seu neto Amalarico (até
531).
526-530 — Papado de São Félix IV
(III), de Sanio.
527-565 — Justiniano, Imperador do
Oriente.
530 — Antipapa
Dióscoro, alexandrino.
530-532 — Papado de Bonifácio II,
romano.
531 — Último
ano de um Prefectus Hispaniarum; após essa data, não
houve sucessor: indício de uma crescente quebra de influência de Roma sobre a
Península. O bispo Montano de Toledo acusa a igreja de Palência de, contaminada
pela heresia prisciliana, apoiar o combate que contra ela travava o bispo
Toríbio (da mesma diocese): os bispos católicos são apoiados pelos visigodos,
apesar destes professarem a heresia ariana. Morte de Amalarico.
531-554 — General Teudis, sucessor
de Amalarico, rei ostrogodo.
533-535 — Papado de João II,
romano.
534 — Destruição
do reino dos vândalos pelo imperador Justiniano, imperador do Oriente.
535-536 — Papado de Santo Agapito
I, romano.
536-537 — Papado de São Silvério,
da Campânia.
537-555 — Papado de Vigílio,
romano.
538 — Carta
do papa Vigílio ao bispo Profuturo, de Braga, acerca de algumas práticas
litúrgicas.
542 — Childeberto
e Clotário apoderam-se de Pamplona e cercam Saragoça.
543 — Peste
de âmbito transcontinental.
548 — Assassinato
do General Teudis, sucessor de Amalarico, rei ostrogodo.
549 — Assassinato
do dux Teudisclo, sucessor do General Teudis, rei
ostrogodo. Eleição do rei Ágila, visigodo (que fixa-se em Mérida; seu
adversário, Atanagildo, proclama-se rei em Sevilha).
550 — Chega
à Galícia São Martinho, missionário romano da Panônia. Carrarico, rei dos
suevos, converte-se ao catolicismo, segundo Gregório de Tours, — tendo como
protagonista São Martinho de Dume (originário da Panônia—Hungria) — graças a
uma cura milagrosa de seu filho Teodomiro, tocado pelas relíquias de São
Martinho de Tours. Fixação de Ágila, rei visigodo, em Mérida.
554 — Os
bizantinos ocupam o sul da Península. Morte de Teudis, general e rei ostrogodo.
554-567 — Atanagildo, rei
visigodo.
555 — Assassinato
de Ágila, rei visigodo; triunfo de seu adversário, Atanagildo.
555-561 — Papado de Pelágio I,
romano.
558 — (?) Morte
de Carrarico, rei dos suevos.
558 - 561 — (?) Ariamiro, rei dos
suevos.
560-636 — Isidoro de Sevilha.
561 — Concílio
de Braga, suscitado por São Martinho de Dume.
561-570 — Teodomiro, rei dos
suevos.
561-574 — Papado de João III,
romano.
564-567 — Atanagildo, rei dos
visigodos.
565 — Atanagildo,
rei visigodo, abandona o sul e fixa-se em Toledo: retirada de Mérida do
primeiro plano da cena política.
565-578 — Justino II, Imperador do
Oriente.
567 — Morte
de Atanagildo, rei dos visigodos. Após cinco meses, os visigodos elegem como
rei a Liúva, duque de Septimânia, que resolve permanecer na Gália e associar ao
trono seu irmão Leovigildo.
567-571 — Teodomiro, rei dos
ostrogodos.
569 — (?) São
Martinho de Dume sucede o bispo Lucrécio de Braga.
570 — Leovigildo
inicia uma série de campanhas que restituem aos visigodos a inteira supremacia
sobre a Hispânia: conquista aos bizantinos (ainda nesse ano) Málaga, Medina
Sidônia e Gibraltar.
570-583 — Miro, rei dos suevos.
571 — Morte
de Teodomiro, rei dos ostrogodos.
571-572 — Leuva, rei dos
visigodos.
572 — II
Concílio de Braga, suscitado por São Martinho de Dume. Leovigildo submete
Córdova, que ainda se mantinha independente. Ataque perpetrado pelo rei dos
suevos, Miro, contra o povo dos ruccones, que se situava provavelmente na mesma
zona dos montes Aregenses (ver ano 575).
572-586 — Leovigildo, rei
dos visigodos.
573 — Leovigildo,
rei dos visigodos, reduz à obediência o povo dos sappos, que viviam a ocidente
de Zamora (próximo a Bragança), na fronteira com os suevos. Leovigildo torna-se
rei dos visigodos de pleno direito, sucedendo seu irmão Liúva. Associa-se a
seus dois filhos, Hermenegildo e Recaredo, e inicia uma política claramente
inspirada nas instituições bizantinas e no direito romano (títulos, moedas e
promulgação de uma versão atualizada do código visigótico).
574 — Leovigildo,
rei dos visigodos, dirige uma expedição na Cantábria.
574-579 — Papado de Bento I,
romano.
575 — Leovigildo,
rei dos visigodos, dirige uma expedição aos montes Aregenses (provavelmente
entre as cidades de Leão e Orense), onde dominava o rico proprietário Aspídio —
revide ao ataque de 572.
576 — Leovigildo
ataca diretamente o rei dos suevos, Miro e este tem de pedir a paz, (morre na
batalha). Sucede-lhe seu filho Eborico. Os aregenses, que habitavam na região
de Orense e no norte de Portugal, sob a autoridade de um chefe chamado Aspígio,
são dominados por Leovigildo, rei dos visigodos.
578-582 — Tibério I, Imperador do
Oriente.
578-584 — Calamidades na Península
(principalmente no sul da Lusitânia): numerosas e repetidas pragas de
gafanhotos, com as conseqüentes más colheitas e fomes, seguidas de um surto de
peste.
579 — Morte
de São Martinho de Dume, bispo de Braga. Casamento de Hermenegildo (filho de
Leovigildo, rei dos visigodos) com Ingunda, princesa católica filha de
Sigiberto da Austrásia. Leovigildo confia-lhe o governo da Bética e ele fixa-se
em Sevilha. Ingunda converte-se ao catolicismo e passa a se distanciar do pai.
579-580 — Papado de Pelágio II,
romano.
580 — Concílio
de Toledo: sublevação de Hermenegildo, filho de Leovegildo, rei dos visigodos
(as cidades de Mérida, Sevilha e Córdova o apoiam) — lutas entre o catolicismo
e o arianismo.
582 — Hermenegildo
pede apoio externo contra seu pai (suevos, bizantinos, à Austrásia e à
Borgonha). Em resposta, Leovigildo ocupa Mérida e cerca Sevilha.
582-602 — Maurício I, Imperador do
Oriente.
584 — Revolta
do caudilho Audeca contra Eborico (filho de Miro, ver ano 572) — Eborico aceita
a submissão a Leovigildo, rei dos visigodos. Audeca encerra Eborico num
convento e se casa com Sisegúntia, viúva do rei Miro. Leovigildo, ocupado com
sua campanha em Sevilha, não interveio logo.
585 - Os
Visigodos instalam-se em Braga.
585 — Hermenegildo,
atraiçoado por seus aliados é preso em Córdova, e assassinado (não se sabe se a
mandado de seu pai). Extinção do reino suevo: seu último rei, Andeca, é
derrotado em Bracara e Portucale.
Leovigildo, rei dos visigodos, dirige-se à Galécia, prende Audeca num convento
situado em Beja, apodera-se do tesouro régio e anexa o reino dos suevos — de
nada vale a intervenção das tropas burgundas (enviadas por mar pelo rei Gontran
e destroçadas no mar Cantábrico) nem a tentativa de revolta de um novo caudilho
suevo, Amalarico (também derrotado): forte ocupação militar da Galécia.
586 — Morte
de Leovigildo, rei dos visigodos.
586-601 — Recaredo, rei dos
visigodos — momento de esplendor e de equilíbrio do reino visigótico.
587 — Recaredo
consagra em Toledo (capital visigoda) a catedral de Santa Maria.
588 — Calamidades
naturais na Galécia.
589 — III
Concílio de Toledo: conversão de Recaredo ao catolicismo. Revolta ariana na
Septimânia, com o apoio dos burgúndios: o dux
Cláudio é encarregado por Recaredo, rei dos visigodos, de a reprimir (com a
ajuda dos merovíngios da Austrásia). Após essa data, consumada a assimilação
entre godos e hispano-romanos. sancionada pela supressão do arianismo.
590-604 — Papado de São Gregório I
(Magno).
590-621 — João de Biclara, natural
de Santarém, após ter peregrinado pelo oriente, funda um mosteiro e é sagrado
bispo de Gerona, na Catalunha. Escreve uma crônica.
599 — O dux
Cláudio, provavelmente regressado à Lusitânia,
continua ainda a ser um dos principais chefes do exército, além de ser
considerado mesmo em Roma, uma autoridade de grande prestígio, pois foi um dos
correspondentes a quem o papa Gregório Magno se dirigiu numa das suas cartas.
Séc. VII - Prossegue o abandono de
algumas áreas da cidade de Braga; novos núcleos surgem em locais de culto
cristão, como S. Vicente, S. Victor e S. Pedro de Maximinos; a cidade mantem
ainda um importante núcleo populacional.
600-620 — Calamidades naturais na
Galécia e Lusitânia.
601 — Morte
de Recaredo, rei dos visigodos.
601-612 — Sisebuto, rei dos
visigodos.
601-642 — Longa crise política no
reino visigótico: sucessão rápida de reis, fraqueza da monarquia perante a
aristocracia e novos surtos de pestes e outras calamidades.
602-610 — Focas, Imperador do
Oriente.
604-606 — Papado de Sabiniano,
toscano.
607 — Papado
de Bonifácio III, romano.
608-615 — Papado de São Bonifácio
IV, de Marsi.
610-641 — Heráclio I, Imperador do
Oriente.
610-673 — Neste período, cinco
referências de contingentes de tropas visigodas partem da Galécia para atacar
bascos, asturianos e ruccones.
612 — O
duque Suintila submete os ruccones dentro das antigas periferias do reino
suevo. Disposições de Sisebuto, contra os judeus. Morte de Sisebuto, rei dos
visigodos.
612-615 — Campanhas de Sisebuto e
Suintila contra os últimos redutos bizantinos na Península.
612-621 — Recaredo II, rei dos
visigodos.
615-618 — Papado de São Deusdedit,
ou Adeodato I, romano.
616 — Início
de forte perseguição aos judeus na Península.
619-625 — Papado de Bonifácio V,
napolitano.
621 — Morte
de Recaredo II, rei dos visigodos.
621-631 — Suintuila é eleito rei
dos visigodos.
623-625 — Novas campanhas dos
visigodos contra os últimos redutos bizantinos.
625 — Calamidades
naturais na Galécia.
625-638 — Papado de Honório I, da
Campânia.
628 — Suintila
expulsa os bizantinos do sul da Península.
631 — Suintila
é deposto do trono por Sisenando (morre no mesmo ano), louvado pelos bispos.
631-640 — Sisenando, rei dos
visigodos.
631-641 — Calamidades naturais na
Galécia e Lusitânia.
633 — IV
Concílio de Toledo: formulação da teoria política isidoriana (princípio do
reinado eletivo): Sisebuto, rei dos visigodos é acusado dos piores crimes pelos
padres congregados no concílio. Revolta em Mérida, opondo-se ao rei Sisenando,
típico representante da facção pró-romana. Seus dois opositores: Geila e Iudila
(o segundo chega a mandar cunhar moedas com seu nome e o título de rei).
639-640 — Papado de Severino,
romano.
640 — Morte
de Sisenando, rei dos visigodos.
640-642 — Papado de João IV,
dálmata. Tulga, rei dos visigodos.
641 — Constantino
II, Imperador do Oriente.
641-668 — Constante II Pogonato (=
Constantino III), Imperador do Oriente.
642 — Segunda
revolta em Mérida (a primeira em 633): agora contra Chindasvinto, rei dos
visigodos (tinha sido duque de uma província do norte da Hispânia antes de se
apoderar do trono). Age com brutalidade, condenando à morte centenas de nobres,
com o apoio do clero. Morte de Tulga, rei dos visigodos.
642-649 — Papado de Teodoro I,
grego.
642-653 — Chindasvinto, rei dos
visigodos: momento de recuperação da autoridade régia visigoda (uso constante
da violência).
646 — Concílio
de Toledo: condenação de bispos da Galécia que exigiam contribuições excessivas
das suas freguesias das suas dioceses e de viajarem com séquitos de mais de 50
pessoas.
649-653 — Papado de São Martinho
I, de Todi (São Martinho foi preso e desterrado em junho de 653, Apesar de só
haver falecido em setembro de 655, foi sucedido pelo papa Santo Eugênio em
agosto de 654).
653 — VIII
Concílio de Toledo: perseguição aos judeus. Morte de Chindasvinto, rei dos visigodos.
653-672 — Rescevinto, rei dos
visigodos.
654 — Rescevinto,
rei visigodo, promulga o Liber Iudiciorum —
última versão do código visigótico, sob a forma depois transmitida depois aos
reinos da Reconquista. O bispo de Mérida, Orôncio, pede ao rei Rescevinto a
restauração dos direitos metropolíticos de Mérida até ao Douro, após a
supressão do reino suevo.
654-657 — Papado de Santo Eugênio
I, romano.
655 — IX
Concílio de Toledo.
655-672 — Recesvinto, rei dos
visigodos. Após sua morte, fragmentação do poder político, novas pestes e
fomes, o que mostra a incapacidade para resistir às invasões muçulmanas de
711-714.
656 — X
Concílio de Toledo, por ordem de Rescevinto, presidido por Eugênio II, bispo
metropolitano: reorganização do calendário litúrgico.
657-672 — Papado de São Vitaliano,
de Segni.
661 — Dedicação
da Igreja de San Juan de Baños.
665 — Morte
de São Frutuoso, bispo de Dume e Braga, que viveu no tempo do rei Rescevinto
(era filho do dux da Galécia, parente do rei
Sisenando, de família visigótica).
666 — Concílio
provincial de Mérida: as atas ainda se conservam e aludem à restauração dos
direitos metropolíticos da cidade até o Douro.
668-695 — Justiniano II, Imperador
do Oriente.
672 — Morte
de Rescevinto, rei dos visigodos.
672-676 — Papado de Adeodato II,
romano.
672-680 — Wamba, rei dos
visigodos.
674 — Wamba,
rei dos visigodos, comemora a edificação das muralhas de Toledo.
675 — XI
Concílio de Toledo. III Concílio de Braga: condenação dos "estranhos"
usos litúrgicos do norte da Península, que incluíam a celebração da missa com
leite ou uvas, emprego das alfaias sagradas para usos profanos e exageradas
formas de veneração dos bispos portadores de relíquias. Condenação de bispos
que dizem a missa sem a estola, que vivem com mulheres e castigam os
presbíteros com penas corporais (açoites).
676-678 — Papado de Dono, romano.
678-681 — Papado de Santo Agatão,
siciliano.
680 — Wamba
é destronado pela aristocracia. Morre no mesmo ano.
680-687 — Eurico, rei dos
visigodos.
682-683 — Papado de São Leão II,
siciliano.
683 — XIII
Concílio de Toledo: institucionalização do triunfo nobiliárquico e da
feudalização do Estado.
684-685 — Papado de São Bento II,
romano.
685-686 — Papado de João V, sírio.
686-687 — Papado de Cónon.
687 — Antipapa
Teodoro. Antipapa Pascoal. Morte de Eurico, rei dos visigodos.
687-701 — Papado de São Sérgio,
sírio.
687-702 — Ergica, rei dos
visigodos.
691-711 — Calamidades naturais na
Galécia.
694 — O
futuro rei dos visigodos Witiza, associado ao trono por seu pai, Égica, tem a
sede do seu poder em Tui (aí [?] fere de morte o pai de Pelágio).
695-698 — Leôncio, Imperador do
Oriente.
698-705 — Tibério II, Imperador do
Oriente.
Séc. VIII - Período de sucessivas
destruições da cidade de Braga pelos Árabes e pela reconquista Cristã;
despovoamento geral.
701-705 — Papado de João VI,
grego.
702 — Morte
de Ergica, rei dos visigodos.
702-709 — Witiza, rei visigodo.
705-707 — Papado de João VII,
grego.
705-711 — Justiniano II, Imperador
do Oriente.
708 — Witiza
recusa o trono a seu filho Áquila, dux
da Tarraconense e o entrega a Rodrigo, dux
da Bética, último rei visigodo (a facção que preferia Áquila pede auxílio ao
conde Julião, governador de Ceuta, que por sua vez negocia a intervenção dos
muçulmanos — que haviam conquistado há pouco o norte da África). Papado de
Sisínio, sírio.
708-715 — Papado de Constantino,
sírio.
709 — Morte
de Witiza, ex-rei visigodo.
709-711 — Roderico, rei dos
visigodos.
710 — O
chefe berbere Tarif ben Ziyad, com a conivência de um dignatário visigodo
rebelde de nome Julian, conduz uma força invasora através do Estreito até
Tarifa.
711 — Batalha
de Guadalete (perto de Cádiz): fim do domínio visigótico na Espanha. O rei dos
visigodos, Roderico, é vencido pelos mouros liderados por Tarif ben Ziyad
(morre no mesmo ano).
711-713 — Filípico, Imperador do
Oriente.
711-714 — Tarif ben Ziyad e Musa
ibn Nusair, "emires" na Península.
711-756 — Penetração e instalação
de sucessivos grupos árabes e berberes.
712 — O
general árabe Musa ibn Nusair toma Medina, Sidônia e Sevilha, e cerca Mérida,
que resiste por muitos meses, rendendo-se, sob pacto, em junho de 713.
713 — Musa
ibn Nusair instala-se, com a ajuda dos judeus revoltados, na capital (Toledo),
submete também Huelva, Ossónoba (Faro) e Beja. Os visigodos de Niebla e Beja
ocupam Sevilha, mas são dominados por Abd al-Aziz (filho de Musa ibn Nusair).
713-715 — Anastácio II, Imperador
do Oriente.
714 — Segunda
campanha de Musa ibn Nusair: após ter-se reunido com Tarif ben Ziyad em Toledo
(aí passando o inverno de 713-714) toma Burgos, Leão, Astorga, Lugo e talvez
Viseu. Musa retorna a Damasco, cai em desgraça e é substituído por seu filho
'Abd al-Aziz (com o título de váli
da Hispânia): realiza novas campanhas no território da Lusitânia—Évora,
Santarém e Coimbra.
714-717 — Abdelaziz,
"emir" da Península.
715 -
Invasão/destruição de Braga pelos Árabes comandados por Abdelazim.
Várias incursões árabes e novas destruições.
715-717 — Teodósio III, Imperador
do Oriente.
715-731 — Papado de São Gregório
II, romano.
716 — Assassinato
de Abd-al-Aziz (filho de Musa ibn Nusair) pelos partidários do califa e
substituído por al-Hurr ben Abd al-Rahman, que completa as conquistas da
Península a oriente, na Catalunha.
717 — Morte
de Abdelaziz, "emir" da Península.
717-741 — Leão III, Imperador do
Oriente.
718-719 — Alhor, "emir"
da Península.
718-737 — Pelágio, líder (e 1º.
rei) das Astúrias.
719 — Morte
de Alhor, "emir" da Península.
721 — Eudes,
duque da Aquitânia, bate os muçulmanos diante de Tolosa.
722 — Batalha
de Covadonga: vitória de Pelágio, que funda o reino das Astúrias (capital
Oviedo).
730-732 — Abderraman de Gafeki,
emir da Península.
731 — Nascimento
de Abd-al-Rahman I, futuro emir de Córdova.
731-741 — Papado de São Gregório
III, sírio.
732 — Batalha
de Poitiers: vitória de Carlos (Martel), duque de Austrásia e Eudes, duque de
Aquitânia, sobre os árabes. Morte de Abderraman, emir da Península.
735 — Os
muçulmanos tomam Arles.
737 — Os
muçulmanos tomam Avinhão e assolam o vale do Ródano até Lião.
737-739 — Reinado (2º.) de Favila,
das Astúrias.
739-757 — Reinado (3º.) de Afonso
I, das Astúrias: política de repovoamento da Galécia.
741 — Sublevação
dos berberes instalados na Península.
741-752 — Papado de São Zacarias,
grego.
741-775 — Constantino V, Imperador
do Oriente.
742 — Balj
ibn Bishr comanda um exército que reprime a revolta berbere. Recebe como
recompensa o litoral mediterrâneo da Espanha, como feudo. Nascimento de Hisham
I, futuro emir de Córdova (2º.).
750 — (aprox.)
Afonso I, o Católico, consolida o reino de
Astúrias. Massacre dos omíadas ordenado pelos abássidas.
750-755 — Anos de seca e fome que
dizimaram a população ibérica.
752 — Papado
de Estêvão II (algumas fontes costumam omitir o papa Estêvão II, falecido três
dias após sua eleição, sem que fosse realizada sua consagração).
752-757 — Papado de Estêvão III
(II), romano.
753 - 754 - Incursões de Afonso I
das Astúrias.
756 — Fundação
do emirado omíada de Córdova (durará até 912). Início do reinado de
Abd-al-Rahman I (neto do califa omíada Hixã).
756-788 — Abd-al-Rahman I, emir de
Córdova.
757-767 — Papado de São Paulo I,
romano.
757-768 — Reinado (4º) de Fruela
I, na casa de Astúrias.
759 — Pepino,
o Breve expulsa os muçulmanos do sul da França
(Narbona, última praça árabe).
760 — Abd-al-Rahman
I estabelece, com sua cunhagem de moedas, um novo sistema monetário. Nascimento
de Hakam I, neto de Abd-al-Rahman I e futuro emir de Córdova (3º).
767-768 — Antipapa Constantino II,
de Nepi.
768 — Antipapa
Filipe.
768-772 — Papado de Estêvão IV
(III), siciliano.
768-774 — Reinado (5º) de Aurélio,
das Astúrias.
772-795 — Papado de Adriano I,
romano.
773 — Aparecimento
da numeração árabe.
774-783 — Reinado (6º) de Silo, na
casa das Astúrias.
775-802 — Irene, Imperatriz do
Oriente.
778 — Expedição
de Carlos Magno a Saragoça: batalha de Roncesvalles (para proteger sua
independência contra o emir de Córdova, os governadores árabes do norte da
Península apelaram para os francos, que avançaram até Saragoça).
783-788 — Reinado (7º) de
Mauregato, o Usurpador, das Astúrias.
785 — Início
da construção da grande mesquita de Córdova. Carlos Magno retoma Gerona.
788 — Heresia
adocionista: desintegração da Igreja visigoda. Morte de Abd-al-Rahman I,
primeiro emir de Córdova. Nascimento de Abd-al-Rahman II, filho de Hakam I de
Córdova (4º).
788-791 — Reinado (8º) de Bermudo
(Veremund) I, o Diácono, das Astúrias.
788-799 — Hisham I, (2º) emir de
Córdova (filho de Abd-al-Rahman I).
791-842 — Reinado (9º) de Afonso
II, o Casto, na casa das Astúrias: fortalecimento do
reino astúrio e nascimento do sentimento neogoticista. Carlos Magno retoma
Urgel.
794 — Recepção
da escola malequí em al-Andaluz.
795-816 — Papado de São Leão III,
romano.
797 — Reorganização
do exército hispano-muçulmano por al-Hakam I. “Jornada do fosso” em Toledo.
799-822 — Hakam I, (3º) emir de
Córdova.
Séc. IX - Persistência de um
núcleo de população residente, centrado no quadrante NE da cidade romana
(Braga).
800 — O
nome Castela aparece pela primeira vez para referir-se a um pequeno e
fragmentado distrito nas montanhas cantábricas ao norte de Burgos.
801 —
Carlos Magno conquista Barcelona.
802-811 — Nicéforo I, Imperador do
Oriente.
809 — Carlos
Magno alcança Tarragona: é a consolidação da marca hispânica.
811-813 — Miguel I, Imperador do
Oriente.
813 — “Motim
do subúrbio”, em Córdova.
813-820 — Leão V, Imperador do
Oriente.
816 — Nascimento
de Mohammed I, filho de Abd-al-Rahman II (4º emir de Córdova).
816-817 — Papado de Estêvão IV,
romano.
817-824 — Papado de São Pascoal I,
romano.
820-829 — Miguel II, Imperador do
Oriente.
822-852 — Reinado de Abd-al-Rahman
II, 4o. emir de Córdova, filho de Hakam I.
822 — Abd-al-Rahman
II consegue atrair para sua corte o cantor Ziriyab, que cria um conservatório
de música em Córdova. Morte do 3º emir de Córdova, Hakam I.
824-827 — Papado de Eugênio II,
romano.
825 — Luís,
o Pio, Imperador do Ocidente (814-840, n. 778),
concede um privilégio ao mercador judeu Abraham de Saragoça.
827 — Papado
de Valentim, romano.
827-844 — Papado de Gregório IV,
romano.
829-842 — Teófilo, Imperador do
Oriente.
839 — Refugia-se
em Saragoça, Bodo, diácono do imperador Luís, o Pio, convertido ao judaísmo.
840-851 — Reinado (1º) de Inigo
Arista, de Navarra.
842 — Morte
de Afonso II, o Casto, rei das Astúrias.
842-850 — Reinado (1º) de Ramiro I
(filho de Bermudo I, o Diácono), da casa de
Astúrias: repovoa Tui, Astorga, Leão e Amaia.
842-867 — Miguel III, Imperador do
Oriente.
844 — Início
das incursões normandas no litoral peninsular. Antipapa João. Nascimento de
Mondhir, filho de Mohammed I (5º emir de Córdova).
844-847 — Papado de Sérgio II,
romano.
847-855 — Papado de São Leão IV,
romano.
848 — Nascimento
de Afonso III, o Grande, rei das Astúrias.
850 — Surge
o conflito moçárabe; líder: padre Eulógio. Vários mártires cristãos. Morte de
Ramiro I, rei das Astúrias.
850-866 — Reinado (11º) de Ordoño
I (filho de Ramiro I), das Astúrias.
850-912 — Os cristãos progridem
até a linha do rio Douro, assentando as bases do repovoamento do vale do rio.
851 — Morte
do mártir moçárabe de Beja, São Sisenando.
852 — Navarra
aparece como reino unificado sob Garcia I. Morte de Abd-al-Rahman II, 4º emir
de Córdova.
852-886 — Reinado de Mohammed I,
5º emir de Córdova (filho de Abd-al-Rahman II).
855 — Antipapa
Anastácio.
855-858 — Papado de Bento III,
romano.
858-867 — Papado de São Nicolau I
(Magno), romano.
865-874 — Anos de fome e
epidemias.
866 — Morte
de Ordoño I, rei das Astúrias.
866-909 — Fernando Gonzalez funda
o condado de Castela, que se estende até o rio Douro.
866-910 — Reinado (12º) de Afonso
III, o Grande, das Astúrias:
repovoamento de Braga, Portucale, Orense, Eminum
(Coimbra), Viseu e Lamego.
867-872 — Papado de Adriano II,
romano.
867-886 — Basílio I, Imperador do
Oriente.
868 — Nascimento
de Abdallah, filho de Mondhir, 6º emir de Córdova.
870 — (aprox.)
Carlos, o Calvo, rei de França (840-877,
n. 823) encarrega um judeu de nome Judas de levar uma mensagem e soma de dez
libras de prata ao bispo Frodoíno de Barcelona.
870 - Demarcação
do termo de Braga pelo Conde Vímara Peres.
Assembleia de Bispos e nobres.
871 — Reconquista
de Coimbra pelos cristãos.
872-882 — Papado de João VIII,
romano.
878 — Hermenegildo
Mendes, conde de Coimbra, repovoa a cidade.
878-898 — Vifredo, o
"Velloso" unifica e dirige o repovoamento da Catalunha.
882-884 — Papado de Marino I, de
Gallese. Antipapa Martinho II.
883 – Provável nascimento do mosteiro das Montanhas (Bouro), ermida de S.
Miguel (dando origem no mosteiro da Abadia)
884-885 — Papado de Santo Adriano
III, romano.
885-891 — Papado de Estêvão V,
romano.
886 — Morte
de Mohammed I, 5º emir de Córdova.
886-888 — Reinado de Mondhir, 6º
emir de Córdova.
886-913 — Leão VI, Imperador do
Oriente.
888 — Morte
de Mondhir, 6º emir de Córdova.
888-912 — Reinado de Abdallah, 7º
emir de Córdova.
889-922 — Carlos, o Simples, rei de França.
891 — Nascimento
de Abd-al-Rahman III, neto de Abdallah, 7º emir de Córdova.
891-986 — Papado de Formoso.
896 — Papado
de Bonifácio VI, romano.
896-897 — Papado de Estêvão VI,
romano.
897 — Papado
de Romano, de Gallese. Papado de Teodoro II, romano.
898-900 — Papado de João IX,
tiburtino.
900-903 — Papado de Bento IV,
romano.
Séc. X - XI - A maior parte de Bracara
Augusta estaria já abandonada e em ruínas, sendo
estas aproveitadas como material de construção para novas edificações.
900-911 — Luís IV, o Menino, rei alemão.
900-924 — Eduardo I, rei da
Inglaterra.
903 — Papado
de Leão V, de Andréia.
903-904 — Antipapa Cristóvão,
romano.
904-911 — Papado de Sérgio III,
romano.
905 — Instala-se
em Pamplona a dinastia Jimena.
905-925 — Reinado (2º) de Sancho
Garces, de Navarra.
910-914 — Reinado (1º) de Garcia,
de Leão.
911-913 — Papado de Anastácio III,
romano.
911-918 — Conrado I, rei alemão.
911-924 — Arias Mendes (filho de
Hermenegildo Guterres), conde de Coimbra.
912 — Morte
de Abdallah, 7º emir de Córdova. Morte de Afonso III, o Grande, rei das Astúrias.
912-961 — Califado de
Abd-al-Rahman III, 1º califa de Córdova.
913 — Nascimento
de al-Hakam II, filho de Abd-al-Rahman III (1º califa de Córdova).
913-914 — Papado de Lando,
sabiniano.
913-959 — Constantino VII e Romano
I (920-914).
914 — Transferência
da capital de Olviedo para Leão: início da existência do reino de Leão. Morte
de Garcia, rei de Leão.
914-924 — Reinado (2º) de Ordoño
II (filho de Afonso III, o Grande),
de Leão.
914-928 — Papado de João X, de
Tosiquano.
915-919 — Anos de secas e fome na
Península.
919-936 — Henrique I da Saxônia,
rei alemão.
922 — O
condado de Aragão é incorporado ao reino de Pamplona.
922-923 — Roberto I, rei de
França.
923 — Os
navarros ocupam a Rioja alta.
923-936 — Raul, rei de França.
924 — Morte
de Ordoño II, rei de Leão.
924-925 — Reinado (3º) de Fruela
II, de Leão.
924-940 — Atelstano, rei da
Inglaterra.
925 — Morte
de Fruela II, rei de Leão.
925-930 — Reinado (4º) de Afonso
IV, o Monge, de Leão.
925-970 — Reinado (3º) de Garcia
Sanchez I, de Navarra.
928 — Papado
de Leão VI, romano.
928-981 — Gonçalo Moniz (neto de
Arias Mendes), conde de Coimbra.
929 — Abd-al-Rahman
III assume o título de califa em Córdova.
929-931 — Papado de Estêvão VII,
romano.
930 — Morte
de Afonso IV, o Monge, 4º rei de Leão.
930-950 — Reinado (5º) de Ramiro
II, de Leão.
931-936 — Papado de João XI,
romano.
936-939 — Papado de Leão VII,
romano.
936-954 — Luís IV, rei de França.
936-973 — Otão I Magno, rei
alemão.
938 — Primeiro
documento em que Portucale aparece com um
sentido regional: território ao sul do rio Lima e a norte do Douro, já separado
da Galícia.
939-942 — Papado de Estêvão VIII,
romano.
939-1058— Abu-Ibrahim Samuel ben
Iosef Halevi ibn Nagrela, ministro judeu (1038-1058) do rei Habus de Granada:
início da Idade de Ouro dos judeus na Espanha.
940-946 — Edmundo I, rei da
Inglaterra.
942-946 — Papado de Marino II
(Antipapa Martinho III), romano.
946-955 — Papado de Agapito II,
romano. Edredo, rei da Inglaterra.
950 — Morte
de Ramiro II, 5º rei de Leão.
950-956 — Reinado (6º) de Ordoño
III (filho de Ramiro II), de Leão.
950-997 — (?) Gonçalo Mendes,
conde de Portucale.
951 — (aprox.) O condado de Castela (capital
Burgos) torna-se estado independente por Fernando González.
954-986 — Lotário, rei de França.
955 — Lisboa
é atacada por Ordoño III, rei de Leão.
955-959 — Edvigo, rei da
Inglaterra.
955-963 — Papado de João XII,
tusculano.
956 — Morte
de Ordoño III, 6º rei de Leão.
956-967 — Reinado (7º) de Sancho
I, o Gordo (filho de Ordoño III), de Leão.
959-963 — Romano II, Imperador do
Oriente.
959-975 — Edgar, rei da
Inglaterra.
961 — Morte
de Abd-al-Rahman III, 1º califa de Córdova.
961-976 — Califado de al-Hakam II,
2º califa de Córdova. Primeiro-ministro e médico judeu Hasdai ibn Isaac ibn
Xaprut (Abu Yusuf); general Almançor (Maomé ibn Abi Amir).
963-964 — Papado de Leão VIII,
romano (sua eleição foi realizada em 963, após haver sido deposto o papa João
XII, que faleceu em maio de 964. Entretanto, existem dúvidas acerca da validade
destes actos. Para aceitar como legítima a actuação de Leão VIII, haveria de
admitir-se Bento V, eleito em maio e deposto em junho de 964, como antipapa).
963-969 — Nicéforo Focas,
Imperador do Oriente.
964 — Papado
de Bento V, romano.
965-972 — Papado de João XIII,
romano.
967 — Morte
de Sancho I, o Gordo, 7º rei de Leão.
967-982 — Reinado (8º) de Ramiro
III (filho de Sancho I, o Gordo), de Leão.
969-976 — João I, Imperador do
Oriente.
970 — Morte
de Fernando González, primeiro conde de Castela.
970-994 — Reinado (4º) de Sancho
Abarca, de Navarra.
973-974 — Papado de Bento VI,
romano.
973-983 — Otão II, rei alemão.
974 — Fuero de Castrogeriz, concedido pelo conde Garcia Fernandez. Antipapa
Bonifácio VII, romano.
974-983 — Papado de Bento VII,
romano.
975 — Nascimento
de Hisham II, filho de Hakam II, 3º califa de Córdova.
975-979 — Eduardo, o Mártir, rei da Inglaterra.
976 — Nascimento
de Mohammed II, 4º califa de Córdova.
976-1008 — Califado de Hisham II,
3º califa de Córdova. Ditadura de Almançor — conquista Coimbra, Leão, e Zamora.
976-1025 — Basílio I, Imperador do
Oriente.
978-1016 — Etelredo II, o Irresoluto, rei da Inglaterra.
980 — Nascimento
de Suleyman, 5º califa de Córdova.
980-1037 — (aprox.) Vida do filósofo
persa Avicena (ibn Sina), que viveu por algum tempo em Saragoça.
982 — Morte
de Ramiro III, 8º rei de Leão.
982-999 — Reinado (9º) de Bermudo
II (filho de Ordoño III), de Leão.
983-984 — Papado de João XIV,
paduano.
983-1002 — Otão III, rei alemão.
984-985 — Antipapa Bonifácio VII
(antipapa de 974).
985-996 — Papado de João XV,
romano.
986-987 — Luís V, rei de França.
987 — Almançor
repõe Coimbra sob o jugo islâmico.
987-996 — Hugo Capeto, rei de
França.
994-1000 — Reinado (5º) de Garcia
Sanchez II, de Navarra.
996-997 — Notícia sobre Gonçalo
Mendes como dux magnus das terras portucalenses,
o que atesta a crescente autonomia e influência desta nova unidade política.
996-999 — Papado de Gregório V,
saxão.
996-1031 — Roberto, o Santo, rei de França.
997 — Almançor
toma e arrasa Santiago de Compostela.
997-998 — Antipapa João XVI,
romano.
999 — Morte
de Bermudo II, 9º rei de Leão.
999-1003 — Papado de Silvestre II,
francês.
999-1008 — Mendo Gonçalves II (neto
de Gonçalo Mendes), conde de Portucale.
999-1027 — Reinado (10º) de Afonso
V, o Nobre, de Leão.
1000 — (aprox.)
Ramón Borrel I consegue a soberania do condado de Barcelona.
1000-1035 — Reinado (6º) de Sancho,
o Grande (n. 992), de Navarra.
1002 — Almançor
invade Castela.
1002-1024 — Henrique II, rei alemão.
1003 — Papado
de João XVII, romano.
1003-1009 — Papado de João XVIII,
romano.
1008 — Califado
de Mohammed II, 4º califa de Córdova. Morre no mesmo ano. Morte de Abd-al-Malik
(filho de Almançor). Seu irmão Abd-er-Ramã Xandjul o substitui como
primeiro-ministro. Morte de Mendo Gonçalves II, conde de Portucale. Sem ter deixado descendentes, o governo condal cai de novo na
descendência direta de Vímara Peres, por intermédio de Auvito Nunes, com o
exercício simultâneo da autoridade por parte da viúva de Mendo Gonçalves II, a
condessa Tutadomma.
1008-1015 — Auvito Nunes, conde de Portucale.
1009 — Deposição
de Xandjul por uma revolução. Califado de Suleyman, 5º califa de Córdova.
1009-1012 — Papado de Sérgio IV,
romano.
1010-1012 — Califado de Hisham II
(reentronado), 6º califa de Córdova.
1012 — Os
berberes tomam e pilham Córdova. Antipapa Gregório VI.
1012-1017 — Califado de Suleyman
(reentronado), 7º califa de Córdova.
1012-1024 — Papado de Bento VIII,
tusculano.
1016 — Morte
de Hisham II, 3º (976-1008) e 6º (1010-1012) califa de Córdova.
1016-1035 — Canuto, o Grande, rei da Inglaterra.
1017 — Fuero de Leão. Morte de Suleyman, 5º (1009) e 7º (1012-1017) califa de
Córdova.
1017-1021 — Califado de Ali ibn
Hamoud, 8º califa de Córdova.
1017-1028 — Nuno Auvites, conde de Portucale. Seu casamento com uma filha de Mendo Gonçalves II volta a unir as
famílias Nunes e Mendes. O cargo condal transmite-se então em linha direta a
Mendo Nunes (1028-1050) e a Nuno Mendes (1059-1071), último conde de Portucale.
1018-1033 — Raimundo Berengário,
conde de Barcelona.
1020 — Testemunho
da arabização das comunidades cristãs da Beira: o cádi de Sevilha, Abul-l-Qasim realizou uma expedição a Lafões, onde encontrou
uma população cristã que falava árabe, e trouxe para sua terra 300 cativos.
1021 — Morte
de Ali ibn Hamoud, 8º califa de Córdova.
1021-1022 — Califado de
Abd-al-Rahman IV, 9º califa de Córdova.
1022 — Morte
de Abd-al-Rahman IV, 9º califa de Córdova. Califado de Alcasim, 10º califa de
Córdova. Morre no mesmo ano.
1022-1023 — Califado de
Abd-al-Rahman V, 11º califa de Córdova (os cordoveses expulsam os berberes de
Córdova e o instalam no trono).
1023-1024 — Abd-al-Rahman V é
deposto por Mohammed al-Mustaqfi III, novo califa (12º). Sevilha independente
de Córdova — dinastia abádida sevilhana.
1024 —
Morte de Mohammed al-Mustaqfi III.
1024-1027 — Califado de Yahya ibn
Ali, 13º califa de Córdova.
1024-1032 — Papado de João XIX,
tusculano.
1024-1039 — Conrado II, rei alemão.
1026 — (?) O
abade Tudeildus de Vacariça se refugia em Leça, junto ao Porto, ficando aí até
o resto de sua vida — exemplo de emigração moçárabe.
1027 — Morte
de Yahya ibn Ali, 13º califa de Córdova. Morte de Afonso V, o Nobre, 10º rei de Leão.
1027-1031 — Califado de Hisham III,
14º califa de Córdova.
1027-1037 — Reinado (11º) de
Bermundo III, de Leão.
1028-1050 — Mendo Nunes, penúltimo
conde de Portucale.
1030 — Sancho,
o Grande, de Navarra, estimula a introdução da regra
de São Bento nos monastérios de seus reinos. Nascimento de Afonso VI, de
Leão e Castela (filho de Sancho II).
1031 — Abdicação
de Hisham III (morre no mesmo ano). Fim de facto do califado de Córdova. Ibn
Jauar primeiro cônsul do conselho de estado. Primeiros reinos de taifas (1031-1085).
1031-1060 — Henrique I, rei de França.
1032 — Fernando
I, o Magno, segundo filho de Sancho, o Grande, de Navarra, reúne sob um mesmo reino Castela e Leão.
1032-1045 — Papado de Bento IX,
tusculano (Bento IX ocupou o sólio pontifício em três ocasiões diferentes).
1035 — Sancho
III, o Grande, de Navarra, deixa o reino
de Aragão a seu terceiro filho, Ramiro I (ver abaixo). Toledo independente de
Córdova.
1035-1040 — Haroldo, Pé-de-lebre, rei da Inglaterra.
1035-1054 — Reinado (7º) de Garcia
Sanchez III, de Navarra.
1035-1065 — Reinado (1º) de Ramiro
I, de Aragão.
1037 — Unificação
da meseta em benefício de Castela, com Fernando I, o Magno, de Castela e Leão e Astúrias (Galícia e Portugal). Derrota e morte do
(11º) rei de Leão Bermundo III. Al-Ma'mun, rei de Toledo.
1037-1065 — Reinado (1º) de Fernando
I, o Magno, de Leão e Castela (filho de Sancho, o Grande, de Navarra, 1000-1035).
1038-1058 — Ministério do rabino
Samuel Halevi (Ismail ibn Nagrela) em Córdova.
1038 — Batalha
de Tamarón: morte de Bermuto, rei de Leão.
1039-1056 — Henrique III, rei
alemão.
1040-1042 — Hardicanute, rei da
Inglaterra.
1042-1066 — Eduardo III, o Confessor
(Santo), rei da Inglaterra.
1042-1068 — Reinado em Sevilha de
Abad al-Mutadid — dinastia abádida.
1045 — Os
cristãos reconquistam Calahorra. Antipapa Silvestre III.
1045-1046 — Papado de Gregório VI,
romano.
1046-1047 — Papado de Clemente II,
saxão.
1047-1048 — Papado de Bento IX,
tusculano.
1048 — Duas
famílias da cidade italiana de Amalfi solicitam permissão ao califa fatímida
Mustansir Billah (1036-1094) para construir um hospital em Jerusalém, entregue
aos cuidados de monges beneditinos. Papado de Dâmaso II, bávaro.
1049-1054 — Papado de São Leão IX,
de Egesheim.
1050 — Concílio
de Coyanza.
1054 — Morte
de Garcia Sanchez III, 7º rei de Navarra.
1055-1057 — Papado de Vítor II.
1056-1106 — Henrique IV, rei alemão.
1057 — Conquista
de Lamego no reinado de Fernando I, o Magno, de Castela, Leão e Astúrias.
1057-1058 — Papado de Estêvão IX,
loreno.
1058 — Conquista
de Viseu no reinado de Fernando I, o Magno, de Castela, Leão e Astúrias. Morte do ministro Nagrela de Córdova. Seu
filho Jossef ibn Nagrela o sucede no cargo.
1058-1059 — Antipapa Bento X,
romano.
1058-1061 — Papado de Nicolau II,
borgonhês.
1059-1071 — Nuno Mendes, último
conde de Portucale.
1060-1108 — Filipe I, rei de França.
1061-1073 — Papado de Alexandre II,
milanês.
1061-1072 — Antipapa Honório II,
veronês.
1063 — Fuero de Jaca, concedido por Sancho Ramirez de Aragão. Fernando I, o Magno, de Castela, Leão e Astúrias recebe a homenagem do rei muçulmano de
Toledo e conduz para Leão o corpo de Santo Isidoro (onde erige a grande
basílica de Leão). O papa Alexandre II (milanês, 1061-1073) prega a cruzada na
Península.
1064 — Conquista
definitiva de Coimbra no reinado de Fernando I,
o Magno, de Castela, Leão e Astúrias. Os cruzados
tomam a cidadela de Barbastro: recolhem imenso espólio. Fundação da primeira
escola em Portugal, instalada em Coimbra,
tendo um monge beneditino como responsável.
1064-1068 — Administração do
moçárabe Sisenando (morto em 1091) em Coimbra,
seguindo uma política de grande autonomia face ao poder central do reino de
Leão.
1065 — Morte
de Fernando I, o Magno. Os muçulmanos retomam
Barbastro. Morte de Ramiro I, 1º rei de Aragão.
1065-1072 — Reinado (2º) de Sancho
II (filho de Fernando I, o Magno),
de Leão e Castela.
1065-1094 — Reinado (2º) de Sancho I
Ramirez, de Aragão.
1066 — Insurreição
popular em Granada. Pogroom: o ministro judeu
Jossef ibn Nagrela é crucificado por uma multidão enraivecida e grande número
de judeus são assassinados. Os sobreviventes deixam Granada por um bom tempo. O
papa Alexandre II (milanês, 1061-1073) felicita o conde Raimundo Berengário I
de Barcelona por sua sabedoria em preservar da morte os judeus em seus
territórios. Haroldo II, rei da Inglaterra.
1066-1087 — Guilherme I, o Conquistador, rei da Inglaterra.
1067-1107 — Sultanato almorávida
(1o.) de Yusuf ibn Teshonfin.
1068-1091 — Reinado em Sevilha de
al-Mutamid — dinastia abádida — um dos maiores poetas da Espanha muçulmana.
1070-1090 - Bispo D. Pedro.
1070 — (aprox.)
Introdução da Reforma Cluniacense na Península. Os almorávidas fundam
Marrakech. Restauração do bispado de Braga.
1070? – Mosteiro de Adaufe, Braga, fundado por D. Nuno Odoris e sua mulher Dª
Adosinda Viscoy ou Giscoy, falecidos em 1078 e 1085, respectivamente, conforme
epitáfios sepulcrais.
1071 — Morte
do conde português Nuno Mendes em Pedroso numa revolta contra o rei de Galiza,
perto de Braga: decadência da nobreza condal portucalense.
1072 — Batalha
de Golpejera (janeiro): Afonso VI é derrotado por seus irmãos. Morte de Sancho
II, de Leão e Castela.
1072-1109 — Reinado (3º) de Afonso
VI (filho de Sancho II), de Leão e Castela.
1073-1085 — Papado de São Gregório
VII, toscano.
1074 — Assassinato
de al-Ma'mun em Córdova.
1075 — Início
da construção da catedral de Santiago de Compostela sob as ordens do mestre
francês Bernard le Vieux. Morte de Sesnando, bispo do Porto.
1075-1091 — Pedro, bispo de Braga,
governa a Sé do Porto.
1076 — Desaparição
do reino de Navarra, com sua repartição entre Castela e Aragão. Fuero de Sepúlveda, concedido por Afonso VI de Leão e Castela.
1076-1094 — Reinado (8º) de Sancho
III Ramirez (filho Sancho I Ramirez de Aragão, 1065-1094).
1077 — Construção
da catedral de Jaca. Primeira referência ao mosteiro de Tibães:
uma doação de Boa Gonçalves à Sé de Braga da sexta parte dos bens que possuía
em Tibães, localizados perto de “onde agora se fundou o mosteiro”. Admite-se
que a fundação do mosteiro terá ocorrido pouco antes desta data por iniciativa
de D. Paio Guterres da Silva, maiorino de Afonso VI.
ADB – Gavetas, LIBER FIDEI, fl. 46 46v. (Costa, 1965, 158:doc.,136)
1080 — Concílio
de Burgos: substituição do rito moçárabe pelo romano. Afonso VI de Leão e
Castela impõe o rito romano a todo seu reino. Bernardo de Sédirac chega a
Castela como abade de Sahagún. Restauração do bispado de Coimbra. Antipapa
Clemente III, parmesão.
1081 — O
papa Gregório VII (toscano, 1073-1085) pede a Afonso VI de Leão e Castela para
não deixar os judeus dominar, em suas terras, os cristãos e exercer seu poder
sobre eles. Nascimento de Urraca, de Leão e Castela (filha de Afonso VI).
1083 — Afonso
VI de Leão e Castela em Tarifa.
1084-1100 — Antipapa Clemente III,
parmesão.
1085 — Afonso
VI de Leão e Castela reconquista Toledo. Morte do papa Gregório VII. Afonso VI
de Leão e Castela funda o centro de Logroño.
1085-1117 — Movimentos comunais
anti-senhoriais no reino de Castela.
1086 — Batalha de Segrajas e de Zala: Afonso VI, rei
de Leão e Castela, é derrotado em ambas pelos almorávidas, liderados por Iusuf
ibn Tashfin. Afonso VI, atribuindo ao "debilitante" uso dos banhos
públicos a derrota de seu exército em Zala, manda destruí-los. A grande
mesquita toledana torna-se catedral, consagrada por Bernardo de Sauvetat, cluniacense,
arcebispo de Toledo (1086-1125). D. Paio, Abade de
Tibães, confirma como “Abbas de Arcisterio Tibillianes” a doação de Miguel
Frojaz à Sé de Braga, o que atesta a importância do Mosteiro de Tibães em
“rendas e edifícios”. (ASCENSÃO 1745, fl. 45)
1086-1087 — Papado de Vítor III, de
Benevento.
1087 — Uma
segunda cruzada na Península, liderada por Raimundo de Saint-Gilles, conde de
Toulouse e Eudes I, duque da Borgonha. Morte do bispo de Coimbra, Paterno, que
resistiu à introdução do rito romano.
1087-1100 — Guilherme II, o Ruivo, rei da Inglaterra.
1088 — Bernardo
primaz da Espanha. Na Galícia, revolta do conde Rodrigo Olveques contra Afonso
VI de Leão e Castela. Concílio de Husillos, perto de Palença: Afonso VI de Leão
e Castela e o arcebispo de Toledo, na presença do legado papal Ricardo, sagra
bispo de Coimbra Crescónio, que tem de esperar pela morte do alvazil Sisnando
(1092) para tomar posse.
1088-1099 — Papado de Urbano II,
francês.
1089 — Bernardo
sagra a catedral de Braga.
1090 — Fuero de Estella. Iusuf ibn Tashfin toma Granada. Aliança muçulmana-cristã
contra Iusuf. (aprox.) Casamento de Raimundo de Borgonha com Urraca, filha de
Afonso VI de Leão e Castela.
1090 – Menciondo, num documento de demanda, o nome do abade do Mosteiro de
Rendufe. Fundado por Egas de Penagata, mestre das Ordens dos Templários, num
couto doado por D. Henrique, aos frades benedetinos do mosteiro da Abadia.
1090-1145 — Dominação almorávida em
Al-Andaluz: Yusuf ben Tasufin, emir de Marrocos, atravessa o estreito e se
apodera sucessivamente de Granada, Málaga e Sevilha.
1091 — Os
almorávidas matam o rei de Sevilha. Morte do alvazil de Coimbra, Sesnando, que
resistia à introdução da liturgia romana.
1092 — Derrota
de Afonso VI de Leão e Castela em Jaén. Crescónio, bispo de Coimbra, sagra a
igreja abacial de Pendorada. Morte de Sisnando, governador de Coimbra e fiel
servidor de Fernando, o Magno e Afonso VI de Leão e
Castela: recusou-se a receber o rito romano (era adepto do rito moçárabe, ou
hispânico). Crescónio de Tui (fiel ao rito romano), designado bispo de Coimbra
pelo Concílio de Husillos.
1093 — Al
Mutawakkil, rei de Badajoz (reino taifa)
entrega Lisboa, o castelo de Sintra e Santarém a Afonso VI de Leão e Castela.
Bernardo, núncio papal para toda a Espanha. Eleição de Dalmácio, monge francês
de Cluny, para o bispado de Santiago de Compostela. Soeiro Mendes, senhor de
Maia, governador de Santarém e da fronteira.
1094 — Tomada
de Valência por El Cid, rei de Valência em nome
de Afonso VI de Leão e Castela: derrota um exército almorávida vindo da África.
D. Raimundo governa o território desde a Galícia ao Tejo. Casamento de D.
Teresa (herdeira de Leão e Castela) com D. Henrique, quarto filho do duque de
Borgonha (recebe como dote o Condado Portucalense). Os almorávidas retomam Lisboa
e Sintra. Crescónio, bispo de Coimbra, consegue junto ao conde D. Raimundo o
patronato do mosteiro da Vacariça, da diocese de Coimbra. Morte de Sancho III
Ramirez de Navarra (filho de Sancho I, 2º rei de Aragão).
[Primeira referência ao nome de Vacariça é de 1002
numa doação registada no Livro Preto da Sé de Coimbra, daí se considerar que a
sede de freguesia tem mais de mil anos.
Foi
cabeça de um antigo couto constituído pelas freguesias de Vacariça, Luso e
Mealhada onde o antigo mosteiro tinha influência bem documentada desde o
Mondego até ao Douro, infelizmente não chegou aos nossos nenhuma prova física
do velho mosteiro, apenas os seus relatos documentados.]
1094-1104 — Reinado (3º) de Pedro I
de Aragão.
1095 — Derrota
do conde D. Raimundo na tentativa de recuperar Lisboa aos almorávidas. Começo
do governo no condado de D. Henrique ao sul do Minho. Fuero de Logroño e Santarém, concedido por Afonso VI de Leão e Castela; no
mesmo ano este ainda funda o centro de Sahagún. Morte de al-Mutamid no Marrocos
como prisioneiro de Iusuf. Pregação da Cruzada em Clermont pelo papa Urbano II.
1096 — Morte
de Dalmácio, bispo de Santiago de Compostela. Vacância do bispado até 1101, com
a eleição de Diego Gelmírez. O conde D. Henrique dá um foral à cidade de
Guimarães (residência habitual dos antigos condes portucalenses) e outro ao
burgo de Constantim de Panoias. O papa Urbano II manda voltar os espanhóis que
seguiam para Jerusalém (1ª cruzada).
1096-1099 — Primeira Cruzada. Tomada
de Edessa e Antioquia, Fundação do reino latino de Jerusalém.
1097 — El
Cid derrota um segundo exército africano nas portas de
Valência.
1099 — Morte
do Cid. Governo em Valência de Ximena. Geraldo,
eleito bispo de Braga, sagrado pelo primaz de Toledo na abadia de Sahagún:
desenvolve intensa atividade eclesiástica, moral e administrativa.
1099-1108 — Maurício Burdino governa
a diocese de Coimbra.
1099-1118 — Papado de Pascoal II, de
Ravena.
1100 — Batalha
de Malagón: D. Raimundo e D. Henrique juntos no combate. Geraldo, bispo de
Braga, consegue em Roma, junto ao papa Pascoal II, o reconhecimento da
dignidade metropolítica para a sua sé. Nasce o infante Sancho, filho de Afonso
VI de Leão e Castela e da moura Zaida, nora do rei de Sevilha. O papa Pascoal
II nega o pedido de Afonso VI de Leão e Castela para participar da Cruzada.
1100-1102 — Antipapa Teodorico, de
Santa Rufina.
1100-1135 — Henrique I, Beauclerc,
rei da Inglaterra.
1101 — Eleição
de Diego Gelmírez para o bispado de Santiago de Compostela (auge do bispado).
1102 — Os
almorávidas apoderam-se de Valência, abandonada por Afonso VI de Leão e
Castela. Antipapa Alberto, sabiniano.
1103 — Batalha
de Vatalandi, onde morre Soeiro Fromarigues, senhor de Grijó. Geraldo, bispo de
Braga, consegue em Roma, junto ao papa Pascoal II, a enumeração das seguintes
dioceses sufragâneas: Astorga, Mondoñedo, Orense e Tui (na Galiza), e Porto,
Coimbra, Lamego e Viseu (em Portugal). O conde D. Henrique põe-se a caminho de
Jerusalém (não chegou a realizá-la). O conde D. Henrique em Sahagún.
1104 — (Fevereiro,
março maio e setembro) O conde D. Henrique em Castela. Afonso VI de Leão e
Castela passa a considerar o infante Sancho seu herdeiro. Morte de Pedro I, 3º
rei de Aragão.
1104-1108 — Peregrinação de Maurício
Burdino, diácono de Coimbra, a Jerusalém.
1104-1134 — Reinado de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e (4º) Aragão.
1105 — O
conde D. Henrique em Santo Isidro de Las Dueñas e Burgos. Pacto entre D.
Henrique (casado com D. Teresa) e D. Raimundo (casado com Urraca) sobre a
sucessão do reino de Leão e Castela, na presença do legado cluniacense Dalmácio
Geret: Henrique reconhece Raimundo como legítimo herdeiro dos reinos de Leão,
Castela e Galiza, colocando-se como seu vassalo. Nasce Afonso Raimundes, filho
de Raimundo e Urraca.
1105-1111 — Antipapa Silvestre IV,
romano.
1105-1125 — Período de anarquia
devido à luta pela sucessão do reino de Leão e Castela: processo de
feudalização.
1106 — Afonso
VI de Leão e Castela cai doente. Nascimento de Afonso VII, o Imperador (filho de Urraca, neto de Afonso VI de Leão e Castela).
1106-1108 — O conde D. Henrique em Portugal.
1106-1125 — Henrique V, rei alemão.
1107 — Morte
do conde D. Raimundo (de Borgonha). Morte do (1º) sultão almorávida, Yusuf ibn
Teshonfin.
1107-1144 — Sultanato almorávida
(2o.) de Ali ibn Yusuf.
1108 — Batalha
de Uclés: morte do filho único de Afonso VI de Leão e Castela (o infante D.
Sancho) em derrota diante os mouros. Afonso VI manda reunir cortes em Toledo
para decidir a sucessão do trono. Morte de São Geraldo. Maurício Burdino o
sucede na arquidiocese de Braga. Peregrinação do clérigo bracarense Honoricus a
Jerusalém.
1109 — Morte
de Afonso VI de Leão e Castela em Toledo. Morte do abade Hugo de Cluny,
partidário do conde D. Henrique. (?) O conde D. Henrique toma o castelo de
Sintra. O papa Pascoal II exorta o clero português que anime o povo a continuar
a guerra contra os mouros. O príncipe norueguês Sirgud diz, a respeito de
Lisboa, que sua população é "meio cristã, meio pagã".
1109-1114 — União fugaz entre
Leão-Castela e Aragão: matrimônio de Urraca e Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão.
1109-1126 — Reinado (4º) de Urraca,
de Leão e Castela (filha de Afonso VI).
1110 — (Janeiro) Batalha de Valtierra: D. Henrique
participa a serviço de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão, e Urraca contra o rei de Saragoça.
(Outubro) Batalha de Candespina: D. Henrique luta com o rei de Aragão contra as
tropas da rainha Urraca. (Novembro) D. Henrique passa para o lado de Urraca e
cerca o marido desta (Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão) em Peñafiel. O papa Pascoal II
exorta novamente o clero português a incentivar o povo a continuar a guerra
contra os mouros. Conde D. Henrique e D. Teresa doam ao
Mosteiro de Tibães as terras adjacentes ao mesmo e fazem-lhe a outorga da Carta
de Couto que passa de três legoas em giro e onde o Dom Abade detém, entre
outras, as jurisdições de Ouvidor, Capitão-Mor, Caudel-Mor e Repartidor das
Armas e escolhe o Juiz do Couto no crime e no cível. (ASCENSÃO
1745, fl. 45)
1111 — Os
almorávidas, sob o comando de Sir ben Abu Bakr, apoderam-se de Santarém e
Saragoça. Rebelião dos habitantes de Coimbra contra delegados do conde D.
Henrique: foral da cidade. Martinho Moniz se rebela contra D. Henrique. Forais
de Sátão, Soure, Tavares e Azurara da Beira que reproduzem o modelo de Coimbra.
1111-1112 — O conde D. Henrique em
Leão e Coimbra, onde pacifica a cidade.
1111-1127 — Guerras entre Afonso I,
o Batalhador, de Navarra e Aragão e seu genro Afonso VII,
o Imperador, de Castela (1126-1157).
1112 — O
conde D. Henrique em Astorga, onde morre. D. Teresa regente. Restauração do
bispado de Portucale. Hugo de Compostela é
nomeado para a diocese do Porto. Foral de Tavares concedido por D. Henrique.
1113 — Bula
do papa Pascoal II (de Ravena, 1099-1118): o hospital de Jerusalém torna-se uma
ordem religiosa subordinada apenas ao papa. O legado papal Pôncio de Cluny
chega à Hispânia e excomunga todos os que apoiavam a união dos soberanos de
Leão e Castela.
1114 — Os
almorávidas avançam até Barcelona. Bula papal que separa Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão de Urraca. Sagração episcopal do bispo de Lugo,
sufragâneo de Braga.
1115 — Tomada
de Toledo pelos cristãos.
1116 — Primeira
menção conhecida de uma feira na Península: a de Belorado. Os mouros tomam
Miranda do Corvo e o castelo de Santa Eulália.
1117 — Raimundo
Berengário III, conde de Barcelona, unifica o espaço político catalão. Os
mouros incendiam os arrebaldes de Coimbra: morte de centenas de cristãos.
Urraca, rainha de Leão e Castela, assina um acordo com os representantes de
Afonso Henriques, reconhecendo sua autoridade sobre Galiza e Toledo, reservando
para si o governo de Leão e o resto de Castela.
1118 — Afonso
I, o Batalhador, rei de Navarra e Aragão,
toma Saragoça, que se torna a capital do reino aragonês. Em Jerusalém, fundação
da Ordem do Templo. Tomada da cidade de Alcalá de Henares.
1118-1119 — Papado de Gelásio II,
gaetano.
1118-1121 — Antipapa Gregório VIII,
francês.
1119-1124 — É eleito papa o
arcebispo de Vienne com o nome de Calixto II, tio paterno de D. Afonso
Raimundo, o jovem rei de Galiza: papado de Calixto II, borgonhês.
1120 — Na
Palestina, Raymund du Puy organiza a Ordem do Hospital como uma ordem religiosa
e militar. (17/02) Bula papal que atribui a Diego Gelmírez, arcebispo de
Santiago de Compostela, direitos metropolíticos sobre Mérida (ainda sob o jugo
muçulmano), com dioceses sufragâneas de Coimbra e Salamanca. (18/02) O
arcebispo de Santiago de Compostela Diego Gelmírez é nomeado legado da Sé
Apostólica sobre as províncias eclesiásticas de Braga e Mérida. A rainha de
Leão e Castela Urraca invade Portugal e saqueia todo o território: D. Teresa
refugia-se no castelo de Lanhoso, sujeitando-se à irmã.
1121 — O
arcebispo de Braga consegue do papa os direitos metropolíticos sobre as dioceses
de Viseu, Lamego e Idanha, todas pertencentes outrora à província de Mérida,
portanto sufragâneas de Santiago de Compostela. Casamento de Urraca Henriques,
filha de D. Teresa, com Bermundo Peres (da família dos Travas).
1122 — Bula
papal ordenando a D. Teresa a libertação do arcebispo de Braga. Concordata de
Worms: fim de uma fase da luta das Investiduras. Peregrinação de Petrus
Gunsalviz a Jerusalém.
1124 — Morte
do arcebispo Bernardo. Afonso VII arma-se cavaleiro em Santiago de Compostela.
Antipapa Celestino II, romano.
1124-1130 — Papado de Honório II, de
Imola.
1125 — Fundação
da feira de Ponte de Lima. Começam em Toledo as grandes traduções do árabe para
o latim. (?) D. Afonso Henriques arma-se cavaleiro em São Salvador de Zamora no
dia de Pentecostes.
1125-1126 — Afonso I, o Batalhador, rei de Navarra e Aragão, realiza uma expedição a Andaluzia, trazendo
em seu regresso a Aragão um importante contingente de moçárabes. Nascimento em
Córdova de Maimônides (1126-1198), médico e filósofo judeu.
1125-1137 — Lotário I, rei alemão.
1126 — Morte
de Urraca, rainha de Leão e Castela. Ali ben Yusuf deporta milhares de
moçárabes para a África, sob o pretexto de haverem colaborado com Afonso I de
Aragão.
1126-1157 — Reinado de Afonso VII, o
Imperador, de Leão e Castela.
1126-1152 — Episcopado de Raimundo
em Toledo.
1126-1198 — Vida do filósofo
hispânico Averróis.
1127 — Acordo
de Zamora entre Afonso VII de Leão e Castela, D. Teresa e Fernão Peres. Ação
militar de Afonso VII de Leão e Castela contra o rei de Aragão: acordo no vale
de Tâmara. Afonso VII de Leão e Castela submete pela força sua tia D. Teresa,
que se recusava a prestar-lhe vassalagem. Cerco de Guimarães: expedição militar
de Afonso VII de Leão e Castela a Portugal, resistência de D. Afonso Henriques.
Primeiro foral de Satão.
1128 — Batalha
de S. Mamede: D. Afonso Henriques vence sua mãe D. Teresa e os nobres
partidários da ligação com a Galícia e passa a governar com o título de rei (D.
Afonso I): infante e príncipe (1128-1139). (?) D. Teresa doa a primeira casa
conventual dos hospitalários em Portugal, o mosteiro de Leça do Bailio.
Raimundo Bernardo, cavaleiro templário, dirige-se à Península para reunir
dinheiro e alistar membros para a Ordem. Em março, se encontra na corte
portuguesa. (19.03) A Ordem do Templo se instala em Portugal: D. Teresa doa à
ordem o castelo do Soure, no rio Mondego e todas as terras entre Coimbra e
Leiria, as quais estavam despovoadas e ainda em poder dos infiéis (confirmado
em 29 do mesmo mês). O co-regente conde Fernando e dezesseis nobres
portugueses, apoiam a doação do lugar de Fontacarda de D. Teresa aos
templários. Concílio de Troyes estabelece a regra da Ordem do Templo.
Morte do conde Pedro Froilaz, tutor de Afonso VII de Leão e Castela. Foral de
Guimarães confirmado por D. Afonso Henriques.
1128-1137 — Afonso I de Portugal em
rebelião aberta contra Afonso VII, de Leão e Castela.
1129 — Doação
de Afonso I de Portugal a Monio Rodrigues (documento onde afirma a posse de
todas as cidades de Portugal). (?) Afonso I de Portugal entrega o castelo de
Soure aos templários, confirma a doação do castelo do Soure e se declara
"irmão templário". Lourenço Viegas de Ribadouro, filho de Egas Moniz,
primeiro alferes-mor do palácio luso.
1130 — Morte
de D. Teresa, a condessa portucalense destronada.
1130-1143 — Papado de Inocêncio II,
romano.
1130-1138 — Antipapa Anacleto II,
romano.
1130-1284 — Atividade da
"Escola de Tradutores" de Toledo.
1130-1136 — Fernão Cativo, segundo
alferes-mor do palácio luso.
1131 — Afonso
I de Portugal abandona Guimarães, antiga residência dos condes de Portucale, para fazer de Coimbra o centro de suas deslocações através de seus
domínios.
1131-1162 — Raimundo Berengário IV,
conde de Barcelona.
1132 — Fundação
do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra por D. Telo, arcediago da Sé Catedral.
Anteriormente a essa data, os cavaleiros hospitalários, sob a chefia do vigário
da ordem, Paio Galindes, se estabelece em Portugal, adquirindo bens imóveis
(documento de Santa Cruz de Coimbra).
1132-1142 — Traduções de João de
Sevilha.
1133 — São
Teotônio, prior da comunidade de Santa Cruz de Coimbra.
1134 — Morte
de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão:
restauração do reino de Navarra. Em seu testamento, Afonso I, o Batalhador, que não deixou herdeiros, doou seu reino às ordens do Templo e do
Hospital. Concílio de Tarragona, em Aragão: nenhum sarraceno pode abraçar o
judaísmo e nenhum judeu pode tornar-se sarraceno. Os Regrantes introduzem a
regra de Santo Agostinho em mosteiros antigos no norte do país. Afonso I de
Portugal concede albergaria a Marão, com o intuito de repovoamento e confia sua
proteção à Santa Sé.
1134-1137 — Reinado (5o.) de Ramiro
II, o Monge, de Aragão (irmão de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão).
1134-1150 — Reinado (9o.) de Garcia
Ramirez IV, de Navarra.
1135 — Nascimento em Córdova de Maimônides
(1135-1204), médico, teólogo e filósofo judeu. Coroação de Afonso VII, rei de
Castela, em Burgos, como imperador. Construção do castelo de Leiria por Afonso
I de Portugal. Morte de Ermígio Moniz, irmão de Egas Moniz e provável chefe da
linhagem de Ribadouro. Isenção canônica dos cônegos regrantes de Coimbra. D.
Afonso Henriques concede ao Mosteiro de Tibães o Couto de Donim, situado junto
ao Rio Ave, entre Guimarães e Braga, e dá ao Abade de Tibães o título de
Reverendíssimo. (TOMÁS 1974, 382)
1135 – Sismo que causou danos na Sé Episcopal, de Braga, sendo Arcebispo D.
Paio Mendes da Maia
1135-1154 — Estêvão de Blois, rei da
Inglaterra.
1136 — Foral
de Miranda do Corvo. Foral de Seia. Afonso I de Portugal concede albergaria a
Gavieiras e confia sua proteção à Santa Sé.
1136-1146 — Egas Moniz de Ribadouro,
magnate portucalense, segundo como dapifer curiae, espécie de mordomo-mor da corte de Afonso I de Portugal.
1137 — Tratado
de Tui, para a paz entre portugueses e leoneses. Morte de Ramiro II, o Monge, 5o. rei de Aragão. Constituição da coroa de Aragão: matrimônio de
Raimundo Berengário IV de Barcelona e Petronila, filha de Ramiro II, o Monge, de Aragão. Assim, o condado de Barcelona é unido ao reino de Aragão.
Foral de Penela. (?) Um exército português é exterminado perto de Tomar.
1137-1139 — Foral da pequena
comunidade rural de Ansiães concedido por Afonso I de Portugal.
1137-1162 — Reinado (6o.) de
Petronila, de Aragão.
1138 — Antipapa
Vítor IV (atuou apenas dois meses).
1138-1141 — Garcia Mendes de Sousa,
provavelmente irmão mais novo do mordomo-mor Gonçalo de Sousa, terceiro alferes-mor
do palácio luso.
1138-1152 — Conrado III, rei alemão.
1139 — (?) Batalha de Ourique: vitória de Afonso
I de Portugal sobre os muçulmanos; começa a utilizar o título de rei:
1139-1185. Bula papal Omne datum optimum
estabelece os privilégios da Ordem do Templo. Segundo foral de Satão, concedido
por Afonso I de Portugal. Isenção canônica do mosteiro canonical de Grijó.
1140 — Afonso I de Portugal invade a Galícia e
reconquista Santarém. Santarém já possui uma comunidade judaica com sinagoga (a
mais antiga de Portugal). Cistercienses e premonstanenses estabelecem seus
primeiros monastérios na Península. (?) Os mouros arrasam o castelo de Leiria.
(?) Presença de Afonso I de Portugal em Valdevez. Afonso I de Portugal concede
carta de couto aos cavaleiros hospitalários, comprovando a posse de Leça do
Bailio com seus bens e couto. Auge da carreira de Ibn Jachia, judeu favorito de
Afonso I de Portugal, mordomo real e cavaleiro-mor. D.
Afonso Henriques couta os domínios tibanienses de Vila Mendo e Estela, junto à
Póvoa de Varzim. Os domínios do Mosteiro de Tibães passam a estender-se das
margens do Cávado à cidade de Braga, do Ave à costa Atlântica, transformando-o
num dos mais ricos e prestigiados mosteiros da Arquidiocese de Braga. (TOMÁS 1974, 382)
1140-1217 — Oito frotas de cruzados
do Mar do Norte ou do Canal da Mancha são retidas pelos portugueses e
convencidas a guerrear os mouros na Península.
1142 — Afonso
I de Portugal manda construir o castelo Germanelo, junto ao Rabaçal, além (?)
dos castelos de Alvorge e Ancião. Segundo o primeiro foral de Leiria, Afonso I
de Portugal recupera o castelo de Leiria. (?) Uma considerável armada de
cruzados devasta os arredores de Lisboa.
1142-1144 — Foral de Germanelo
concedido por Afonso I de Portugal.
1142-1145 — Álvaro Peres,
provavelmente irmão de Fernão Cativo, quarto alferes-mor do palácio luso.
1143 — Intervenção
do legado papal Guido da Vico (cardeal e diácono de São Cosme e Damião).
Tratado de Zamora: Afonso VII, o Imperador,
de Castela, reconhece o novo reino de Portugal. É oficialmente o nascimento do
reino. Afonso I de Portugal coloca o reino sob a proteção (vassalagem lígia) da
Santa Sé. Presença de Afonso I de Portugal em Zamora. Morre em Marrocos o emir
Ali ben Yusuf. Após demoradas negociações entre Raimundo Berengário IV e
Roberto de Craon (mestre templário), ficou acertado que os templários ficariam
com Monzón e outros lugares de Aragão. Desde essa data se encontra em Portugal
o cavaleiro templário Hugo de Martônio, que mais tarde recebe o título de
mestre dos templários em Portugal. Sancho I de Portugal incumbe o mestre do
Hospital de fazer chegar às mãos do papa, por dois cavaleiros que iam à Roma,
504 morabitinos, em que importavam, à razão de 04 onças, os anos decorridos
desde o Concílio de Latrão III.
1143-1144 — Papado de Celestino II,
de Città di Castello.
1144 — Ataque
dos mouros ao castelo de Soure, de propriedade templária: a ordem é derrotada.
Os discípulos de Ibn Qasi ("muridin", os adeptos) tomam Mértola e lhe
entregam a cidade para governar. Foral de Espinho, Panoias, no concelho de
Mortágua, concedido por Afonso I de Portugal. Morte do 2o. sultão almorávida,
Ali ibn Yusuf.
1144-1145 — Papado de Lúcio II,
bolonhês.
1144-1147 — Sultanato almorávida de
Teshoufin ibn Ali.
1145 — Fim
da dominação almorávida em al-Andaluz: segundos reinos de taifas em Mértola, Silves e Évora. O concelho de Coimbra proíbe seus cidadãos
de ir a Jerusalém para a Segunda Cruzada. Apelação em Coimbra para seus
habitantes auxiliarem os do castelo de Leiria. Casamento de Afonso I de
Portugal com Matilde, filha do conde Amadeu II de Sabóia e Piemonte. A Ordem do
Templo recebe em Portugal uma região florestal, onde fundarão Pombal e Redinha.
(Agosto) O arcebispo de Braga, D. João, com o seu cabido, e com a aprovação e o
consentimento de Afonso I de Portugal, confirmou e de novo concedeu aos
templários o hospital que o arcebispo D. Paio havia fundado e dotado em Braga,
para uso dos pobres e miseráveis.
1145-1153 — Papado de Eugênio III,
pisano.
1146 — Penetração
almôada na Península (os reinos independentes de al-Andaluz são submetidos).
Mendo Fernandes de Bragança, quinto alferes-mor do palácio luso.
1146-1149 — Segunda Cruzada na Terra
Santa. Cruzada contra os vênedos (rio Elba, Alemanha Oriental).
1146-1155 — Fernão Peres Cativo, de
origem galega, terceiro mordomo-mor do palácio, um dos mais fiéis seguidores de
Afonso I de Portugal e fundador da casa de Soverosa.
1147 — Afonso
I de Portugal reconquista (com a ajuda dos cruzados) Lisboa, Santarém e
al-Usbuna: fixação da linha do Tejo: oferece domínios aos cruzados que quiseram
ficar em Portugal. Os templários recebem de Afonso I de Portugal vastos
domínios, juntamente com os direitos eclesiásticos de Santarém, logo depois da
conquista da cidade, quando foi ajudado por alguns cavaleiros da ordem
(primeira entrada dos templários nos exércitos do rei português). Tomada de
Almería por Afonso VII, o Imperador,
de Castela. Nascimento de Santo Antônio de Lisboa. Fundação em Portugal da
Ordem de Avis. Conquista de Sevilha por Barraz ben Muhammad al-Masufi, general
do califa almôada Abd al-Mumin. Afonso VII, o Imperador, de Castela, toma o porto mediterrâneo de Almeria. Morte do 3o. sultão
almorávida, Teshoufin ibn Ali (fim do sultanato almorávida).
1147-1163 — Sultanato almôada de
Abd-el-Moulmin (1o.)
1147-1169 — Pêro Pais da Maia, sexto
alferes-mor do palácio luso.
1148 — Raimundo
Berenguer IV de Aragão reconquista Tortosa. Protestos de Afonso VII, o Imperador, de Castela, quanto às nomeações eclesiásticas de Afonso I de Portugal
para os bispados de Lisboa (o inglês Gilberto de Hastings), Viseu Odório e
Lamego (o cônego regrante de Coimbra Mendo). Todos sagrados pelo arcebispo de
Braga, que assim afirma sua independência de Santiago de Compostela e Toledo:
resposta do papa Eugênio III.
1148 – De origem Ermemitica (Mosteiro de Bouro), esteve inicialmente sob a
invocação de S. Miguel, era masculino. O primeiro rei de Portugal
fez doação do couto aos Frades, sendo Abade D. Paio Nunes, em recompensa pela
influência decisiva que teve nas lutas da reconquista.
1149 — Raimundo
Berenguer IV de Aragão toma Lérida e Fraga.
1150 — Afonso
VII, o Imperador, de Castela, toma Uclés. A
partir desta data, os combates decisivos eram travados, do lado cristão, pelas
ordens militares, e do lado muçulmano, pelos cavaleiros voluntários dos ribat, que faziam da guerra santa um ato de piedade. Morte de Garcia Ramirez
IV, 9o. rei de Navarra.
1150-1180 — Traduções de Gerardo de
Cremona e de Domingo González.
1150-1194 — Reinado (10.) de Sancho
V, o Sábio, de Navarra.
1151 — Afonso
VII, o Imperador, de Castela põe cerco a
Jaén. Tratado de Tudilém entre Afonso VII, o Imperador, de Castela e Raimundo Berengário IV, de Aragão, sobre a partilha das
terras a conquistar. Ibn Qasi tenta uma aliança com Afonso I de Portugal; é
morto (1152) e sua cabeça entregue espetada na lança que recebera de presente
de Afonso I de Portugal. O bispo de Lisboa, Gilberto de Hastings vai à
Inglaterra pregar a cruzada e tentar convencer seus compatriotas a organizarem
uma expedição a Sevilha, esperada por Afonso VII, o Imperador, de Castela. Foral de Arouce (junto a Lousã) concedido por Afonso I de
Portugal. (?) Morte de Ibn Jachia, judeu, mordomo real, cavaleiro-mor e
favorito de Afonso I de Portugal.
1151 – Inscrição no
pavimento da capela mor, do Mosteiro de Rendufe, o que demonstra já a sua
existência.
1152 — Criação
da feira de Valladolid. Foral de Mesão Frio e Banho (junto a São Pedro do Sul)
concedido por Afonso I de Portugal.
1152-1190 — Frederico I Barbaroxa,
rei alemão.
1153 — Primeira
menção conhecida de uma feira em Catalunha: a de Moyá. Fundação em Portugal da
abadia cisterciense de Alcobaça. Afonso I de Portugal chama os Cistercienses a
Alcobaça, dando-lhes enorme território, onde esta ordem começa a desbravar.
Acordo de Sahagún: Fernando (II) assina um acordo com seu irmão Sancho (III),
no qual reserva para si a posse da zona do Alentejo e Algarve.
1153 – Surge identificado pela dupla invocação de Santa Maria e S. Miguel de
Bouro. Os
primeiros eremitas vão agrupar-se segundo as regras de S. Bento,
constituindo-se, em Mosteiro
1153-1154 — Papado de Anastácio IV,
romano.
1154 — Foral
concedido por Afonso I de Portugal aos cavaleiros de Sintra. Isenção canônica
do mosteiro canonical de Refojos de Lima. Visita do cardeal legado Jacinto a
Coimbra, Tibães e Tui.
1154-1159 — Papado de Adriano IV,
inglês.
1154-1189 — Henrique II
Plantageneta, rei da Inglaterra.
1155 — Bispos
portugueses tomam parte no concílio de Valladolid, no qual o cardeal legado
Jacinto promulga uma expedição contra os mouros e concede indulgências.
Nascimento de Afonso VIII de Castela, filho de Sancho III de Castela.
1156 — Domínio
almôada no sul de Portugal. Fundação em Castela da Ordem de Alcântara. (?)
Afonso I de Portugal faz mais doações a mestre Gualdim Pais, o procurador dos
templários em Portugal (Foral de Ferreira). Os templários dão foral a Ferreira
de Alves.
1156-1169 — Foral de Barcelos
concedido por Afonso I de Portugal.
1157 — Criação
da Ordem religiosa-militar de Calatrava. Morte de Afonso VII, o Imperador, de Castela em Fresneda: separação dos reinos de Castela e Leão. O
califa Abd al-Mumin colocou seu filho Abu Yaqub Yusuf como governador de
Sevilha, e este suprimiu por completo a autonomia dos reinos de taifas. O único
a resistir foi o de Múrcia (até 1172). Os mouros recuperam o porto de Almeria.
1157-1158 — Reinado (1º.) de Sancho
III, de Castela, filho de Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela.
1157-1167 — D. Gonçalo de Souza,
mordomo-mor.
1157-1188 — Reinado (1º.) de
Fernando II de Leão, filho de Afonso VII, o Imperador.
1158 — (?) Afonso I de Portugal toma Alcácer do
Sal com a ajuda de alguns cruzados. Tratado de Sahagún entre os filhos de
Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela. Morte
de Sancho III, 1o. rei de Castela, filho de Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela. Afonso I de Portugal passa aos templários uma carta
de liberdade e imunidade para eles e suas terras, igrejas, homens e quaisquer
possessões que tivessem ou viessem a ter.
1158-1214 — Reinado (2º.) de Afonso
VIII, o Nobre, de Castela, filho de
Sancho III de Castela.
1159 — Afonso
I de Portugal doa à Ordem do Templo o castelo de Ceras (ou Cera), algum tempo
mais tarde transferido para Tomar (ver 1160). Os templários ficam assim
encarregados da defesa de Santarém e de Lisboa, além de desenvolverem intensa
atividade colonizadora. Isenção canônica para os templários em Portugal. Os
templários dão foral à Redinha.
1159-1164 — Antipapa Vítor IV
(deveria chamar-se Vítor V, mas como o anterior Vítor IV atuou apenas dois
meses, resolveu repetir o número IV).
1159-1181 — Papado de Alexandre III,
sienês.
1160 — (?) Fundação da Ordem de Santiago. Foral
de Celeirós concedido por Afonso I de Portugal. Afonso I de Portugal recebe em
Tui o conde de Barcelona, Raimundo Berenguer IV para negociar com ele o
casamento de seu filho Raimundo com a princesa Mafalda: política de aproximação
entre Portugal e a Catalunha ou Aragão. Afonso I de Portugal e Fernando II de
Leão encontram-se no mosteiro beneditino de Celanova, na Galiza, celebrando um
acordo que restituía a Fernando II a cidade de Tui e o respectivo território.
Os templários fundam a primeira igreja, sob a invocação de Santa Maria do
Olival. Lançam também os fundamentos do castelo de Tomar, sobre um alto e
escarpado cerro, na margem direita do rio Nabão. Também se dá princípio à vila
de Tomar.
1160-1190 — Templários e
Hospitalários portugueses colocaram no mercado os rendimentos das suas enormes
propriedades no Norte.
1161 — (?) Repovoamento de Cidade Rodrigo (antiga
Augusto-briga) por Fernando II de Leão. Visita dos núncios Teodino e Leão em
Coimbra, para recolher dinheiro para a Santa Sé.
1162 — Geraldo
sem Pavor toma a cidade de Beja aos muçulmanos. Afonso I de Portugal exerce
atos de soberania sobre Límia. Peregrinação do conde Gonzalo a Jerusalém. A
vila de Tomar, pertencente aos templários, já possui um bom número de
povoadores; mestre Gualdim dá-lhe foral. Morte de Petronila, 6ª. rainha de
Aragão. Morte de Santo Teotônio, primeiro prior do mosteiro de Santa Cruz de
Coimbra.
1162 - Documento da
chancelaria de D. Afonso Henriques, datado de Outubro, fala de uma pequena
ermida que existia no local (Mosteiro da Abadia).
1162-1196 — Afonso II, conde de
Barcelona, 7o. rei de Aragão (filho de Ramon Berenguer IV).
1163 — Isenção
canônica aos mosteiros cistercienses de Tarouca e Lafões. Gilberto de Hastings,
bispo de Lisboa, vai à França pedir a Luís VII voluntários para a cruzada na
península. Afonso I de Portugal recupera Toronho e estende sua autoridade a
Salamanca. Morte do 1o. sultão almôada, Abd-el-Moulmin. Canonização de Santo
Antônio. A cidade de Viseu toma-o como padroeiro.
1163-1178 — Sultanato almôada (2o.)
de Yusuf abou Yacoub.
1164 — Isenção
canônica para o mosteiro de Alcobaça. A Ordem de Calatrava é confirmada pelo
papa Alexandre III.
1164-1168 — Antipapa Pascoal III,
cremonense.
1165 — Conquista
definitiva de Évora por Geraldo sem Pavor; toma ainda as cidades de Trujillo, e
Cáceres. Afonso I de Portugal se encontra com Fernando II de Leão em Pontevedra
e selam novo acordo de paz. Afonso I de Portugal doa aos templários
Idanha-a-Velha e Mosanto.
1166 — Foral
de Évora. Geraldo sem Pavor toma os castelos de Montánchez, Serpa e Juromenha;
se instala nesta última, assediando Badajoz. Fernando II de Leão conquista
Alcântara. (?) Afonso I de Portugal manda edificar o castelo de Coruche.
Fernando II de Leão se casa com Urraca Afonso, filha de Afonso I de Portugal. Entram
em Portugal alguns membros da ordem castelhana de Calatrava, estabelecendo-se
em Évora.
1167 — Fuero de Benavente, concedido por Fernando II de Leão. (?) Morte de Gonçalo
Mendes de Souza, quarto mordomo-mor do palácio luso. Sucede-lhe o conde Vasco Sanches
de Barbosa.
1168 — (?) Visita Portugal mestre Pedro, com
funções de coletor da cúria.
1168-1178 — Antipapa Calisto III,
arentino.
1169 — Desastre
de Afonso I de Portugal e Geraldo sem Pavor em Badajoz: Fernando II de Leão,
aliado dos almôadas, aprisiona o rei de Portugal (o solta em seguida). Foral ao
concelho de Linhares concedido por Afonso I de Portugal. Pêro Pais da Maia,
sexto alferes-mor do palácio luso, incompatibilizado com Afonso I de Portugal,
passa ao reino de Leão, onde Fernando II lhe confia o mesmo cargo na sua corte.
Afonso I de Portugal faz uma doação à catedral de Tui. Afonso I de Portugal, em
Lafões, doa aos templários a terça parte de tudo o que conquistasse no
Alentejo. O príncipe D. Sancho de Portugal passa a orientar a política portuguesa.
1169-1175 — Foral de São João da
Pesqueira concedido por Afonso I de Portugal.
1170 — Fernando
II de Leão funda a Ordem de Santiago da Espada (de Cáceres, de Uclés, ou de
Santiago). As ordens de Calatrava e Santiago se instalam em Portugal. Sayyid
Abu Hafs, irmão do califa em Marrocos, comanda um poderoso exército e chega a
Badajoz; retirada de Fernando II de Leão. Afonso I de Portugal arma cavaleiro
seu filho Sancho (I), de 17 anos, no dia da festa da Assunção de Nossa Senhora.
Os cavaleiros templários, que já fazem há mais de vinte anos a defesa de
Lisboa, são reforçados para lá do Tejo pela ordem de Évora, e na Beira
interior, pelos de Santiago. Os templários dão foral aos povoadores do castelo
de Almourol.
1170-1231 — Dominação almôada em al-Andaluz.
1172 — Começa
a construção da catedral de Ávila. Construção do minarete da mesquita de
Sevilha, "La Giralda". Morte de Ibn Mardanish, o "rei Lobo"
de Múrcia, último a resistir ao avanço almôada. Seu filho decide submeter-se ao
califa Abu Yaqub. (?) Geraldo sem Pavor ataca e pilha Beja. Afonso I de
Portugal entrega o castelo de Mosanto (dos templários) à Ordem de Santiago,
além da vila de Arruda.
1173 — Beja
é abandonada. Acordo de Sevilha: o conde Nuno de Lara (tutor do pequeno rei
Afonso VIII, filho de Sancho III) e Afonso I de Portugal pedem uma trégua de
cinco anos a Yusuf I. Geraldo sem Pavor passa a servir o califa e se instala em
Sevilha (até 1176). Visita do cardeal Jacinto a Portugal.
1174 — Casamento
de Sancho I, filho de Afonso I de Portugal, com D. Dulce, filha de Raimundo
Berenguer IV, rei de Aragão. Fernando II de Leão tem de suportar o ataque de
Abu Hafs, um dos chefes, de Abu Yaqub Yusuf. Este toma as fortalezas de
Alcântara e de Cáceres; cerca ainda a Cidade Rodrigo, que conseguiu resistir.
Afonso I de Portugal concede carta de couto ao mosteiro cisterciense de Santa
Maria de Aguiar. O foral da vila de Tomar (ver 1162), dos templários, é ampliado. Os templários dão foral aos povoadores do
castelo do Zezêre.
1174-1175 — Yusuf I manda repovoar
Beja e reconstruir suas muralhas.
1175 — (?) Afonso I de Portugal funda a Ordem de
Évora, milícia portuguesa, e entrega seu comando ao governador militar de
Lisboa e da Estremadura, Gonçalo Viegas de Lanhoso. Fernando II de Leão,
pressionado pela Santa Sé, separa-se de sua esposa Urraca Afonso, filha de
Afonso I de Portuga e irmã de Sancho.
1176 — Afonso
I de Portugal confia a defesa de Coruche à Ordem de Évora. Os templários dão
foral aos povoadores da terra e castelo de Pombal.
1177 — Tomada
de Cuenca pelos castelhanos. Estatutos da Ordem de Santiago. Fernando II de
Leão organiza uma expedição de contra-ataque aos almôadas, chegando até Jerez e
Arcos de la Frontera. O arcebispo de Braga Godinus e Marchus vão até Roma,
talvez tenha ido à Terra Santa.
1178 — Fernando
II de Leão repele um ataque de seu sobrinho Afonso VIII de Castela em Terra de
Campos. Sancho I de Portugal organiza uma expedição em território muçulmano,
alcançando e destruindo os arredores de Sevilha, na margem direita do Guadalquivir.
Morte do 2o. sultão almôada, Yusuf abou Yacoub.
1178-1199 — Sultanato almôada (3o.)
de Yacoub ibn Yousouf.
1179 — Reconhecimento
da independência de Portugal pelo papa Alexandre III (bula Manifestis
probatum): Afonso I de Portugal quadruplicou o censo
que pagava à cúria romana, pagando de uma só vez 1.000 peças de ouro. Forais de
Lisboa, Santarém, Évora e Coimbra: estímulo das atividades comerciais e
artesanais. Tratado de Cazorla entre Afonso VIII, o Nobre, de Castela e Afonso II de Aragão (repartição de terras a conquistar em
território muçulmano, excluindo qualquer vassalagem entre eles): Afonso VIII, o
Nobre, de Castela, renuncia assim a qualquer
pretensão de supremacia sobre Aragão. D. Afonso I de Portugal dispõe em seu
testamento de "8.000 mosmodiz e 400 marcos de prata menos 24, pelo que dá
162 maravedis e 6.000 maravedis maiores" à Ordem do Hospital.
Gonçalo Viegas de Lanhoso, mestre da Ordem de Évora, é chamado para organizar a
defesa da zona de Lisboa, atacada constantemente por mar. Multiplicação dos
ataques mouros: represálias ao ataque de Sancho I a Sevilha. Abrantes sofre um
ataque conduzido pelo próprio filho do califa e por seu irmão.
1179-1180 — Antipapa Inocêncio III,
de Sezza.
1180-1190 — A mais intensa produção
literária portuguesa relacionada com o tema de cruzada ou da guerra santa.
1180 — (aprox.) Fuero de San Sebastián, concedido por Sancho VI de Navarra. Batalha de
Arganal (perto de Cidade Rodrigo): Sancho I de Portugal (ainda infante) sofre
pesada derrota frente a Afonso VIII, o Nobre,
de Castela (seu tio) em sua ofensiva sobre a região de Ribacoa. Coruche
(pertencente aos cavaleiros de Évora) é atacada pelos almôadas: seu castelo é
destruído e seus habitantes levados em cativeiro.
1180-1223 — Filipe II Augusto, rei
de França.
1181 — Paz
de Medina de Rioseco: Afonso VIII, o Nobre,
de Castela e Sancho I de Portugal. (Maio) Ataque do váli de Sevilha, Abu Abd
Allah Muhammad ben Wanudin a Évora.
1181-1185 — Papado de Lúcio III,
lucano.
1182 — Isenção
canônica para o mosteiro de Santa Maria de Aguiar. (?) Passam a desempenhar as
mesmas funções dos chanceleres-mores, já designados mestres (formados em
Direito ou Teologia), os criados do rei, provavelmente de origem não-nobre.
1183 — (01.07) Novas hostilidades entre Sancho I
de Portugal e Afonso VIII, o Nobre,
de Castela, entre Fresno e Lavandera (pretensões expansionistas de Sancho I de
Portugal).
1184 — Grande ofensiva fracassada dos almôadas
contra Santarém, onde morre o emir de Marrocos Yacub Yusuf (a cidade foi
defendida por Sancho I de Portugal). É aclamado emir Yaqub al-Mansur, filho de
Yacub Yusuf.
1185 — Morre
D. Afonso I (Henriques) de Portugal.
1195 – O Mosteiro de Bouro adoptou a observância Beneditina e a comunidade
foi filiada à Ordem de Cister, sendo mencionada pela primeira vez, nas actas do
Capitulo Geral de Cister de 1208.